BRASIL - MARANHÃO: Atriz de Hollywood no bloqueio do Greenpeace
BRASIL - MARANHÃO - Ecologia Atriz de Hollywood no bloqueio do Greenpeace Há mais de uma semana, ativistas do Greenpeace, inclusive a atriz Q'Orianka Kilcher (Pocahontas) se revezam na corrente da âncora do navio Clipper Hope e impedem que ele se movimente para receber um carregamento de 31 mil toneladas de ferro gusa no Porto de Itaqui, em São Luis, no Maranhão. Segundo o Greenpeace essa denúncia expõe três crimes graves relacionados à produção de ferro gusa no Brasil: trabalho escravo, desmatamento e invasão de terras indígenas. O carvão vindo da Amazônia serve para alimentar as siderúrgicas que produzem ferro gusa. Foto: Greenpeace/Marizilda Cruppe/EVE Postado por Toinho de Passira A atriz norte-americana Q’orianka Kilcher, 22 anos, juntando-se a outros ativistas, escalou a âncora do cargueiro, nesta segunda-feira, 21, quando completava uma semana, que o Greenpeace bloqueava o navio Clipper Hope, fundeado próximo ao porto de Itaqui, na baía de São Marcos, a 20 quilômetros da costa de São Luís, para evitar o carregamento de 31,5 mil toneladas de ferro gusa proveniente da Amazônia. Filha de índio peruano quéchua e mãe suíca, a atriz de 22 anos ganhou fama após encarnar a personagem Pocahontas no filme “O Novo Mundo” (2005). Mas sua atuação vai além dos estúdios de Hollywood. Q’orianka também é conhecida por seu ativismo ambiental e pelos Direitos Humanos, especialmente pelos direitos das populações indígenas. “Eu acabei de vir de uma viagem à Amazônia, na região onde o ferro gusa é produzido. Vi de perto como essa produção está colocando em risco alguns povos indígenas, inclusive grupos isolados”, afirmou Q’orianka. “Precisamos defender esses povos. Eles são peça-chave na proteção das últimas reservas florestais no mundo. Preservá-los é garantir um futuro para nós mesmos”. Q’orianka ficou comovida e resolveu integrar-se ao grupo, quando tomou conhecimento da participação, no perigoso bloqueio, de duas jovens ativistas brasileiras. “Estou aqui, presa a essa âncora, porque no mundo todo, jovens como nós vamos herdar os problemas que as gerações passadas deixaram para trás”, disse. “O trabalho escravo e a extração ilegal de madeira, que a gente vê em livros de história, infelizmente ainda são uma realidade no Brasil”. Foto: Greenpeace/Rodrigo Paiva Q’orianka escalou a corrente da âncora do cargueiro Clipper Hopper por volta das 9h30, acompanhada de voluntários do Greenpeace, tripulantes do navio Rainbow Warrior que, desde o dia 14, se mantêm pendurados noite e dia para evitar que o cargueiro atraque no porto de Itaqui. O carregamento pertence à Viena Siderúrgica, uma das empresas apontadas pelo Greenpeace como envolvidas em irregularidades na cadeia de produção do ferro gusa. Foto: Ismar Ingber/Tyba/Greenpeace/ Principal matéria-prima do aço, o minério de ferro se transforma em ferro gusa dentro de fornos alimentados por carvão vegetal. Parte deste carvão é proveniente de extração ilegal de madeira. O ferro gusa brasileiro é exportado, principalmente, para os Estados Unidos. Lá, ele é usado na produção de aço para, entre outros fins, a fabricação de veículos por grandes montadoras. |
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