Jarbas e Renan Calheiros nos cardápios de Brasília
BRASIL - Política Jarbas e Renan Calheiros nos cardápios de Brasília Nesta terça-feira, 06, em dois lugares diferentes da capital federal, sob o pretexto de jantar, políticos se reuniram para discutir sobre a moralidade pública a começar pelos nomes dos que ocuparão a presidência do senado e da câmara, no próximo ano e os acertos para a eleição presidencial de 2014
Ilustração Toinho de Passira Postado por Toinho de Passira Nesta terça-feira, 06, em dois lugares distintos de Brasília, políticos reuniram-se em torno de uma mesa de jantar, para debater sob o futuro político do país. Desproporcionalmente comparados, o primeiro era formado por um pequeno grupo de senadores, no apartamento funcional do senador pernambucano o peemedebista Jarbas Vasconcelos, noutro lado da cidade, no Palácio da Alvorada, a presidenta Dilma Rousseff, recebia para jantar toda a cúpula do PMDB e do PT. Em comum, no cardápio dos dois eventos, a sucessão da presidência do senado, após o fim do mandato de José Sarney (PMDB- AP), em fevereiro do próximo ano. A turma de Jarbas, uma espécie de “Exercito de Brancaleone” buscava uma fórmula de impedir que o senador alagoano Renan Calheiros (PMDB-AL) volte à presidência do Senado. Como se sabe, em 2007, debaixo de acusações de corrupções variadas e comportamento antiético e comprometedor Renan teve que renunciar para evitar ser cassado. Sacrificou o cargo, para não perder o mandato. Ao todo, houve seis representações contra o Senador Renan Calheiros, no Conselho de Ética do Senado do Brasil, por seus pares, pedindo sua cassação de Renan, que, apesar de tudo, continuava a ocupar o posto de Presidente do Senado. Mesmo assim, Renan conseguiu se reeleger, com folga, em 2010, para mais um mandato de Senador, por Alagoas, e desde que retornou ao Senado não pensa noutra coisa, senão a de retornar a presidência do Senado. O grupo dos resistentes a Renan, é composto, além de Jarbas, de Pedro Taques (PDT-MT), Cristovam Buarque (PDT-DF), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Álvaro Dias (PSDB-PR) e Aloísio Nunes Ferreira (PSDB-SP) . Também Cyro Miranda (PSDB-GO), Ana Amélia (PP-RS), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Luiz Henrique da Silveira (PMDB-PR), Casildo Maldaner (PMDB-SC), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Pedro Simon (PMDB-RS). Discutiram na ocasião lançar uma candidatura alternativa para enfrentar Renan, que poderia ser tanto o nome de Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Pedro Taques (PDT-MT) ". Como se sabe, o acordo fechado pelos maiores partidos do Congresso Nacional – PT e PMDB – em 2011 estabeleceu que no biênio 2013- 2014 as duas casas parlamentares seriam comandadas por peemedebistas. Na Câmara, o escolhido é o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que também enfrenta questionamentos, embora de proporções menores das reações adversas enfrentadas pela postulação de Renan Calheiros. Os senadores da resistência temem que a volta de Renan, ao Senado, ocasione novo processo de desgaste junto à opinião pública e comprometimento do governo de Dilma Rousseff. A bem da verdade, Dilma e Lula, farão qualquer coisa para impedir que Jarbas Vasconcelos, o arquinimigo de Lula e do PT, e agora aliado queridinho de Eduardo Campos seja presidente do Senado. Jarbas sabe disso e sua "candidatura" seria um gesto simbólico de resistência e realce a desaprovação a Renan Calheiro e sua turma . A bem da verdade, diga-se também, que Dilma, não engole Renan de bom grado, ainda que timidamente, chegou a sugerir, em julho, que veria com bons olhos, o senador Edison Lobão, atual Ministro das Minas e Energia, com sucessor de Sarney na presidência do Senado. Traduziu-se o gesto da presidenta como uma tentativa de matar dois coelhos com uma só cajadada: livrar-se de ter que de negociar com Renan, na presidência do senado, e despachar Lobão do ministério das Minas e Energia. Consultado na ocasião, Lobão odiou a ideia, que a princípio teve o apoio de Michel Temer. O vice-presidente quer emplacar um candidato seu no Ministério, no lugar de Lobão, posto no ministério na cota de Sarney. Tudo mudou, porém, com a eleição municipal e a ascensão nacional do PSB de Eduardo Campos, que ameaça mover-se de forma mais independente na base aliada do Governo. Instruída por Lula, que passou nesta mesma terça-feira, três horas reunido com a presidenta acertando os detalhes, Dilma seguiu para o jantar no Palácio da Alvorada, disposta a comprometer-se com a aliança do PT e PMDB, sem questionar nomes, nem reputação dos peemedebistas indicados para os cargos. Para tanto, quase no mesmo horário que acontecia o modesto jantar de Jarbas, a presidenta se reuniu palacianamente com as lideranças do PT e do PMDB, quando formalizou-se algumas questões que dificilmente deixarão o projeto anti-Renan ir adiante. Ficou acertado entre eles, primeiramente, que não haverá troca de vice presidente no caso de Dilma concorrer a reeleição, diante das especulações que Michel Temer seria substituído por Eduardo Campos, do PSB. Confirmou-se também o apoio do PT aos dois nomes indicados pelo PMDB para presidir, a partir do próximo ano, no Senado, Renan Calheiros, e na Câmara, Henrique Eduardo Alves, cumprindo o acordo firmado entre os dois partidos no ano passado. O futuro do Brasil foi servido de sobremesa. |
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