Maluf ganha status de bandido internacional
BRASIL – CORRUPÇÃO Maluf ganha status de bandido internacional Lula, que gosta de ser o maior em tudo, está revoltado com o sucesso internacional do aliado
Fotomontagem de Toinho de Passira sobre imagem do Portal da Interpol Fontes: Zero Hora , Interpol, EstadãoPaulo Maluf é o corrupto símbolo da política brasileira. Pode até não ser o maior, mas sua fama definitivamente atravessou fronteiras. Com o seu nome listado entre os procurados pela Interpol internacional vira definitivamente uma lenda, desperta invejas e até orgulha os seus correligionários corruptos, com se isso fora uma espécie de indicação para o Oscar, o locupletador do século. Não é à toa, que o político paulistano chegou a esse patamar. Desde 1970, quando foi prefeito de São Paulo, que os processos de corrupção contra ele povoam os fóruns da justiça brasileira. Um pioneiro, foi o primeiro político a ser acusado de depositar dinheiro brasileiro de superfaturamento em paraísos fiscais. Um mestre na procrastinação processual. Consegue no pequeno espaço do STF, onde tramitam todos os seus processos, evitar que eles sejam julgados, imobilizados há décadas, numa prateleira qualquer. Um das chaves do sucesso da impunidade do mestre Maluf são os advogados. Uma plêiade de mestres do direito, pagos regiamente e há tanto tempo, que estão até inclusos, como dependentes, no seu imposto de renda. Os advogados de Maluf foram recrutados entre aposentados integrantes do Ministério Público, da Magistratura e Ministros das cortes superiores, todos liderados pelo ex-presidente da Ordem dos Advogados de São Paulo, José Roberto Batochio. Claro que Paulo Maluf não usa o dinheiro de corrupção para remunerar seus advogados. Tem um dinheirinho separado, ganho honestamente, especialmente para esse fim.
Paul Maluf é coberto com o manto do foro privilegiado, por ser Deputado Federal. Foi recordista brasileiro na eleição em 2006, quando 739.827 paulistas deram-lhe seu voto. É filiado ao Partido Progressista (PP), e presidente do diretório paulista do partido, por isso é respeitado com importante liderança da base do governo no Congresso e sempre coligado ao Partido dos Trabalhadores nas eleições paulistas. Paulo Maluf, aos 78 anos, goza, neste momento, de notável conforto jurídico. Ao completar 70 anos, as prescrição das penas, dos processos que responde, foram legalmente reduzidas pela metade, ou seja, 70% dos processos contra ele já foram definitivamente para a lixeira da justiça. A ameaça internacional, de prisão que sofre agora, foi por ter ludibriado a promotoria do estado de Nova Iorque, não é a glória? O promotor americano, Adam Kaufmann, conseguiu recolocar na lista da Interpol (polícia internacional) o nome do ex-prefeito de São Paulo e de seu filho, Flávio Maluf, num sistema de difusão internacional chamado “alerta vermelho”, sob duas acusações: fraude e desvios. Com a medida o ex-prefeito pode ser preso em 181 países que são membros da Interpol. Maluf não sai do Brasil há quase dez anos, pois a União Européia andou querendo enjaulá-lo também, depois que ele foi fazer um saque maroto num banco Frances, em nome de sua esposa e não soube explicar bem a origem do dinheiro. O advogado de Maluf, José Roberto Batochio, ex-presidente da OAB de São Paulo, disse que essa medida de querer prende seu cliente, vinda dos Estados Unidos, através da Interpol viola a soberania brasileira porque o deputado integra um dos poderes do país – o Legislativo. Maluf foi condenado pela Justiça de Nova York pelo crime de “conspiração em quarto grau” por ter usado uma agência bancária naquela cidade para depositar dinheiro desviado das obras da avenida Água Espraiada, construída durante o período em que foi prefeito de São Paulo (1993-1996). Parte desse dinheiro foi usada para fazer compras nos EUA e parte foi remetida à ilha de Jersey, ao lado da Inglaterra. Segundo a decisão da Justiça de Nova York, uma agência do Safra National Bank na Quinta Avenida recebeu US$ 11,7 milhões, que foram desviados durante a abertura da avenida Água Espraiada, depois rebatizada de Roberto Marinho.
Maluf voltou a figurar como procurado pela Interpol depois de ter rompido uma negociação com a Promotoria de Nova York, que já o havia colocado antes disso. O promotor que fez a investigação sobre Maluf em Nova York, Adam Kaufmann, disse a colegas brasileiros que foi enganado pelo político do PP na negociação de um acordo que transformaria a condenação em pagamento de multa. Durante a negociação, um dos advogados de Maluf em Nova York conseguiu suspender o pedido de prisão do deputado para que ele passasse o Réveillon de 2008 para 2009 na Itália. O promotor afirmou ter suspendido o pedido num gesto de boa vontade. À época, o advogado de Maluf sinalizou que ele toparia pagar de US$ 13 milhões a US$ 15 milhões para o condado de Nova York e US$ 2 milhões para a Promotoria. Após o Réveillon na Itália, os advogados abandonaram a negociação. Com se vê espertamente Paulo Maluf enganou a justiça americana e salvou o seu rico dinheirinho, conseguido a duras penas, superfaturando obras, desviando verbas e metendo as mãos em cofres públicos, honrando mais uma vez a corrupção brasileira. Como que ser o maior em tudo, a esta altura o presidente Lula deve estar morrendo de inveja. Maluf está vivendo da fama de corrupções antigas, teria dito. Afinal no curto período de sete anos, o governo Lula, já superou em muito Maluf, na transformação da coisa pública em privada, coisa que paulista levou a vida inteira para alcançar, embora a comunidade internacional ainda não reconheça. Quem sabe, um dia Lula também não chega lá. Estamos torcendo pelo presidente. |
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