Bolívia: Preso politico concorrerá a vice-presidência

Bolívia: Preso politico concorrerá a vice-presidência O ex-governador de Pando Leopoldo Fernández do presídio onde Morales o colocou arma um bote oposicionista contra o presidente que concorre a reeleição. Foto: AP Leopoldo Fernández, um candidato encarcerado Fontes: O Globo, Alto Acre, La Prensa, La Razon O ex-governador de Pando Leopoldo Fernández se juntou aos esforços da oposição para enfrentar o presidente Evo Morales nas eleições de dezembro. Detido há dez meses, Fernández será o companheiro de chapa de Manfred Reyes Villa. A candidatura do ex-governante à vice-presidência abriu um inédito caso político e jurídico no país, já que ele está preso e ainda não foi julgado. Fernández é acusado, pelo governo de Evo Morales, por ter resistido a aprovação que da constituição que dava ao presidente possibilidade de reeleições sem limites, foi acusado de ter liderado, em setembro de 2008, os atos de violência que deixaram 13 mortos no departamento que governava. O processo não se conclui, e Morales obstrui legal e ilegalmente, as possibilidades de habeas corpus, para que o opositor responda o processo em liberdade. Resultado, como não foi condenado, Leopoldo está em gozo dos plenos direitos de cidadão e como tal poderá se candidatar. Já Reyes Villa, (foto) que perdeu o governo de Cochabamba, foi retirado de seu cargo após o referendo revogatório de agosto do último ano. Os ex-governadores são dois grandes oposicionistas de Morales, que tenta a reeleição no próximo pleito. Fernández e Reyes Villa juntam-se ainda ao ex-governador de La Paz José Luís Paredes, que também deixou o posto em agosto de 2008 e preside a sigla Plan Progreso, legenda que os acompanhará em dezembro. A inesperada aliança entre os três oposicionistas foi anunciada apenas 24 horas após os governadores de Santa Cruz, Tarija, Chuquisaca e Beni - todos de oposição - terem fracassado em sua enésima tentativa de formar uma frente única contra Morales. Também continua tentando se lançar candidato o ex-presidente Jorge Quiroga (que governou o país de 2001 a 2002), o ex-vice-presidente Victor Hugo Cárdenas (vice de Gonzalo Sánchez de Lozada, que governou de 1993 a 1997), o empresário Samuel Doria Medina, o prefeito de Potosí, René Joaquino, e o ex-presidente do comitê cívico de Santa Cruz German Antelo. O prazo para inscrição termina em seis dias. Em dezembro, os bolivianos elegerão também 36 senadores e 130 deputados para a Assembleia Plurinacional Legislativa, casa que substituirá o Congresso. O processo eleitoral, implementado com a nova Constituição (aprovada em fevereiro passado), terminará em abril de 2010 com a renovação dos cargos de governadores e prefeitos. Evo Morales a todo custo vai tentar evitar que essa candidatura se concretize, mas corre o risco de vê as oposições se unirem realmente contra ele.