HONDURAS: Zelaya assinou acordo chantageado pelos americanos
HONDURAS Zelaya assinou acordo chantageado pelos americanos O filho do presidente deposto está sob investigação de ser narcotraficante nos Estados Unidos, por isso o ex-presidente assinou o acordo, cheio de pactos secretos, agora vindos à tona, que deixa nas mãos do Congresso a decisão de decidir por sua volta. Tudo pode acontecer: inclusive a possibilidade do presidente deposto voltar ao poder ainda nesta semana
Charge do Jornal Tiempo - Honduras Fontes: La Vanguardia , Tiempo, El País, El Heraldo, El HeraldoA incerteza volta a rondar em torno da crise política por supostos pactos secretos nas negociações, que a imprensa hondurenha chama de “Diálogo Guaymuras”, com participação americana. Alguns jornais entre eles o espanhol El País, reportaram esses acordos secretos, em torno da volta de Manuel Zelaya ao poder em Honduras. Publicamente o acordo foi selado na sexta-feira passada onde os dois lados firmaram um pacto político de 12 pontos que remete ao Congresso Nacional a responsabilidade de decidir sobre o possível retorno de Zelaya a presidência. Mas segundo El País, a possibilidade de fechamento do acordo só foi possível com a mão pesada do subsecretario de Estado de EE UU, Thomas Shannon. Fotos: Reuters O diário espanhol afirma que Zelaya só aceitou o acordo, apesar de lhe ser desfavorável, por deixar nas mãos dos congressistas a decisão do seu retorno, que lhe pode ser favorável ou não, porque o candidato a presidência, Lobo Sosa, melhor posicionado nas pesquisas, deu-lhe garantias da aprovação, através do diplomata americano. Foto: Getty Images
O Congresso Nacional hondurenho que definirá a situação tem 128 deputados. O partido Nacional tem 54 deputados e o Partido Liberal, 62. Especula-se que Zelaya tem apenas 20 deputados leais, entre liberales, udeístas e uma democrata dissidente. Os 54 parlamentares nacionalistas mais os 20 zelayistas são suficientes para se obter a aprovação da restituição por maioria simples. Há uma dúvida, porém, que nesse caso seja necessária a aprovação de dois terço do parlamento, o que necessitaria de 85 votos e mais negociações. Porém, lá como no Brasil, hoje é feriado do dia de finados e além disso os congressistas estão de férias, dedicados em suas campanhas eleitorais. Poucos estão em Tegucigalpa e não parecem dispostos a suspender suas rotinas para decidir sobre a crise. Os 20 congressistas zelayistas ameaçam, que se o Congresso não se reunir até quinta-feira para decidir sobre a volta do presidente, reunir-se-ão por conta própria e darão início aos debates da apreciação do acordo, com o quorum que estiver presente na casa.
Para apimentar a história, outro jornal espanhol, La Vanguardia, que está com um correspondente em Honduras, disse que para conseguir aprovação de Zelaya, num acordo que tinha muitos pontos que lhes eram desfavoráveis, o subsecretario americano Thomas Shannon havia “convencido” o presidente deposto a assinar, depois de mencionar a possibilidade de Héctor Zelaya, filho do Presidente deposto, que se encontra nos Estados Unidos, poder ser indiciado por narcotráfico. Entretanto, os zelayistas continuam dizendo que desconhecerão as eleições se não restituem ao poder o presidente, diz o jornal hondurenho El Heraldo. Em nossa opinião o candidato Lobo Sosa, que foi inclusive derrotado por Zelaya nas eleições anteriores, obteve 45% dos votos, e que está bem à frente nas pesquisas, não vai querer arranjar uma encrenca com os americanos nem com a comunidade internacional. Mesmo que os tais pactos secretos não tenham ocorrido, Zelaya vai sentar de novo na cadeira de presidente, antes do dia das eleições. Repetimos, uma coisa é certa, vão retardar esse retorno até o limite. |
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