5 de dez. de 2009

POLÍTICA EXTERNA: Governo Lula vai abrir as pernas em Honduras

POLÍTICA EXTERNA
Governo Lula vai abrir as pernas em Honduras
Lula mandou Dilma dizer que as eleições vão ser “consideradas”, dando inicio ao afrouxamento na política contra os hondurenhos e o Marco Top Top Garcia, saiu correndo atrás, para se alinhar com a nova corrente, começando por tentar explicar como o Brasil vai continuar dizendo que as eleições hondurenhas foram ilegais, mas vai aceitar o resultado

Fotomontagem Toinho de Passira

CADA UM TEM O ÍDOLO QUE MERECE: Marco Aurélio Garcia, o Top Top, esforça-se cada vez mais para ser uma Dilma Rousseff

Fontes: Agência Lusa, O Globo, Agência Brasil, O Globo

O presidente da Costa Rica, Óscar Arias, desde segunda-feira, deixou o Governo brasileiro, no que se refere a política externa com Honduras, numa situação vexatória, ao pedir que as nações sejam coerentes e reconheçam as eleições do último domingo em Honduras:

"Não reconhecer o processo eleitoral e, no futuro, não reconhecer o governo é fazer muito mal ao povo hondurenho, que não merece isso", disse o dirigente costarriquenho na cúpula de chefes de Estado e de governo ibero-americanos, no Estoril, Portugal.

Em coletiva de imprensa, Arias defendeu que no passado o mundo já reconheceu eleições convocadas até por ditaduras.

"Na América Latina as eleições não são perfeitas. Sempre tivemos ditaduras e sempre foram essas ditaduras que organizaram as eleições como transição para a democracia", afirmou.

No Brasil, Tancredo Neves e José Sarney foram eleitos pelo colégio eleitoral, em eleições indiretas, convocada pela ditadura, e foi assim que o país, nas eleições seguintes, pode fazer eleições diretas.

Se bem que coerentemente, o Partido dos Trabalhadores não votou no Colégio Eleitoral, não apoiou Tancredo, quase dando a chance para Paulo Maluf ser presidente do Brasil, é que está registrado na história.

Óscar Arias continuou:

"Estou a pensar no povo de Honduras e isso é o que mais me anima e incentiva ao advogar pelo reconhecimento das eleições. O povo de Honduras não merece um novo furacão Mitch", disse ainda, fazendo referência ao fenômeno que, em novembro de 1998, devastou a região e deixou 20 mil mortos em vários países.

Arias falou sobre os processos eleitorais no Afeganistão e no Irã, que não foram considerados livres, apesar de os governos eleitos serem reconhecidos.

"O pior seria atuar com moral dupla", ressaltou, mas não quis responder a questões dos jornalistas sobre se fazia referência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que mantém relações com o Irã, mas já afirmou que não vai reconhecer as eleições hondurenhas.

"Não quero criar polêmica com ninguém", disse.

Depois disso Marco Aurélio Garcia, o TopTop, tem se revezado consigo mesmo em dá opiniões contraditórias sobre a posição brasileira em Honduras. No começo da semana disse que o governo americano ia ficar isolado apoiando a eleição e o resultado e com veemência disse que o Brasil não ia reconhecer as eleições nem dialogaria com o presidente eleito Porfirio “Pepe” Lobo.

Desde quinta feira adotou um discurso mais ameno sinalizando que apesar de continuar afirmando que a eleições foram ilegítimas, poderia se reconhecida sob algumas condições.

- “Consideramos que esta eleição é ilegítima. Mas se evidentemente tivesse tido uma fortíssima participação popular, não poderíamos ficar indiferentes a este dado. Uma coisa é repudiarmos a eleição como procedimento. Outra é considerarmos como um fato político. Para quem faz política, como fazemos, são elementos que devem ser considerados - disse.

Os jornalistas questionaram se não parecia um absurdo considerar algo ilegítimo e aceitá-lo em seguida.

Garcia não admitiu, mas, entre suas primeiras falas no começo da semana, e as da quinta feira, aconteceram dois fatos significativos:

Primeiro a previsão de Marcos Aurélio de que os Estados Unidos ficariam isolados, não aconteceu, pelo contrário, o Brasil e seu vizinhos liderados por Hugo Chávez, e que estão cada vez mais sozinhos em tentar dá um nó insolúvel para a crise hondurenha. Cada dia mais países sinalizam ou já apóiam totalmente a tese americana.

Depois, apesar de Lula continuar afirmando que não vai reconhecer o pleito, a candidata mãe, Dilma Rousseff deu os primeiros sinais de que o Brasil está abrindo as pernas. O sargentão Dilma, na Alemanha, entre uma fala e outra de Garcia, disse que o governo brasileiro terá que considerar as eleições hondurenhas nas discussões sobre a crise política no país:

- “Houve uma eleição. Há uma nova situação. Esse processo vai ser considerado. Não podemos desconsiderar o golpe, mas também não podemos desconsiderar as eleições” - disse Dilma.

Marco Aurélio Garcia, o TopTop, teve que correr atrás do prejuízo, pois não quer aparecer publicamente discordando de Dilma, já que desde outubro do ano passado, autonomeou-se coordenador da campanha da Ministra rumo ao planalto.

Assim a política externa brasileira, demonstra continuamente estar sem rumo e sem coordenação, guiada por amadores, e por conveniências momentâneas. Isso vai custar muito caro, no futuro imediato, do Brasil e dos brasileiros.


Nenhum comentário: