8 de jul. de 2013

Violência aumentam impasse em Egito dividido

EGITO
Violência aumentam impasse em Egito dividido
A morte de 51 manifestantes partidários do presidente deposto, Mohammed Morsi, aumenta as dúvidas sobre o futuro egípcio. O movimento Irmandade Muçulmana, de Morsi, acusa os militares de abrirem fogo contra seus partidários, enquanto soldados dizem que um grupo terrorista seria responsável pela ação. O Egito não está longe de uma sangrenta guerra civil

Foto: Louafi Larbi / Reuters

Manifestantes partidários do ex-presidente egípcio Mohamed Mursi levar um homem ferido durante confrontos fora do prédio da Guarda Republicana no Cairo

Postado por Toinho de Passira
Fonte:   BBC Brasil, The New York Times,

Um clima sombrio pairava sobre o Cairo na manhã desta segunda-feira após os relatos de que ao menos 51 pessoas foram mortas e mais de 300 ficaram feridos, todos ou quase todos alvejados por tiros disparados pelas forças de segurança, durante um protesto em apoio ao presidente deposto Mohammed Morsi.

Testemunhas asseveram que os militares dispararam contra centenas de apoiantes de Morsi, enquanto estes rezavam na madrugada desta segunda-feira em frente ao local onde se acredita ele esteja detido.

A onda crescente de violência diminui, ainda mais, qualquer esperança de uma reconciliação política.

Porta-vozes do exército e da polícia, disseram, em uma coletiva de imprensa, defendendo o uso da força mortal que foram atacados primeiro, e que dois soldados e dois policiais também foram mortos. Testemunhas asseguram que pelo menos um dos policiais foi morto por um soldado das forças de segurança.

O incidente não é o primeiro. Na sexta-feira, três manifestantes pró-Morsi foram mortos no mesmo local.

Diante do que qualificou de "massacre" desta segunda-feira, o partido islamista linha-dura Nour, grupo salafista que apoiou o golpe contra Morsi, anunciou que vai se retirar das negociações com o presidente interino Adly Mansour para buscar uma saída para a crise política.

Mansour lamentou o ocorrido, pediu calma à população e ordenou a abertura de uma investigação para apurar as circunstâncias em que as mortes ocorreram.

Apesar de o Nour ter apoiado a ação do Exército, o partido tem sido cauteloso em relação ao isolamento da Irmandade Muçulmana e vetou a nomeação de dois possíveis primeiros-ministros porque a Irmandade não foi consultada na seleção desses nomes.

Um dos nomes rejeitados pelo Nour, o líder opositor Mohamed ElBaradei, condenou a violência e pediu uma "investigação imediata, independente e transparente", dizendo que o Egito necessita de reconciliação "desesperadamente".

O Partido Justiça e Liberdade – braço político da Irmandade Muçulmana - que conseguiu quase metade dos assentos na eleição histórica do ano passado, pediu aos egípcios que organizem um levante em resposta ao incidente contra os que estão tentando roubar sua revolução com tanques.

O grupo também pediu à comunidade internacional e a todas a pessoas livres do mundo que intervenham para evitar novos massacres e que o Egito se torne a "nova Síria".

Foto: Wissam Nassar/The New York Times

Manifestantes favoráveis a Morsi, feridos recebem atendimento médico de emergência no meio da rua, no Cairo.

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