30 de nov. de 2012

Mantega 'errou feio', avalia o jornal 'Financial Times

BRASIL – Economia
Mantega 'errou feio', avalia o jornal 'Financial Times'
A matéria começa dizendo que “o Brasil contribui para desaceleração do mercado dos emergentes”. O Diário britânico critica medidas protecionistas e aponta que o México, um mercado mais aberto, está crescendo mais rápido que o Brasil. Comenta que os dados mostram que a economia brasileira marcha para a maior desaceleração já enfrentada em décadas

Foto: (Valter Campanato/ABr

Para Financial Times, as previsões de Mantega são 'desconcertantes'

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Finacial times, Veja

Em reportagem publicada na tarde desta quarta-feira, o jornal britânico <Financial Times afirmou que o desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre – com alta de apenas 0,6%, abaixo da expectativa do mercado e do próprio Banco Central – foi, no mínimo, frustrante.

O diário destacou que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nacional ficou aquém do crescimento de todos os países emergentes e que o ministro Guido Mantega "errou feio".

Duas foram as principais falhas do economista: em primeiro lugar, o fato de ter espalhado aos "quatro ventos" que a atividade estava em franca recuperação e, em segundo lugar, por ter afirmado a jornalistas, poucos dias antes do anúncio do IBGE, que o crescimento do PIB anualizado entre julho e setembro seria de cerca de 4%.

"Os números apresentados hoje fazem com que as afirmações do ministro Mantega tenham um caráter desconcertante", afirma o FT .

O diário reconhece que há uma leve retomada em curso no país. "Em números anualizados, a economia está crescendo 2,4%", afirma. Contudo, a economia não está se recuperando num ritmo acelerado.

"Talvez, Mantega tenha prestado excessiva atenção à projeção de PIB divulgada pelo boletim Focus, do Banco Central, em 14 de novembro, que previa um crescimento de 1,15% no terceiro trimestre – e uma taxa de crescimento anualizada de 4,6%", diz o jornal.

Protecionismo– O FT ainda apontou que o Brasil pode estar combatendo o inimigo errado ao criar inúmeras medidas protecionistas, como o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados e a fixação do Palácio do Planalto por enfraquecer o real.

"Muito da retórica do governo tem foco na taxa de câmbio, com Mantega acusando os Estados Unidos de inflarem o valor do real contra o dólar por meio de uma política monetária expansionista. Mas economistas argumentam que muito mais precisa ser feito", afirma o FT.

"Esse desempenho fraco abre espaço para a presidente Dilma introduzir medidas de urgência nas tão necessárias reformas que empurrarão o investimento em infraestrutura no país", acrescenta.

México – O jornal comparou novamente o desempenho do Brasil com o do México.

"O México, por exemplo, tem uma economia muito mais aberta ao comércio internacional e está crescendo muito mais rápido que o Brasil."

"É preciso ver o que o México fez em termos de contenção de custos", disse ao FT o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs.

"Ao não conter gastos, o Brasil é precificado fora da economia global. O país não tem problema cambial, e sim um problema de competitividade", afirmou.

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