17 de mar. de 2010

Lula continua aprontando na Terra Santa

BRASIL – PALESTINA
Lula continua aprontando na Terra Santa
“O sonho faraônico de se transformar no estadista global que entrará para a história por ter tido êxito ali onde todos fracassaram nos últimos 60 anos conduz Lula da futilidade à ridicularia.” – do editorial do Estado de São Paulo

Foto: Getty Images

PARLAMENTO DE ISRAEL ESVAZIADO – O presidente antes de falar ouviu discursos pouco amistosos, devido a sua amizade com Ahmadinejad, notou-se a ausência de muitos congressistas durante o pronunciamento de Lula, no parlamento judaico

Toinho de Passira
Fontes: BBC Brasil, BBC Brasil, Estadão, Ansa, G1, Blog Gustavo Chacra

O grande profeta de caetés e presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, desde que chegou ao Oriente Médio na sua “missão de paz”, têm atirado apenas na direção de Israel e poupado os Palestinos de qualquer crítica.

Esse não é bem o discurso de quem se propõe a ser mediador, o que exige um comportamento neutro, para merecer a confiança de ambas as partes.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, boicotou todos os movimentos de Lula em Israel, aparentemente em protesto à decisão de Lula de não visitar o túmulo de *Theodor Herzl, fundador do sionismo, uma herói nacional judeu.

Para os judeus resultou suspeito o gesto do chefe de estado brasileiro, uma vez que está programada uma visita do presidente ao túmulo do ex-líder palestino Yasser Arafat durante sua visita oficial a Ramallah.

Entre idas e vindas, o Chanceler Celso Amorim, disse que Lula não foi ao túmulo, pois não estava programado e o nosso presidente como “grande líder mundial”, não ia alterar sua programação, só para evitar um incidente diplomático.

Para sermos sincero achamos que o chanceler Avigdor Lieberman usou o pretexto para demonstrar sua insatisfação em receber Lula em Israel, mas se não fosse por isso seria por outra coisa, na verdade ele não queria apertar a mesma mão que acolheu o presidente iraniano Ahmadinejad.

Foto: Reuters

"O Brasil não pode dar legitimidade indireta a esse regime", afirmou o primeiro ministro israelense, referindo-se ao Irã, no parlamento, antes da fala de Lula, que fingiu que não era com ele.

Antes de iniciar seu discurso no parlamento israelense, com poucos membros presentes, Lula ouviu comentários contundentes contra a aproximação brasileira com o Irã do presidente do Parlamento, Reuven Rivlin, do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e da líder da oposição Tizipi Livni.

A postura israelense demonstra que a defesa de sanções mais duras contra o país de Mahmoud Ahmadinejad e o rechaço ao caminho do diálogo com o Irã é um tema que une políticos de várias vertentes em Israel.

"Ser publicamente contra sanções pode ser interpretado como fraqueza por líderes que não têm freios", disse a Lula o presidente do Knesset, o Parlamento israelense, Reuven Rivlin.

"Peço que você apóie a frente internacional contra o regime de Ahmadinejad", pediu o primeiro-ministro israelense. "O Brasil não pode dar legitimidade indireta a esse regime", acrescentou Livni.

O tema, no entanto, não mereceu uma linha sequer no discurso lido por Lula diante dos parlamentares israelenses. O presidente falou, várias vezes, da importância do diálogo, sem mencionar, no entanto, o polêmico interlocutor iraniano.

"Defendemos a existência de um Estado de Israel soberano, seguro e pacífico", disse o presidente. "Ele deverá conviver com um Estado palestino igualmente soberano, pacífico, seguro, e viável, sobretudo pelo traçado de seu território."

Lula também foi direto nas críticas à expansão de assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental e defendeu a importância do diálogo na solução dos conflitos no Oriente Médio.

"O impasse agrava a deterioração das condições de vida nos territórios palestinos ocupados. Mas também alimenta fundamentalismos de todos os lados e coloca no horizonte conflitos mais sangrentos ainda."

Foto: Getty Images

Lula, junto a dona Marias usa o “Keffiyeh”, o pano normalmente usado na cabeça e nos ombros dos beduínos, associado ao movimento nacionalista palestiniano devido à sua adoção pelo ex-líder palestiniano Yasser Arafat

Se criticou Israel dentro do parlamento judeu, agora confortavelmente ao lado do primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina, Salam Fayyad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu forte no estado de Israel.

"Sabemos qual é o primeiro desafio nessa caminhada. Vencer o cruel bloqueio que vem sofrendo o povo palestino. O muro de separação cobra um alto preço em termos de sofrimento humano e prejuízo material, sobretudo na Faixa de Gaza", disse.

"A asfixia imposta à Cisjordânia e a Gaza impede que a Palestina se beneficie dos fluxos de comércio internacional", disse Lula, prometendo ajudar na busca de uma solução que permita a criação de um Estado palestino.

A barreira que corta a Cisjordânia é formada por muros e cercas, já tem mais de 400 km de extensão e anexa parte da Cisjordânia a Israel.

Foto: Reuters

Junto ao muro construído por Israel jovens palestinos protestam jogando pedras em soldados do exército judeu, no último dia 17. Lula estava por lá.

"Não é possível a gente ficar numa década feliz porque caiu o muro de Berlim e, na outra década, ficar triste porque está se erguendo um muro dividindo o Estado de Israel e o Estado Palestino."

Todos os pronunciamentos de Lula soam como música aos ouvidos palestinos e apontam um dedo acusador contra Israel.

Foto: Associated Press

Jovem palestina, num protesto, exibe fotos de crianças mortas por ataques de Israel a Faixa de Gaza
Por que os judeus estão construindo um tão odioso muro? O muro humilha e prejudica seriamente os palestinos, é verdade, mas essa foi a única forma que o estado de Israel encontrou de reduzir as chances dos homens bombas do Hamas e, sobretudo do Hezbollah, financiados pelo companheiro Ahmadinejad, explodirem-se em territorio israelense.

O grupo libanes Hezbollah, com livre circulação pela palestina, é considerado mais poderoso que qualquer exército árabe na região.

Não estamos eximindo Israel de culpa. Erros do passado e do presente, dos judeus motivaram também esse tipo de situação.

O trio que pos Lula contra a parede, nessa visita: Binyamin Netanyahu, a ex chanceler Tizipi Livni e o atual chanceler Avigdor Lieberman não são figuras inocentes, bem intencionadas e compromissadas com a Paz.

Israel já exagerou muitas vezes em ataques sangrentos, desproporcionais e desumanos em atos de guerra contra os palestinos, matando inocentes: velhos, crianças e mulheres inofencisavas.

Israel já foi atacado por mulheres bombas, velhos aparentemente invalidos, jovens com sindrome de down e até pessoas mutiladas, utilizados como suicidas para executar cidadão judeus inocentes. Um cronista israelense disse esta semana, que o terrível dessas visitas de autoridades estrageiras a Israel, são os engarrafamentos que provocam devido aos cuidados com a segurança. Dizia ele: "nada é mais apavorante em Tel-Aviv do que ficar preso num engarrafamento, com o risco de tudo explodir de repente..."

Como se vê esse é um mundo de poucos inocentes, e de muita tragédia, para onde o presidente Lula está intrometendo o Brasil, sem motivação relevante, sem experiencia e sem aparente objetivo definido, apenas para inflar o própio ego.

O editorial do Estado de São Paulo resume tudo na conclusão:

Propondo-se a mediar não apenas o conflito histórico entre judeus e palestinos, mas também o conflito interno entre palestinos do Hamas e do Fatah, Lula exibe o grau de exacerbação da sua megalomania.

*Quem é Theodor Herzl ?

Theodor Herzl é um escritor e político judeu nascido em Budapest, Hungria, criador do sionismo como movimento político, dirigido a estabelecer uma pátria judaica.

Organizou o primeiro congresso sionista, que se realizou na Suíça (1897).

Foi eleito presidente da Organização Sionista Mundial e prosseguiu pelo resta de sua vida nas atividades na imprensa e o trabalho pela criação do estado judeu.

Morreu em Edlach, Áustria, quatro décadas e meia antes da realização de seu sonho: a fundação do Estado de Israel.

Seus restos mortais foram transladados para Israel (1949) e sepultados na colina que leva seu nome, em Israel.

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