Vamos dá a Jobim, o que é de Jobim, ele não é apenas testemunha dessa sombria história do encontro de Gilmar e Lula, ele é cumplice ativo e comparsa de luxo da trama.
Quando se imaginava que Jobim havia saído de cena, pendurado a sucuri e nos deixado em paz, eis que ele ressurge das sombras.
Postado por Toinho de Passira
Neste episódio grotesco protagonizado pelo ex-presidente Lula e pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, imiscui-se um personagem menor, um figurante que teima em aparecer como papagaio de pirata da história, o ex-deputado constitucional, ex-ministro da Justiça, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, ex-ministro da Defesa, Nelson Sucuri Jobim.
Como Lula não fala do episódio - quem emitiu uma nota de indignação foi o Instituto Lula, uma pessoa jurídica - e Jobim a cada vez que se pronuncia sobre os fatos, conta uma versão diferente, sentimo-nos autorizados a fazer ilações sobre os acontecimentos.
Será que Jobim ao convidar Gilmar Mendes ao seu escritório armadilha, sabia o que Lula ia aprontar? Pelo que foi divulgado até agora, parece que sim. Foi preciso dois energúmenos, Lula-Jobim, para bolar esse plano original, com inúmeras possibilidades de não dá certo, imaginando que seria um sucesso.
Em resumo, Gilmar Mendes foi atraído para uma arapuca encomendada por Lula e engatilhada por Nelson Jobim. O ministro do Supremo não tinha como declinar do convite de ir até o escritório de um ex-colega, e ex-presidente do STF, Nelson Jobim, para encontrar-se com o ex-presidente da república. Seria uma descortesia. Não havia nada que o fizesse supor que estava caindo numa emboscada.
Jobim mancomunado por Lula, ficou encarregado de encaminhar a conversa para os lados do mensalão, abrindo o tema, permitindo ao ex-líder sindical sugerir o adiamento do julgamento. Com a falta de receptividade de Gilmar Mendes, Lula adiantou algumas falas e com a falta de sutileza que lhe é peculiar, perguntou de supetão sobre a viagem de Gilmar à Berlim. Havia na mídia noticias maliciosas que o ministro acompanhara o maldito senador Demóstenes na viagem, a bordo de um jatinho de Carlinhos Cachoeira.
Gilmar que fala alemão, entende aonde Lula queria chegar, não vacilou em esnobou o ex-presidente dizendo que vai à Berlim, com a mesma naturalidade e assiduidade que ele ia a São Bernardo do Campo, e sem se intimidar declinou da proteção na CPI.
Como ex-ministro do Supremo, Jobim, não pode alegar ingenuidade, caberia a ele nesse momento, por panos quentes na questão procurado conter ex-presidente, que avançava célere no pantanoso terreno da chantagem, da intromissão na independência do judiciário, da falta de ética, de educação, da civilidade, da canalhice e do escambau.
Consta, que mais que silenciar, Jobim ficou pondo lenha na fogueira, dando deixas, assessorando Lula, no seu intento pouco republicano de constranger um ministro da suprema corte. Analisando assim de lupa, com cuidado, vê-se que Jobim, não é apenas testemunha única dos fatos, na verdade é o cúmplice de Lula, um réptil asqueroso camuflado na folhagem da indignidade, como a sua constrangida sucuri.
Pelo que eles pretendiam, o resultado não poderia ser pior: tudo leva a crer que o Supremo vai agora, mais ainda por causa deles, ter que apressar o julgamento do Mensalão; a CPI de Cachoeira está descontrolada e indo em todas as direções, atingido oposição e aliados da base governista; a possível condenação de petistas pelo STF vai influir negativamente no resultado das eleições, notadamente, em grandes centros como São Paulo; o que é melhor, eles, Lula-Jobim, estão sendo execrados pela opinião pública e principalmente pelos mensaleiros (temeroso de uma rebordosa do STF) e pelos candidatos da base aliada, supondo maiores dificuldades no pleito de outubro.
Para Nelson Jobim, porém, esse é um momento de glória: ele conseguiu retornar à cena como um figurante com falas e nominado nos créditos finais da trama. É bem verdade que isso só foi possível porque a tragicomédia tem um elenco reduzido, os outros atores são canastrões, como ele, e pesou também o fato dele ser o dono da locação.
Mas Jobim, nem precisava se esforçar tanto: há muito, pelo conjunto da “obra” ele já tem garantida uma destacada vaga no panteão lixão da história.
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