6 de nov. de 2012

Dilma homenageia Luiz Gonzaga na entrega Ordem do Mérito Cultural 2012

BRASIL - Cultura
Dilma homenageia Luiz Gonzaga
na entrega Ordem do Mérito Cultural 2012
A Ordem do Mérito Cultural, criada em 1995, nos seus 17 anos de existência condecorou 500 personalidades nacionais e estrangeiras de 60 instituições públicas e privadas. Sempre se destacou como sendo um “Samba do Crioulo Doido”, equiparando desiguais: ao mesmo tempo em que presta merecidíssimas homenagens, prestigia, pessoas e instituições culturalmente duvidosas, desmerecendo, desmoralizando e banalizando a comenda. Na gestão de Marta Suplicy não poderia ser diferente

Foto: Antonio Cruz/ABr

“Minha vida é andar por este país, pra ver se um dia descanso feliz...” disse Dilma no discurso, citando Luiz Gonzaga

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Agência Brasil, Terra, Discurso de Dilma, Academia Brasileira de Letras, Blog do Jamildo, O Globo

O Salão Nobre do Palácio do Planalto foi ocupado, nesta segunda-feira (5) por artistas e intelectuais e alguns picaretas, durante a entrega da Ordem do Mérito Cultural, um dos primeiros atos visíveis de Marta Suplicy, a frente do Ministério da Cultura.

Todos os anos, a Ordem do Mérito Cultural homenageia uma personalidade. Este ano, o escolhido foi o compositor popular e instrumentista Luiz Gonzaga, pelo centenário de seu nascimento, diz Agência Brasil, por isso o a decoração do ambiente foi toda feita com motivos e plantas comuns da região nordeste como mandacarus, e músicas do repertório do Rei do Baião foram executadas, durante a cerimônia. Elba Ramalho e Chambinho do Acordeão, (que interpreta Luiz Gozanga no filme "Gonzaga - de Pai pra Filho"), entoaram Asa Branca, o extra oficial, Hino Nacional do Nordeste, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Dilma começou o discurso cumprimentando o neto de Luiz Gonzaga, Daniel Gonzaga, neto de Luiz Gonzaga e a “nossa querida, queridíssima, Elba Ramalho”

Adiante fala do filme “Gonzagão – de pai para filho” [Gonzaga – de pai para filho] dizendo que assistiu que classificou de “emocionante e comovente”.

Adiante falando de Gonzagão comentou:

” Esse extraordinário músico, ao cantar as tristezas e as alegrias do Sertão, ajudou o brasileiro, a brasileira, a conhecer melhor o seu próprio país. Se sua obra se resumisse ao que foi apresentado aqui – Asa Branca –, já justificaria todas as nossas homenagens e todo o nosso reconhecimento, mas Gonzagão fez muito mais.

Nos deixou músicas eternas, e nos marcou com forte sentimento de brasilidade. Tornou o sertão nordestino, aquele sertão mais humilde, num mundo universal. Quem de nós não se comoveu com Assum Preto? Quem de nós não se agita na cadeira ao ouvir o Xote das Meninas? Qual de nós já não cantarolou muitas vezes versos como este – que eu não tenho o talento... eu não tenho o talento das nossas cantoras aqui presentes. Mas que eu vou recitar para vocês: “Minha vida é andar por este país, pra ver se um dia descanso feliz. Guardando as recordações das terras por onde passei, andando pelos sertões, e dos amigos que lá deixei”. – e apesar da declamação desastrada e sem graça ganhou aplausos da plateia.

Foto: Antonio Cruz/ABr

A poeta e atriz capixaba isa Lucinda e o pernambucano Alceu Valença, durante cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Cultural 2012, no Palácio do Planalto

Entre os agraciados na edição 2012 do maior prêmio da cultura nacional estão artistas e instituição pernambucanas importantes como o escultor, pintor, desenhista, gravurista e ceramista Abelardo da Hora; o dramaturgo, jornalista e escritor Aguinaldo Silva ; o cantor e compositor Alceu Valença (que recentemente nos envergonhou assinando um manifesto em apoio ao mensaleiro José Dirceu); a cantora e grande mulher Elba Ramalho que apesar de ter nascido na Paraíba, tem por certo dupla cidadania e é pernambucana por adoção dos pernambucanos; a - Orquestra Popular Bomba do Hemetério atualmente sob o comando do genial Maestro Forró.

A Ordem do Mérito Cultural, criada em 1995, nos seus 17 anos de existência condecorou 500 personalidades nacionais e estrangeiras de 60 instituições públicas e privadas. Sempre se destacou como sendo um “Samba do Crioulo Doido”, equiparando desiguais: ao mesmo tempo que presta merecidíssimas homenagens, prestigia, pessoas e instituições culturalmente duvidosas, desmerecendo, desmoralizando e banalizando a comenda.

Neste ano, entre os 41 homenageados estavam figuras como Orlando Orfei um empresário circense italiano, domador de leões, pintor, escritor, dublê de cinema e músico) e na mesma empreitada foi homenageado o escritor baiano Jorge Amado(in memoriam), que dispensa apresentações. O lamentável é que até por uma questão de ordem alfabética, o baiano, tem como vizinho na lista o maranhense José Sarney, atualmente presidente do Senado, como se fossem equivalentes em talento, respaldo cultural e importância para a cultura brasileira.

Não custa lembrar que Sarney entrou para a Academia Brasileira de Letras, após ter conseguido uma milionária doação para a instituição, enquanto presidente da ARENA, o partido que sustentava os governos militares. Sarney foi reconhecido como escritor acadêmico, pelo risível romance intitulado, “Marimbondos de Fogo”. No seu discurso de posse, em 6 de novembro de 1980, agradece honrado a presença do então Presidente da República o general João Baptista de Figueiredo, lider militar, da chamada revolução de 1964, que implantou a ditadura no Brasil, a quem Sarney serviu por 20 anos e a qual traiu, na leva de ratos abandonando o navio, na eleição de Tancredo Neves em 1985.

Enquanto Jorge Amado não merece esse vexame, Sarney não merece constar de nenhuma lista descente.

A relação dos homenageados prossegue com a apresentadora Hebe Camargo , in memoriam; o cantor e compositor Herivelto Martins, in memoriam; a genial atriz Marieta Severo; o lendário ator e cineasta Mazzaropi, in memoriam; a atriz Regina Casé; o grande ator Paulo Goulart; o dramaturgo, ator e jornalista Plínio Marcos; o bloco afro baiano Olodum e o apresentador e empresário Silvio Santos que não compareceu, entre outros.

Foto: : Antonio Cruz/ABr

A presidenta Dilma Rousseff, e os premiados, a lendária e canonizada, paraibo-pernambucana, cantora Elba Ramalho e o canastrão maranhense, José Sarney, presidente do Senado e dono do Maranhão.


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