Durante protesto, publicitária perde o olho,
atingida por granada de luz, atirada pela PM
BRASIL – Povo nas ruas Durante protesto, publicitária perde o olho, atingida por granada de luz, atirada pela PM Durante a manifestação do dia 20 de junho, quando milhões foram as ruas do país, uma passeata pacífica no centro do Rio, transformou-se num ato violento. e houve confronto. A Polícia reagiu a vândalos que depredavam tudo pela frente. No meio disso a publicitária foi atingida por um artefato lançado pela tropa e perdeu o olho esquerdo Foto: Fábio Seixo/O Globo Toinho de Passira O ápice dos protestos de junho ocorreu no dia 20, quando mais de um milhão de pessoas foram às ruas do país. É uma noite da qual a jovem publicitária Renata da Paz Ataíde, de 26 anos, jamais se esquecerá. No Centro do Rio, segundo a PM, formavam um conjunto de 300 mil. Naquele dia, uma manifestação que por mais de duas horas se manteve pacífica repentinamente se descontrolou. Um grupo de vândalos atacou o prédio da prefeitura na Avenida Presidente Vargas e, depois, o da Assembleia Legislativa, na Rua Primeiro de Março. Sinalização de rua, pontos de ônibus e agências bancárias foram depredados. A Tropa de Choque da PM reagiu com balas de borracha, gás de pimenta e bombas de efeito moral. O clima foi tenso, as pessoas não sabiam para onde ir. E ali, perdida entre as ruelas do Centro, Renata perdeu o olho esquerdo após uma explosão. A noite começara bem. — Parecia clima de Copa do Mundo — ela lembra. — No metrô havia crianças, bandeiras, gente com a cara pintada. Roqueira, Renata trazia uma cartolina na qual escreveu em letras grandes “Que país é este?” e, abaixo, “Todos acreditam no futuro da nação”. Ela não foi sozinha. Renata é de Belém, Pará. Mudou-se para o Rio no dia 27 de janeiro. Primeira experiência longe da casa materna. Enquanto faz uma pós-graduação em marketing digital na ESPM, busca emprego. E divide um agradável apartamento na Tijuca com um amigo e uma amiga. O carioca Jorge Pereira, de 27 anos, estudante de Engenharia Mecânica na Uerj, é um deles. Foram juntos, de metrô. Saltaram na Presidente Vargas pela Uruguaiana quando já estava próximo das 19h. Seguiram com o povo para a prefeitura. A multidão cantou o hino. — Eu estava muito feliz — conta Renata. O clima ameno não se manteria por muito tempo. Quando já estavam no meio do caminho, começaram a ouvir de longe o barulho das explosões. Aí, o primeiro momento de pânico: pessoas correndo de volta. Ambos decidiram voltar. Foi também quando viram os primeiros vândalos depredando placas publicitárias. Foto: Tomaz Silva/ABr PRÓTESE: MAIS DE R$ 100 MIL |
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