7 de nov. de 2012

Obama: “Mais quatro anos!”

ESTADOS UNIDOS – Eleição Presidencial 2012
Obama: “Mais quatro anos!”
Reeleito, com uma vitória, bem menos espetacular que a de 2008, mas mesmo assim, um feito memorável diante das circunstâncias adversas da economia e de outros indicadores políticos, o primeiro negro a sentar na cadeira presidencial na Casa Branca, tem praticamente os mesmos desafios do primeiro tempo: econômicos, políticos e institucionais, a enfrentar nesse segundo mandato. Mais experiente, talvez consiga se sair melhor

Foto: Kevin Lamarque/-Reuters

Obama: 'Não somos tão divididos quanto a política sugere'

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Veja, Reuters, The New York Times, G1

Barack Hussein Obama foi reeleito presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira, com uma clara vitória sobre o rival republicano Mitt Romney, superando as dificuldades econômicas e driblando as pesquisas que falavam em vitória apertadíssima.

Os norte-americanos, porém, escolheram permanecer com um governo dividido em Washington, mantendo o democrata na Casa Branca e deixando o Congresso como estava, com os democratas controlando o Senado e os republicanos na liderança da Câmara dos Deputados.

Obama, no seu discurso da vitória, em Chicago, aplaudido a cada frase, por seus simpatizantes, disse que "escolhemos a nós mesmos, nós nos recuperamos" e que o melhor para os Estados Unidos ainda está por vir.

O presidente prometeu ouvir os dois lados da política dos EUA nas próximas semanas e disse que irá voltar à Casa Branca mais determinado do que nunca para enfrentar os desafios do país.

"Se eu recebi o seu voto ou não, eu ouvi vocês, eu aprendi com vocês. E vocês fizeram de mim um presidente melhor", disse Obama.

No voto popular, o resultado permanecia extremamente apertado nacionalmente, com 50 por cento para Obama e 49 por cento para Romney, após uma campanha na qual os candidatos e seus aliados juntos gastaram 2 bilhões de dólares, um recorde na política americana.

Romney, um multimilionário ex-executivo de empresas de investimento, superou uma série de tropeços ao longo da campanha ao derrotar o presidente no primeiro dos três debates presidenciais.

Foto: Alex Wong / Getty Images

O candidato presidencial republicano Mitt Romney admite a derrota em Boston

O também ex-governador de Massachusetts, de 65 anos, reconheceu a derrota em um discurso polido a seus frustrados eleitores em um centro de convenção no centro de Boston. Romney telefonou para Obama para reconhecer a derrota depois de uma breve controvérsia se o presidente realmente havia vencido em Ohio.

"Esse é um momento de grandes desafios para a América, e eu rezo para que o presidente tenha sucesso ao guiar nossa nação", disse Romney. Romney advertiu contra brigas partidárias e pediu que os políticos de ambos os lados "coloquem o povo à frente da política."

Foto: Chris Carlson/Associated Press

Barack Obama comemora com a família, a esposa Michelle, e suas duas filhas, Malia e Sasha, que foram homenageadas pelo presidente durante o discurso da vitória

Obama disse à sua multidão de correligionários que pretende se reunir com Romney nas próximas semanas para estudar maneiras de enfrentar os desafios futuros.

O presidente democrata apesar de ter obtido vitórias apertadas em Ohio e nos outros disputados estados-chave de Virginia, Nevada, Iowa e Colorado, foram suficientes para garantirem a Obama superar os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral no sistema de escolha presidencial Estado a Estado dos EUA. Os assessores de Romney confessaram a imprensa que ficaram surpresos com o tamanho da derrota.

A vitória de Obama em Ohio, o Estado mais disputado, foi crucial para conseguir os votos mínimos no Colégio Eleitoral, acabando com as esperanças de Romney de vencer em uma série de Estados-chave. O único Estado estratégico vencido pelo republicano foi a Carolina do Norte.

Foto: Shannon Stapleton/Reuters

Bela eleitora de Mitt Romney emocionada durante o discurso da derrota do seu candidato, em

Romney demorou para reconhecer a derrota porque alguns republicanos questionaram se Obama tinha de fato ganhado em Ohio, apesar de vários especialistas em eleições nas grandes emissoras de TV declararem a vitória do presidente.

A adição posterior de Colorado e Virgínia à contagem de Obama, de acordo com as projeções, significava que mesmo que o resultado final de Ohio fosse revertido, Romney ainda não teria conseguido o número necessário de votos eleitorais.

Foto: Sipa EUA / Rex Features

O Empire State Building, em Nova York é iluminada com luz azul, a cor dos democratas, sinalizando a reeleição de Barack Obama

DESAFIOS

Obama, que fez história em 2008 ao ser o primeiro negro eleito presidente dos Estados Unidos, sob o lema de mudança e esperança, terá diversos desafios em seu segundo mandato, diante de uma economia que se recupera lentamente de sua pior crise desde a Grande Depressão dos anos 1930.

Desde o fim da II Guerra Mundial, em 1945, apenas um democrata havia conseguido a reeleição para a Presidência dos Estados Unidos: Bill Clinton, em uma situação econômica muito melhor do que a atual, em que a taxa de desemprego nacional é de 7,9%.

Nenhum presidente americano havia sido capaz de chegar à reeleição com um índice de desemprego acima de 7,2%. Obama ainda enfrenta a difícil tarefa de enfrentar um déficit anual de 1 trilhão de dólares, reduzir a dívida nacional de 16 trilhões de dólares, reformar os caros programas sociais e lidar com o Congresso dividido.

Foto: John Minchillo/Associated Press

Martha Nunez, eleitora de Obama, do Bronx, festeja a vitória do presidente junto com a multidão que assiste a divulgação do resultado na Times Square, em Nova York

A reeleição de Obama também deverá decidir os rumos dos Estados Unidos nos próximos quatro anos em questões como gastos públicos, saúde, o papel do estado e os desafios da política externa, como a ascensão da China e as ambições nucleares do Irã.

Um país dividido e menos esperançoso que o presidente resolva num passe de mágica todos os problemas e um presidente mais maduro e experiente, disposto a reconhecer os erros e negociar com mais flexibilidade com os adversários, é o que se pode esperar dos próximos quatro anos de Obama na Casa Branca.

Foto: Kirsten Luce/New York Times


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