20 de dez. de 2009

CONFERÊNCIA DO CLIMA: Lulu foi triturado em Copenhague

CONFERÊNCIA DO CLIMA
Lulu foi triturado em Copenhague
O nosso presidente foi para a conferência do clima, disposto a fingir que estava extremamente preocupado com o planeta, enquanto se imaginava o centro do universo. Empenhou, sem ponderar, o crescimento do Brasil das próximas décadas, gastou bilhões dos nossos netos e voltou para casa antes do fim do jogo, de mãos abanando, irritado, quando se deu conta que ninguém estava prestando atenção nele

Fotomontagem "thepassiranews"

AMOR NÃO CORRESPONDIDO: Quando está na tribuna, carrega o peso dos parceiros Chávez, Morales e Ahmadinejad

Lulu quer ganhar o premio Nobel da Paz de qualquer maneira. Erra em ser óbvio e se imaginar um grande líder mundial, sem dar-se conta que não é ele que faz o Brasil ser grande e respeitado, mas é o Brasil, por ser importante que dá lhe dá prestígio.

O presidente foi para Copenhague com um daqueles shows mal ensaiados do PAC, com bilhões virtuais para distribuir e um discurso de líder sindical em porta de fábrica. Pode até ter agradado os companheiros operários, mas na hora do vamos ver, foi triturado por Barack Obama, boicotado pelos companheiros venezuelanos e bolivianos, esnobado pela união européia e traído pela China e Índia, os companheiros parceiros de países em desenvolvimento, como o Brasil.

Tentou um último gesto teatral abandonando a conferencia, antes do fim das negociações. Ninguém se importou.

Pelo contrário, Barack Obama, o presidente americano, que parecia já esperar por isso, aproveitou a confortável ausência de Lulu, para em poucos minutos costurar uma negociação produtiva com quem lhe interessava: a China, Índia e a África do Sul, dando o tom do que seria o documento final, imperfeito e frustrante, mas do jeito que queria o americano.

Não somos fãs de Barack Obama, e até concordamos com Evo Morales, em reconhecer que todos os presidentes americanos são iguais, “e esse é só diferente na cor”. A característica fundamental dos líderes norte americanos é defender os interesses do seu país. Obama está se lixando que seu discurso seja frustrante para o Greenpeace, ele precisa falar de forma a agradar o povo e o congresso americano, a quem ele representa.

Obama, que já ganhou o premio Nobel, sem se esforçar, não está disposto a ser liderado por um presidente brasileiro, seja ele quem for, e muito menos esse, que tem se revelado aliado de inimigos viscerais dos norte americanos.

Foto: Assiciatede Press e Dennis Barbosa/G1

COVARDIA: Enquanto a chefe da delegação americana era Hillary Clinton a nossa chefe era o sargentão Dilma, uma desproporção

O governo americano, que até parecia nutrir certa simpatia pelo “cara”, no começo da sua administração e até tentou trazê-lo para o seu lado, mas agora o vê como um adversário moderado, mas nunca um parceiro merecedor de confiança.

Quando Lulu está falando na tribuna, os americanos vêm atrás do brasileiro, Hugo Chávez, Evo Morales e Mahmoud Ahmadinejad. O pior, é que o presidente brasileiro, paga a conta da amizade, mas não tem o respaldo desses estranhos parceiros.

Assim, a diplomacia americana, liderada por Hillary Clinton, um pouco mais experiente que a nossa Dilma, não deixou o acordo fluir, propositadamente, até o último dia, batendo de frente com os chineses e os outros emergentes, exigindo que os recursos usados para a redução dos gases causadores do efeito estufa, fossem fiscalizados por órgãos externos, o que a China não iria jamais permitir.

O nosso chanceler Celso Tamborim, o do currículo falsificado, vangloriou-se de ter sido ríspido com a Secretária americana, quando ela o consultou sobre maior transparência no processo de corte de emissão de gases-estufa, do Brasil, tipo os acordos do FMI.

"Eu disse [a Hillary], "olha, o Brasil tem uma experiência passada de Fundo Monetário Internacional de intrusão, de censorista". Isso não pode ser aceito", vangloriou-se o nosso chanceler.

Era isso mesmo que a Hillary queria: deixar o Brasil armado e intransigente, para colocá-lo fora de combate.

A secretaria americana e representantes de outros países desenvolvidos relutavam em financiar ações nos países emergentes, evocando a necessidade de transparência. É o chamado MRV (medição, prestação de contas e verificação). Como por bilhões nas mãos de corruptos presidentes sul americanos e africanos e não cobrar uma prestação de contas?

O que se viu, durante toda a semana, foram milhares de pessoas de todo mundo, reunidas em Copenhague tentando em tese, resolver a questão dos problemas do clima no planeta, chegou a estar em território Dinamarquês, no mesmo instante, 120 lideres mundiais.

Mas bem observado, notou-se que todos acabaram concluindo que nada seria resolvido antes que o presidente americano chegasse a conferencia. Obama, ao contrário de Lula, que foi o primeiro a chegar, resolveu chegar por último.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

QUANDO TUDO DÁ ERRADO: O teleprompter não funcionou

Antes de Obama falar na conferência, falou Lulu pela segunda vez, da primeira tinha sido um desastre, o “telepronter” não funcionou e ele teve que ler o discurso, cheio de palavras técnicas, que lhe eram pouco familiares, e apesar de curto, menos de nove minutos, deu a sensação de interminável, um pronunciamento que o representante do Greenpeace resumiu como "politicamente morno".

O nosso presidente resolveu arriscar da segunda vez, um improviso, com pretensões impactantes de grande defensor do planeta. Não conseguiu produtivamente dizer nada. Estava cansado, depois de quatro dias de negociações infrutíferas, com a última noite mal dormida e para surpresa geral, criticou com bastante moderação os americanos.

Antes dele falar, Hillary Clinton procurou Celso Amorim e disse que Obama aceitava comparecer a uma reunião em separado, liderada pelo Brasil, que o governo brasileiro havia proposto, para discutir os pontos polêmicos da conferência.

A fala de Obama foi um anticlímax. Nunca se vai saber se proposital ou não, o brilhante orador de Harvard fez um discurso tão morno e sem brilho quanto o brasileiro.

Foto: Reuters

PARA NÃO DÁ CERTO:
Obama participa da reunião marcada para fracassar.

Em seguida a reunião convocada por Lulu começou, era a sua última chance de se sair da conferencia, estavam presentes, Barack Obama, Wen Jiabao, premiê da China, Sarkozy (França), e Angela Merkel (Alemanha) Manmohan Singh, o primeiro ministro da Índia, mais outros líderes. Não houve nenhum avanço, com os chineses e americanos irredutíveis, no ponto de fiscalização externa dos índices do efeito estufa e do dinheiro envolvido.

A reunião acabou e Lula irritado saiu direto para o aeroporto sem falar com a imprensa.

Constatada a ausência do Brasil, a China, inventou uma reunião chamada de esforço final, chamou a Índia e a África do Sul, e o presidente americano, disse a chancelaria, mesmo sem ser convidado, resolveu comparece. Acreditamos que as chancelarias dos outros países e a americana, combinaram se reunir sem a presença de Lulu.

Essa nova reunião progrediu rapidamente. A insistência americana que todas as ações sejam monitoradas externamente, continuou mas, a China acabou aceitando porque o “primeiro-ministro indiano que já foi ministro das finanças e tem experiências de negociações comerciais, milagrosamente teve a idéia de propor uma fórmula semelhante aos monitoramentos e prestação de contas que os países-membros fazem à Organização Mundial de Comércio (OMC). A fórmula foi aceita e começou a se construir o acordo sobre esse ponto.

Do jeito que os americanos queriam.

Foto: Reuters

ARREMATE: A chegar nos Estados Unidos Obama fez um pronunciamento sobre a conferência assumindo o controle da situação

Já nos Estados Unidos, apenas algumas horas depois de ter retornado de Copenhague a Washington, o presidente Barack Obama, qualificou o pacto climático obtido em Copenhague como um "avanço para a ação", mas admitiu que é preciso fazer mais para reduzir significativamente as emissões globais de poluentes.

"Esse avanço estabelece as fundações para uma ação internacional nos anos por vir", falou em "estabelecer as condições" para conseguir que o Congresso dos EUA aprove reduções obrigatórias das emissões de gases causadores do efeito estufa, tomando a questão do clima sob suas rédeas.

Lulu deve ter tomado todas na viagem de volta.


Um comentário:

Talita Merli disse...

Bom já que todos os comentários vão para o crivo do moderador, aqui vai meu comentário, é você está livre para colocá-lo ou não, considero a liberdade aqui igual à de Cuba, Bolívia e China.

Penso que você está no mínimo equivocado... Sua conclusão sobre a COP 15 foi de alguém, que não tem informação do que está falando. Bom, mas deu para perceber que você tem raiva do Lula, raiva de ser brasileiro e o mais importante é apaixonado pelos E.U.A. e suas estratégias.

Meu comentário é para que você estude sobre o que culminou nos encontros mundiais sobre meio ambiente e o que levou a criação da Conferência das Partes da Convenção do Clima, volte em 1972, onde foi à primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, e veja qual a participação do Brasil nestas conferências... Até então medíocres!

Apesar de eu não acreditar no PT, ou melhor, de também não gostar do PT, tenho a nítida visão de que Lula e Carlos Minc foram protagonistas de uma discussão aprofundada sobre mudanças climáticas. E pela primeira vez, o mundo deu ouvidos ao Brasil, saímos nos principais jornais do mundo sendo elogiados por isso. E o seu Capitão América, foi ridicularizado mundialmente por não assumir responsabilidades.

Parabéns, representantes do Brasil, que fizeram sua lição de casa, foram preparados e principalmente dispostos a buscar mudanças. Parabéns pelos compromissos assumidos no COP 15, parabéns por não se igualar a estratégias como a de Barack Obama, parabéns e especial a Carlos Minc, que sugeriu ao presidente dos E.U.A. que devolva seu Prêmio Nobel da Paz, parabéns aos europeus que tomaram uma postura de mudança. E, aproveito para dar os pêsames ao presidente dos E.U.A., que não tem a coragem que mostrava nas vésperas de eleição, que não tem o preparo que disse que tinha para assumir o cargo que assumiu, prometendo mudanças e que ficou engessado no continuísmo. Parabéns aos americanos do Norte, que a cada dia aumentam a desaprovação por seu presidente.

É... Eu que sou fanático pela liberdade de expressão, fico a me perguntar como alguém traça um comentário tão infundado sobre nosso país, baseado apenas na figura de um presidente, que é algo passageiro. Quais os objetivos de comentários como esses? Realmente fico a me perguntar... Fico a me perguntar também sobre a liberdade, essa dada a todos para criar blogs, que aqui e suprimida por você, já que é moderador de comentários (risos), será que essa liberdade é tão saudável assim como eu defendo? Talvez nisso, Sr. Moderador de comentários, você acertou. Temos que limpar um pouco das besteiras que estão na internet, mesmo que sendo moderador de besteiras, afinal, elas são como lixo em alto-mar, servem para confundir a alimentação dos que por lá passam.

Forte abraço,

Prof. Msc. Marcelo Alexandre Correia da Silva

marcelo@helpinnovation.com.br