10 de out. de 2009

França vai devolver afrescos roubados do Egito

França vai devolver afrescos ao Egito
A França vai devolver ao Egito cinco fragmentos de afrescos pintados em tumbas antigas, que foram adquiridas pelo museu do Louvre entre 2000 e 2003, por vias pouco transparentes, os egípcios acusam os franceses de roubo

Foto: Museu do Louvre

Papiro egípcio no Museu do Louvre

Fontes: O Globo, Abril Notícias, Hoje em Dia – France Press, Veja Abril

A França está disposta a devolver imediatamente ao Egito cinco fragmentos de afrescos pintados em tumbas antigas, que foram adquiridas pelo museu do Louvre entre 2000 e 2003, disse o ministro francês da Cultura, Frederic Mitterrand, ao acabar de receber aval do comitê do museu.

Desde que o Louvre expôs os afrescos, identificado pelos egícipios, como surrupiados da tumba do nobre Tetaki", perto do famoso templo de Luxor, 670 km do Cairo, o Conselho Supremo para Antiguidades do Egito pediu à França a devolução das antiguidades, gerando farta discussões entre as duas partes e debates no mundo musicológico.

Foto: khaled Desouki/AFP

Os arqueólogos franceses e egípcios visitaram o site de Karnak, em Dezembro de 2007. Os afrescos em questão fazem parte desse conjunto

Uma convenção de 1970 da UNESCO (órgão da ONU para educação e cultura) prevê medidas contra a exportação ilegal de tesouros nacionais.

Mitterrand disse que os cinco murais foram adquiridos de boa fé pela ex-diretora do departamento de Egiptologia do Louvre, Christiane Ziegler e só em 2008 surgiram dúvidas sobre a sua proveniência, com a descoberta da tumba da qual eles foram retirados.

Foto: Jan Egil Kirkebo

A pirâmide de vidro acrescentada, nos anos 80, pelo arquiteto sino-americano I.M. Pei, magicamente harmonizada com a arquitetura neoclássica do Louvre.

Não é a toa que, diante do Museu do Louvre, na sua reforma, tenham construído uma pirâmide de vidro, como portal de acesso. A coleção de objetos, estátuas, sarcófagos, relíquias e múmias egípcias, impressionam pela profusão, variedade e preciosidade. Grande parte desse acervo chegou ao museu francês por pilhagem.

Hoje o Museu do Louvre acumula a maior coleção de antiguidades egípcias fora do Egito, com um total de 55.000 objetos, entre murais, peças de estatuária e arquitetura.

Zahi Hawass (foto), principal arqueólogo do Egito e diretor do Conselho Supremo para Antiguidades, saiu vencedor em mais uma das suas investidas em recuperar relíquias roubadas do seu país.

Desde que assumiu o cargo, Hawass tem feito da recuperação de peças roubadas uma prioridade da sua administração. Ele pretende reaver o busto de Nefertite - mulher do faraó Akhenaton - e a Pedra de Roseta, fundamental para a descoberta dos significados dos hieróglifos. O busto está no Museu Egípcio, em Berlim, e a Pedra de Roseta, no British Museum de Londres. Recentemente, Hawass conseguiu trazer de volta para o Egito fios de cabelo roubados da múmia de Ramsés II.

Foto: Museu do Louvre

Louvre, vasta coleção de sarcófagos


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