21 de nov. de 2012

Anunciado cessar-foto entre Israel e o Hamas, mas..

ORIENTE MÉDIO
Anunciado cessar-foto entre Israel e o Hamas, mas...
O cessar-fogo entre Israel e o movimento islâmico Hamas começou a vigorar às 21h locais (17h do horário brasileiro de verão), após oito dias de enfrentamentos que mataram mais de 159 pessoas na região da Faixa de Gaza. Nas primeiras horas após o acordo pactuado doze foguetes disparados a partir da Faixa de Gaza atingiram o sul de Israel. Caíram em áreas desabitadas e não causaram vítimas ou danos. Tanto da parte dos judeus quanto da parte de extremistas do Hamas, há gente que não quer que a trégua dê certo

Foto: AP

Imagem de TV local mostra a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e o chanceler egípcio, Mohammed Kamel Amr, durante o anúncio do cessar-fogo nesta quarta-feira (21) no Cairo

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Veja, Reuters, NBC, The New York Times, Le Figaro, The Tellegraph, Al Jazeera

O Egito anunciou nesta quarta-feira que um cessar-fogo foi alcançado para acabar com o conflito entre Israel e os palestinos que entrará em vigor no fim da tarde.

O chanceler egípcio, Mohamed Kamel Amr, fez o anúncio em entrevista coletiva conjunta com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. O cessar-fogo deve começar a valer às 17h (horário de Brasília), disse Amr.

Temia-se pela continuação das negociações porque hoje pela manha, pelo menos 24 pessoas ficaram feridas, um deles gravemente, em um ônibus que explodiu, numa ação terrorista, em Tel Aviv a um quarteirão do ministério da Defesa israelense, na esquina da Shaul Hamelech e Szold Henrietta, diz o site da Al Jazeera.

As autoridades israelense confirmaram que o material explosivo estava em um pacote não identificado que foi deixado no ônibus.

Fawzi Barhoum, porta-voz do movimento palestino Hamas, disse à Al Jazeera que "este é um resultado natural em resposta a agressão israelense contra o nosso povo".

"Se o Israel continua atacando, então todas as opções estão em aberto."

O ataque aconteceu no oitavo dia de uma ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, em represália aos ataques com foguetes que atingem o território de Israel, lançados a partir do território palestino.

O atentado foi comemorado em Gaza, logo que as estações de rádio local relataram o episódio.

Pelo menos 139 palestinos e cinco israelenses foram mortos desde quarta-feira.

A última vez que uma explosão havia atingido Tel Aviv foi em abril de 2006, quando um homem-bomba palestino matou 11 pessoas em um carrinho de sanduíche perto da estação antiga estação central de ônibus.

Durante a semana passada, a cidade foi atingida por pelos menos quatro foguetes disparados pelo Hamans, sem contudo produzir nem danos nem vítimas.

Foto: Nir Elias/Reuters

TERRORISMO- Onibus repleto de passageiros explodiu no centro de Tel Aviv, proximo ao ministério da defesa de Israel.

A secretária de Estado EUA, Hillary Clinton, foi para a região, em busca de uma trégua que evite uma invasão israelense em Gaza. Nos últimos dois dias reuniu-se com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em Ramallah na Cisjordânia e nesta quarta-feira, encontrou-se com o presidente do Egito, Mohamed Mursi, no esforça americano de tentar conseguir, senão a paz, uma trégua .

O governo islâmico do Egito assumiu o protagonismo das negociações.

No Cairo, líderes do Hamas haviam acusado o Estado judeu de não responder a propostas de cessar-fogo.

Uma suspensão inicial dos ataques, no entanto, não implica numa desmobilização dos combatentes de ambos os lados. Hillary, antes da conversa nesta quarta-feira no Cairo com o presidente do Egito, Mohamed Mursi, disse que estava otimista quanto a um acordo.

Como a maioria das potências ocidentais, os EUA veem o Hamas como um obstáculo à paz, e culpa o grupo pela conflagração em Gaza. Uma nota do Conselho de Segurança da ONU condenando o conflito foi bloqueada na terça-feira pelos EUA, que se queixaram do texto por "deixar de tratar da origem do problema", que seriam os foguetes palestinos.

Quando Hillary desembarcou em Israel, já na noite de terça-feira, as forças israelenses estavam intensificando os ataques por mar e ar. A certa altura, Gaza sofria um impacto a cada dez minutos.

Os disparos de foguetes palestinos perderam força durante a noite, mas foram retomados antes do amanhecer da quarta-feira, com seis lançamentos, segundo Israel. Não houve feridos.

Após cinco dias de hostilidades, ambos os lados buscam mais do que um retorno à calma esporádica que prevaleceu no território palestino desde que Israel encerrou uma ofensiva aérea e terrestre muito mais devastadora, há quatro anos.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, favorito para ser reeleito nas eleições de janeiro, disse a Hillary que desejava uma solução "de longo prazo". Mas deixou claro que, sem o tratado de paz, estaria disposto a intensificar a campanha militar para silenciar os foguetes disparados pelo Hamas e por seus aliados. ,BR>
O Hamas, por sua vez, reivindicava o fim do bloqueio imposto por Israel ao seu território, onde vivem 1,7 milhão de pessoas, que é usado pelos judeus, sob a alegação de tentar evitar a entrada de armas e para controlar o transito de terroristas na região.

Esse item do tratado, exigido como primordial pelo Hamas e rejeitado veementemente por Israel era o principal obstáculo para que ele fosse estabelecido o cessar fogo.

Na hora seguinte, do que seria o inicio da trégua, noticia-se que doze foguetes disparados a partir da Faixa de Gaza atingiram o sul de Israel. Por sorte, os foguetes atingiram áreas desabitadas e não causaram vítimas ou danos.

As próximas horas dirá se o acordo é para valer, ou se provocado Israel reage e a mortandade continua.


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