Morre turista atacada por tubarão em Recife
BRASIL - Pernambuco Morre turista atacada por tubarão em Recife Não resistiu aos ferimentos e morreu nesta segunda-feira (22) a jovem paulista, Bruna Silva Gobbi, vítima de um ataque de tubarão na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Passava férias na capital pernambucana com a família, foi atacada pelo animal por volta das 13h, quando tomava banho no mar e foi arrastada pela correnteza causada pela chamada corrente de retorno, para uma área de maior profundidade, embora próximo da praia. O banho de mar no cartão-postal da cidade virou tragédia. E voltou a assombrar a população.
Foto: Priscila Miranda / G1 Postado por Toinho de Passira Morreu, por volta das 23h30 de segunda-feira (22), a jovem Bruna Silva Gobbi, 18 anos, vítima de um ataque de tubarão nesta tarde na praia de Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Esse foi o 59º ataque de tubarão no litoral pernambucano e a 24ª morte, desde 1992, quando teve início a contagem desse tipo de incidente. Bruna estava com uma prima quando foi atacada, por volta das 13h20 desta segunda. As jovens estavam na praia de Boa Viagem, na altura do edifício Castelinho. “Estávamos em um grupo de pessoas, eu, ela, nossos primos de Olinda, a mãe dela e a avó. Eu e ela estávamos no raso e percebemos que tinha um buraco, um declive, e não conseguíamos pisar no chão. Nessa hora um dos nossos primos pediu ajuda a um dos salva-vidas. Pouco depois de eu ter sido colocada no jet-ski dos Bombeiros, Bruna foi atacada", relembrou Daniele Souza Gobbi, em conversa com o jornalistas. O que a jovem define como declive é, na verdade, uma forte correnteza causada pela chamada corrente de retorno. "É uma corrente muito forte e precisa saber nadar muito bem para escapar. Bruna e a outra pessoa que estava com ela foram arrastadas mais para dentro do mar. São correntes comuns em qualquer praia, não são uma particularidade do Recife”, explica a presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), Rosângela Lessa, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O momento do ataque e o socorro dos Bombeiros foi registrado pelas câmeras de monitoramento do projeto Segurança na Orla, da Secretaria de Defesa Social (SDS)
As imagens mostram a movimentação de Bruna e Daniele no mar, além da chegada dos bombeiros e manchas de sangue na água após o ataque. No vídeo, dois bombeiros aparecem entrando no mar a nado para resgatá-las. Usando um jet-sky, um terceiro bombeiro resgata as banhistas. Depois, todos saem em direção à faixa de areia.
Noticiou-se também, que a família de Bruna Gobbi foi informada pelo Corpo de Bombeiros que estava em uma área de risco. Mesmo assim, o grupo teria se recusado a sair do mar.
"A família foi abordada pelos bombeiros, que explicaram que era uma área em que havia possibilidade de ataques e pediram que saíssem da água. Eles então ficaram monitorando [o grupo] do posto de observação, tanto que chegaram ao ponto rapidamente, quando o ataque ocorreu", explicou Rosângela Lessa. Esta época do ano também é um fator de risco a mais, acrescentou a presidente do Cemit. "Estamos em um período de águas turvas, em que a probabilidade de ataques é mais alta, por causa das chuvas do inverno e da grande quantidade de material em suspensão que vem dos rios. Além disso, temos na cidade um monte de gente de férias, que costuma não acreditar no que dizem as placas", continuou, se referindo à sinalização que alerta para o risco de ataque de tubarão no litoral pernambucano. De acordo com a presidente do Cemit, há 44 pares de placas sinalizando a ocorrência de ataques de tubarões, espalhados em 30 quilômetros do litoral pernambucano - uma delas, a menos de 100m do local do incidente desta segunda. Sem exames do ferimento, não é possível precisar a espécie do tubarão que atacou a jovem paulistana. "A gente só pode supor, dentro de uma hipótese bem ampla, que são as espécies que já se envolveram em incidentes anteriores, que são o cabeça-chata e o tigre", finalizou. A cirurgiã vascular Maria Cláudia Albuquerque, do Hospital da Restauração, que atendeu Bruna Gobbi, falando a imprensa disse que a paciente chegou ao hospital com a pressão a zero, em um estado extremamente grave. "A lesão apresentada no membro foi muito extensa. Pedaços da musculatura e do tecido ósseo foram perdidos. Precisávamos de uma atitude rápida para conter o sangramento e tentar salvar a vida da paciente", detalhou a médica. Bruna deu entrada no HR após ser transferida da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro da Imbiribeira. Nas duas unidades de saúde e no caminho entre a UPA e o hospital, ela sofreu paradas cardiorrespiratórias. A jovem foi submetida a uma cirurgia por volta das 15h, onde teve parte de membro inferior amputado. Após o procedimento, foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Seu estado era grave, com respiração através de aparelhos e uso de drogas vasoativas.
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