COLÔMBIA FARC libertam jornalista francês sequestrado há um mês
O jornalista francês foi libertado nesta quarta-feira pela guerrilha das Farc, no povoado de San Isidro, sul da Colômbia. Saudado por habitantes do local, o jornalista caminhou pelas ruas do povoado e concedeu entrevistas, antes de se reunir com a comissão humanitária que veio buscá-lo, após ele ter passado 32 dias em cativeiro. Foto: GettY Images
Jornalista Romeo Langlois chegando no povoado de San Isidro cercado pelos guerrilheiros Postado por Toinho de Passira Fontes: Diário de Pernambuco , Veja, Jornal do Brasil, Semana, Reuters
O jornalista francês Romeo Langlois foi libertado nesta quarta-feira pela guerrilha das Farc, no povoado de San Isidro, sul da Colômbia.
Saudado por moradores, o jornalista caminhou pelas ruas do povoado e concedeu entrevistas, antes de se reunir com a comissão humanitária que veio buscá-lo, após ele ter passado 32 dias em cativeiro.
Guerrilheiros das Farc leram um documento intitulado "Desagravo a Romeo", em que garantem que entregam o jornalista "em boas condições", e pedem desculpas por terem-no classificado como prisioneiro de guerra.
"Aceito as desculpas, mas não compactuo com a decisão de me manter preso por 33 dias", respondeu o jornalista em um ato público organizado no povoado pelos guerrilheiros.
"Para a França, este é um momento muito aguardado há pouco mais de um mês", lembrou o enviado do governo francês, Jean-Baptiste Chauvin. "Estou muito satisfeito e aliviado por receber meu compatriota. Este é um momento de grande alívio, porque Romeo poderá dar continuidade a seu trabalho jornalístico e se reunir com a família." Foto: Getty Images
A ex-senador Piedad Córdoba, que sempre é escolhida pelas FARC para compor as missões humanitárias, recebe o jornalista Langlois, das mãos dos guerrilheiros Além de Chauvin, a missão é integrada pela ex-senadora Piedad Córdoba e por delegados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Langlois, de 35 anos, correspondente do canal de TV France 24, disse que, em nenhum momento, ficou amarrado: "Sempre me trataram como um convidado e foram respeitosos. Além do fato de eu ter ficado preso por um mês quando estava ferido, de resto foi tudo bem. Não posso me queixar."
Em Paris, o presidente francês, François Hollande, comemorou a libertação. "Nosso compatriota, Romeo Langlois, sequestrado pelas Farc em 28 de abril, acaba de recuperar sua liberdade. É um momento de grande alegria, e compartilho plenamente a felicidade e o alívio de sua família, seus amigos e da redação da France 24", disse.
A França tem outros sete cidadãos mantidos como reféns no exterior, incluindo seis na região do Sahel, na África, e um oficial de inteligência na Somália.
O jornalista foi sequestrado em 28 de abril, quando a patrulha com a qual se deslocava para fazer uma reportagem sobre operações contra o tráfico de drogas foi atacada por guerrilheiros, em Caquetá. Quatro militares morreram no combate, e Langlois foi ferido em um dos braços, entregando-se, em seguida, aos rebeldes.
"Não precisava desta experiência para conhecer o conflito colombiano ou a guerrilha. Tenho a convicção de que é preciso seguir cobrindo este conflito. Comigo, fez-se política de vários lados. Acho triste que seja necessário sequestrar alguém para que as pessoas venham até esta região", lamentou o jornalista.
No povoado onde aconteceu a entrega de Langlois, um ato político foi organizado pela guerrilha.
"Este é um dia muito feliz", disse Piedad Córdoba em seu discurso. A ex-senadora, que já mediou libertações de reféns das Farc, fez um apelo à reconciliação e destacou que, com a entrega do jornalista francês, a guerrilha respeitou o direito humanitário internacional. Foto:Associated Press
Centenas de moradores de regiões vizinhas assistiram ao ato, que foi filmado pelo próprio Langlois. Um líder guerrilheiro leu um comunicado da direção das Farc, segundo o qual "o povo está farto dos governos oligárquicos e corruptos que se negam a atender às reivindicações".
"Os últimos acontecimentos mostram que há um fervor envolvendo a necessidade de se alcançar a paz com dignidade e justiça social", afirma o texto, escrito em 27 de maio.
Para facilitar a libertação, as operações militares na região foram suspensas das 18h00 locais desta terça até as 06h00 de quinta-feira, segundo os protocolos de segurança acertados com o governo colombiano.
Há duas semanas, as Farc anunciaram sua intenção de entregar Langlois unilateralmente a uma missão humanitária.
"Para a França, este é um momento muito aguardado há pouco mais de um mês", lembrou o enviado do governo francês, Jean-Baptiste Chauvin. "Estou muito satisfeito e aliviado por receber meu compatriota. Este é um momento de grande alívio, porque Romeo poderá dar continuidade a seu trabalho jornalístico e se reunir com a família."
Langlois, 35, correspondente do canal de TV France 24, disse que, em nenhum momento, ficou amarrado: "Sempre me trataram como um convidado e foram respeitosos. Além do fato de eu ter ficado preso por um mês quando estava ferido, de resto foi tudo bem. Não posso me queixar."
O jornalista foi sequestrado em 28 de abril, quando a patrulha com a qual se deslocava para fazer uma reportagem sobre operações contra o tráfico de drogas foi atacada por guerrilheiros, em Caquetá. Quatro militares morreram no combate, e Langlois foi ferido em um dos braços, entregando-se, em seguida, aos rebeldes.
"Não precisava desta experiência para conhecer o conflito colombiano ou a guerrilha. Tenho a convicção de que é preciso seguir cobrindo este conflito. Comigo, fez-se política de vários lados. Acho triste que seja necessário sequestrar alguém para que as pessoas venham até esta região", lamentou o jornalista.
As Farc contam no momento com 9,2 mil combatentes, segundo o Ministério da Defesa colombiano. Começaram como um movimento camponês marxista nos anos 1960 depois passaram a sequestrar, extorquir e traficar drogas para financiar a sua insurgência. União Europeia e Estados Unidos classificam as Farc como grupo terrorista. Foto: Getty Image/Associated Press
Os fotografos registraram a beleza de duas guerrilheirs que acompanhavam o grupo que conduzia o jornalista |
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