17 de mai. de 2012

Inaugurado por Lula, navio só ficou pronto agora, dois anos depois

PERNAMBUCO
Inaugurado por Lula, navio só ficou pronto dois anos depois
Lula e Dilma fizeram do lançamento do Petroleiro João Cândido, em 2010, um monumental e ilegal evento de campanha. O que todos sabiam, é que tudo era uma encenação, que o navio estava longe de ser concluído, que o projeto enfrentava dificuldades e que não seria entregue no prazo previsto. Mas a única coisa que realmente importava, na ocasião era enganar o eleitor. Agora a farsa se revela com a entrega do navio, finalmente pronto, dois anos depois da inauguração fajuta.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O petroleiro João Candido, lançado ao mar, em 2010, na presença do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de pré-candidata petista Dilma Rousseff, em maio de 2010, uma monumental farsa eleitoreira.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Blog do Jamildo, G1, Diário de Pernambuco, ”thepassiranews”, Estaleiro Atlântico Sul, Naval, Estadão, Jornal do Comércio, Blog do Jamildo

Confirmou-se que aquele navio da Petrobras produzido pelo estaleiro Atlântico Sul, em Suape Pernambuco, o Petroleiro João Cândido “lançado” por Lula, na pré-campanha da sua candidata Dilma Rousseff, em 07 de maio de 2010, era apenas uma carcaça flutuante.

Cercado de Ministros, com toda pompa e circunstância Lula e a candidata se emocionaram vendo o navio precariamente flutuando no dique.

Essa inauguração de mentirinha custou alguns milhões e atrasou o projeto. A queima de etapas para fazer o navio ser lançado ao mar, e simular uma inauguração que não devia honestamente acontecer, por certo, atrapalhou o cronograma do projeto e aumentou os custos finais do empreendimento.

O lançamento do navio, em 7 de maio de 2010, foi uma festa única na cidade-sede do estaleiro, Ipojuca (PE). Lula e a ex-ministra Dilma abraçaram operários, distribuíram autógrafos, posaram para fotografias – atividade comum naquela pré-campanha presidencial. A embarcação foi batizada em homenagem ao célebre marinheiro João Candido (1880-1969), líder da Revolta da Chibata, em que liderou, em 1910, cerca de 2.000 marinheiros negros rebelados contra os maus-tratos a que eram submetidos pelos comandantes da Marinha.

Os discursos ufanistas, acontecidos na ocasião, era pura propaganda eleitoral. Todo mundo sabia, Lula, Dilma e sua turma, que o navio não estava pronto, nem seria entregue nos prazos previstos, mas a única coisa que realmente importava era enganar o eleitor.

Em discurso na cerimônia, o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, anunciou que o João Candido abria um “novo ciclo” para a indústria naval brasileira.

Durante a construção, do João Cândido, ocorreram inúmeros acidentes de trabalho e pelo menos dois operários morreram: o montador Jaelson Ribeiro de Souza, 47 anos, morreu um mês após a inauguração fajuta de Lula, a desempenhar, sem ter sido treinado, a função de soldador, no momento do acidente. Constatou-se que o operário não era protegido com o necessário guarda-corpo, que serve para proteger de quedas, e estava sem cinto de segurança.

Um ano antes, já havia acontecido outro acidente fatal, o metalúrgico Lielson Ernesto da Silva, foi esmagado por uma chapa de aço enquanto trabalhava na construção do navio.

Na época dizíamos que “ter uma Indústria Naval é importante para Pernambuco e para o nordeste, mas esse progresso não pode ser feita à custa da vida de trabalhadores submetidos a tarefas de dimensões descabidas, a pressões desumanas e a condições de trabalho improvisadas”. ”A promiscua mistura de eleições e coisas sérias como essa, acabam geram esses tipos de problemas”.

Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação

A “simpatica” candidata Dilma cumprimentando os operários do estaleiro Atlântico Sul, no dia do lançamento “fajuto” do petroleiro João Cândido, maio de 2010, Ipojuca, PE

Finalmente, segundo o Blog do Jamildo, nesta semana, “o navio petroleiro classe Suezmax João Cândido”, construído pelo Estaleiro Atlântico Sul, recebeu na última segunda-feira (14.05.2012) o seu “Certificado de Classe”, emitido pela sociedade classificadora American Bureau of Shipping (ABS), o documento necessário para o registro da embarcação junto ao Tribunal Marítimo brasileiro, constatando que a construção da embarcação seguiu normas e regulamentos vigentes na indústria naval internacional. Seguindo o protocolo esse é o início dos procedimentos para a entrega do navio à Transpetro, no dia 25 deste mês, dois anos e 18 dias após ter sido “lançado” ao mar por Lula e sua candidata.

O estaleiro Atlântico Sul, controlado pelas empreiteiras nacionais Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, pela PJMR Empreendimento e pela sul-coreana Samsung Heavy Industries é um importante empreendimento sediado em Pernambuco, e faz parte do somatório dos investimentos incentivados pelo Governo Lula que ajudou a melhorar, em muito, o desenvolvimento do nosso Estado, isso é inegável.

Não precisava, pois, montar a essa encenação ridícula da “inauguração” do navio inacabado, alterando e comprometendo o cronograma de um empreendimento de R$ 300 milhões, um evento ilegal pela legislação eleitoral, moralmente condenável, por ser uma farsa, prejudicando e causando prejuízos à PETROBRAS e seus acionistas, ao Estaleiro Atlântico Sul, só para tentar conseguir mais alguns votos para a candidata Dilma, uma abominável irresponsabilidade.


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