CORRUPÇÃO: Lula, o hediondo

CORRUPÇÃO Lula, o hediondo Lula criticando os outros corruptos soa como o “sujo falando do mal lavado”. No auge do cinismo enviou para o congresso, uma lei que torna a corrupção crime hediondo, mas teve o cuidado, porém, de mandar como projeto de lei e não como medida provisória, pois se entra logo em vigor acabaria lhe alcançando Fotomontagem Toinho de Passira Fontes: Estadão, Observatório da Imprensa, Jurisway, Internext Depois de sete anos a frente de um dos mais corruptos governos da história da civilização ocidental, o presidente Luis Inácio Lula da Silva, saca dos escaninhos empoeirados da Procuradoria Geral da União, que havia sugerido sua adoção há anos, um projeto de lei que caracteriza como hediondo os crimes de corrupção. Uma despudorada jogada de marketing no momento em que pesam contra a oposição sérias acusações de atos de corrupção. Impressiona o seu cinismo em comparecer, só agora e pela primeira vez, a uma cerimônia anualmente celebrada em todo mundo, desta vez realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Organização das Nações Unidas (ONU) para marcar o Dia Internacional contra a Corrupção. Note-se que essa data, escolhida como o Dia Internacional contra a Corrupção, é uma referência à assinatura da Convenção da ONU contra a Corrupção, ocorrida no dia 9 de dezembro de 2003, na cidade mexicana de Mérida. Exatamente à época em que o Governo Lula e o seu Partido dos Trabalhadores, capitaneavam o mensalão federal, associados ao mega corrupto Marcos Valério, que só viria à tona, em 2005, denunciado por um dos seus correligionários, o execrável deputado Roberto Jefferson, que possuía um cheque branco político, que lhe havia sido entregue pelo presidente da república, que agora tardiamente finge querer combater a corrupção. Talvez o presidente tenha comparecido ao evento por ter entendido que era o dia internacional da corrupção, imaginando que seria homenageado, como o corrupto ingênuo da década, aquele que finge nada saber, com destaque a sua atuação como protetor dos corruptos desmascarados, sempre acreditando na inocência dos companheiros "aloprados”, dirigindo-lhes palavras de carinho e abraços fraternais. Não se fez de rogado quando descobriu que no local acontecia um ato de combate a corrupção e usou da palavra para teorizar de improviso, com muita propriedade, sobre corruptos e corrupção, uma matéria que demonstrou conhecer com uma sapiência digna de quem defendia uma tese de mestrado. Começou traindo-se ao falar no projeto de lei, que lei que enviou ao congresso, que transforma o em hediondo o crime de corrupção. "Pode ser que não resolva, mas pelo menos a gente começa a passar para a sociedade (a idéia de) que não há impunidade. Está muito forte na cabeça das pessoas que o cara que rouba um pão vai preso e que o que rouba R$ 1 milhão não vai preso". SEMELHANÇA - Luis XVI e Collor sancionaram leis que acabaram lhes degolando Lula diz claramente que enviou a lei só para fingir que quer combater a corrupção, que exibir para a sociedade a desfaçatez de que é um governante honesto, mais não tem o menor interesse de ver o texto aprovado, tanto que o mandou em forma de Projeto de Lei, a forma mais morosa de tramitação de um texto legal, dentro do Congresso, não pediu urgência, não vai mover uma palha para sua aprovação. Adiante descreveu o corrupto, com a propriedade de quem estivesse diante de um espelho falando de si mesmo: - “... às vezes, o corrupto "é o cara que mais tem cara de amigo, é o que mais denuncia, porque acha que não será pego". E acrescentou: "Temos que fazer o que estiver ao nosso alcance, para que, se não for possível acabar com toda a corrupção, pelo menos acabar com a maior parte dela." Explicando, o presidente disse que quer acabar com parte da corrupção, a corrupção alienígena, aquela que não for a gerada pelo seu governo. Adiante avalia que não há um país no mundo que disponha de um sistema de fiscalização maior do que o existente no Brasil. Mas não diz que se uniu aos lobbies das empreiteiras para reduzir os poderes do Tribunal de Contas de União, incomodados com a descoberta e combate dos superfaturamentos das obras do PAC. Não disse também que se queixa permanentemente do Ministério Público Federal nas ocasiões rotineiras de denuncias de corrupção envolvendo integrantes do seu governo. Em nossa opinião a oposição deveria aproveitar o tema, e adotar o projeto de lei de Lula, pedir que seja posta um urgência urgentíssima, na sua tramitação, tomar essa bandeira das mãos de Lula, e fazê-lo sancionar o mais depressa possível, uma lei, que pode alcançá-lo num futuro breve, já que a lei não pode retroagir para enquadrá-lo pelas corrupções passadas. Imaginemos que o feitiço pode virar contra o feiticeiro, e Lula se tornar uma dos corruptos hediondos que ele mesmo gerou. Não seria lindo? Ninguém pode esquecer que foi o dispositivo de obrigatoriedade de tornar todos os cheques nominais, contido na Lei 8.024, instituído pelo “moralizador” Plano Collor, que acabou flagrando o presidente Fernando Collor de Mello recebendo cheques oriundos de Paulo César Farias e sua turma, que acabou motivando a sua cassação. Diz à lenda que outro Inácio, Joseph Ignace Guillotin, sugeriu a guilhotina como instrumento de execução da Revolução Francesa, e acabou sendo uma dos quase 18 mil condenados a ter a cabeça decepada em praça pública. Por sinal, foi um Luis, Luís XVI, o rei da França, quem sancionou a lei que institui o uso da guilhotina, para a execução dos criminosos e um ano depois, acabou com a sua cabeça coroada separada do corpo pela lamina justiceira. Não será, pois inédito, se outro Luis Inácio, imaginando-se intocável, seja alcançado pela guilhotina da lei que ele mesmo criou e virá a sancionar, pensando que valia apenas para castigar os outros. IRONIA: A guilhotina, que Luis XVI institui como a maquina que deveria castigar os criminosos, acabou separando a sua cabeça do seu corpo.