1 de dez. de 2009

IRÃ - ENERGIA ATOMICA: Ahmadinejad desafia ONU construindo mais 10 usinas

IRÃ - ENERGIA ATOMICA
Ahmadinejad desafia ONU construindo mais 10 usinas
Dois dias depois da Agência nuclear da ONU, aprovar uma moção contra o Irã pela construção de mais uma usina, Ahmadinejad anuncia que vai construir mais 10 e aparentemente não pretende dar muito mais satisfações para ninguém

Fontes: Reuters, EPA, Zero Hora, Reuters

Mahmoud Ahmadinejad resolveu peitar o Ocidente. Dois dias depois de ter recebido uma moção de censura da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da ONU, pela construção de mais uma usina atômica secreta perto da cidade de Qom, anunciou, através de publicações interna, a construção de mais 10 usinas de enriquecimento de urânio, no país.

Onde ordenava que a agência atômica iraniana começasse o mais cedo possível a construção das cinco plantas cuja localização já foi decidida e escolhesse imediatamente onde serão erguidas as outras cinco

Dirigindo-se ao público interno o presidente iraniano disse que o Irã precisa urgentemente de mais energia para cumprir os objetivos do seu plano de desenvolvimento.

Em entrevista televisionada à nação, o líder iraniano desprezou o impacto de possíveis sanções internacionais e insistiu em que a ordem mundial atual "está em franco declive" e se dirige "para uma nova era", e ressaltou que não espera uma mudança na política do presidente americano, Barack Obama.

"Isolar o Irã é impossível. Fazemos parte do Oriente Médio, que é a região mais estratégica do mundo. O Irã é uma grande potência no Oriente Médio", afirmou.

Ahmadinejad se mostrou convencido de que Teerã desempenha um papel primordial no cenário internacional, e deu como exemplo da impossibilidade de isolamento a "bem-sucedida" viagem feita na semana passada a três países da América do Sul e dois da África, e em particular sua visita ao Brasil.

"Eles (a comunidade internacional) precisam mais de nós do que nós precisamos deles", afirmou.

Além disso, insistiu em sua ideia de que é necessário um sistema mundial mais justo, e que a ordem atual, herdeira do "colonialismo" e dominada pelas "potências arrogantes", está em declive.

Foto: Reuters

Uma visão geral mostra a usina nuclear em Bushehr, cerca de 1,215 km (755 milhas) ao sul de Teerã,

"Estão administrando o mundo de uma maneira irresponsável. O Irã pode ser uma fonte para o novo desenvolvimento mundial", disse.

Depois, passou a opinar sobre o conflito em torno do programa nuclear iraniano, que, segundo ele, "foi politizado e sabotado por alguns países", em particular por Reino Unido e Israel.

"A questão nuclear iraniana já foi resolvida. Não vamos negociar mais sobre este assunto. Não é necessário mais diálogo", afirmou.

Neste sentido, Ahmadinejad reiterou que "o Irã fez tudo de forma legal, como foi reconhecido. Somos contra, por princípio, às armas nucleares".

Ahmadinejad qualificou também de "ilegal e sem fundamento" a recente resolução de condenação da AIEA ao Irã devido ao programa nuclear iraniano, e advertiu à Rússia que cometeu "um erro" ao apoiá-la.

A este respeito, insistiu em que seu país manterá a relação com a AIEA, mas ressaltou que reduzirá sua cooperação ao mínimo.

Foto: Reuters

A descoberta por satélite da construção de uma usina secreta em Qom

"Há dois tipos de cooperação: a entusiasmada e a que está de acordo com a lei. Não haverá mais cooperação amigável e se limitará ao que estritamente determina a lei", disse.

O líder disse que a República Islâmica tem tecnologia para o enriquecimento de urânio e que pode produzir o combustível necessário com seus próprios meios.

"Fomos nós que propusemos ao 5+1 (grupo de negociação) a troca de urânio, porque queríamos dar uma oportunidade", afirmou.

Sobre as possíveis consequências futuras, o presidente iraniano reiterou que seu país não está preocupado, porque o impacto das sanções seria mínimo, como ocorreu com as atuais, e as possibilidades de um ataque bélico são nulas.

Ahmadinejad também aproveitou a oportunidade para criticar mais uma vez a política de Obama, sobre quem disse que não cumpriu as promessas de mudança, ao manter a mesma via do antecessor, George W. Bush.

"É preocupante a atitude de Obama. Prometeu mudanças, mas mantém a política de Bush. Não haverá mudanças na política dos Estados Unidos sob Obama. Não vimos passos positivos", disse.


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