1 de mai. de 2012

No dia do Trabalho Dilma cobrar queda de juros bancários

BRASIL
No dia do Trabalho Dilma cobrar queda de juros bancários
A presidente Dilma aproveitou a comemoração do Dia do Trabalho para cobrar dos bancos privados, em cadeia nacional de rádio e TV, uma redução maior dos juros. Segundo ela, não há como explicar os patamares praticados. Dilma disse que o Banco Central tem reduzido a taxa básica de juros (Selic) nos últimos meses e que a queda tem que chegar ao consumidor.

Foto: Captura de vídeo

Durante o pronunciamento a presidenta Dilma disse que instituições financeiras privadas se utilizam de 'lógica perversa'

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Agência Brasil , Folha de São Paulo

A presidente Dilma Rousseff aproveitou a comemoração do Dia do Trabalho para cobrar dos bancos privados, em cadeia nacional de rádio e televisão, a redução mais contundente das taxas de juros.

Dilma afirmou que não há justificativa para os patamares praticados e que o setor financeiro “não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros”.

“É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo. Esses valores não podem continuar tão altos. O Brasil de hoje não justifica isso”, disse a presidente.

Dilma lembrou que o Banco Central tem reduzido nos últimos meses a taxa básica de juros, a Selic, e que isso também precisa se traduzir para o consumidor, com a diminuição de taxas para empréstimos, cartões de crédito, cheque especial e crédito consignado.

“Os bancos não podem continuar cobrando os mesmos juros para empresas e para o consumidor, enquanto a taxa básica Selic cai, a economia se mantém estável e a maioria esmagadora dos brasileiros honra, com presteza e honestidade, os seus compromissos. O setor financeiro, portanto, não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros.”

Em seu pronunciamento, Dilma argumenta ser “importante” que os bancos privados sigam os públicos, que puxaram a redução nas últimas semanas, e são “bom exemplo da saudável concorrência de mercado”.

O embate do governo com os bancos privados começou no mês passado. Representante da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal negociava com o governo meios para a redução de juros.

Após reuniões com a equipe de Guido Mantega (Fazenda), contudo, ele criou um impasse ao dizer que “a bola” estava com o governo.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, teve de entrar no circuito e reabrir as conversas diretamente com os grandes bancos. Portugal saiu da discussão.

De lá para cá, os dois maiores bancos públicos do país, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, lideraram um processo de redução nas taxas, o que foi seguido pelas instituições privadas.

Dentro do governo, a medida é avaliada como popular -o que ajuda a explicar o pronunciamento de ontem.

Na semana retrasada, os juros básicos do Banco Central foram reduzidos para 9% e desceram ao menor patamar em termos reais (descontada a inflação) na história recente do Brasil.

Procurada, a Febraban afirmou que não iria se pronunciar sobre a fala da presidente.

Sem fazer referência direta ao caso Cachoeira, que resultou na criação de uma CPI no Congresso, Dilma disse ainda em seu pronunciamento na TV que vai enfrentar os “malfeitores”.

“Vamos continuar buscando meios de baixar impostos, de combater os malfeitos e os malfeitores. E cada vez mais estimular as coisas bem feitas e as pessoas honestas de nosso país”, afirmou.


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