Itamaraty tenta disfarçar inspeção atômica no Brasil
BRASIL – ATOMICO Itamaraty tenta disfarçar inspeção atômica no Brasil O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, está no Brasil, para inspecionar o programa atômico brasileiro, desconfiado da amizade de Lula com o Mahmoud Ahmadinejad. O ministério das Relações Exteriores disfarçou divulgando apenas a parte diplomática da "visita"
Foto: Associated Press Toinho de Passira O Ministério das Relações Exteriores tem adotado um tom diplomático a visita ao Brasil do diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, à frente da organização desde dezembro do ano passado. Ressalta mais o encontro entre o japonês, que sofreu forte oposição do Brasil na eleição para ocupar o cargo e o Ministro Celso Amorim, do que o real motivo da sua visita, que é inspecionar o programa nuclear brasileiro. Não parece ser uma inspeção de rotina, pois, a própria engenharia em escondê-la demonstra certo embaraço. A ferrenha e decidida defesa de Lula a Mahmoud Ahmadinejad, há de ter despertado suspeitas, de que a o interesse brasileiro pode ocultar uma cooperação mútua de desenvolvimento nuclear para fins militares. A inspeção de Yukiya Amano foi meticulosa. Na sua agenda estava prevista visita a Instalação de Enriquecimento Isotópico em Resende encontros com representantes dos operadores do setor nuclear brasileiro - Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Indústrias Nucleares Brasileiras (INB), Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A.(NUCLEP) e Eletronuclear. Ontem Amano passou mais de cinco horas nas instalações das Indústrias nucleares Brasileiras, em Resende, onde é enriquecido o urânio para as usinas de Angra 1 e Angra 2. A “visita” ocorre em meio ao acirramento das discussões sobre o programa nuclear iraniano e às vésperas da conferência de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que começa no dia 3 de maio, em Nova York. De acordo com o Itamaraty, Amano está no Brasil com o objetivo principal de reforçar a relação com países em desenvolvimento, que nos últimos anos vêm demandando maior participação no principal organismo do mundo na área nuclear. Foto: Associated Press O Brasil tem sido pressionado a assinar um Protocolo Adicional que ampliaria o alcance das inspeções da agência atômica. Mas Amorim reafirmou que isso não está em questão, segundo ele por duas razões. Foto: Associated Press Amorim sugeriu que o Irã entregue seu urânio para enriquecimento por parte de outro país, uma espécie de “depositário”. Seria, na sua opinião, uma forma de dar prosseguimento às discussões internacionais sobre o programa nuclear iraniano. |
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