4 de out. de 2009

Obama questionado após ter perdido Olimpiada 2016

Obama questionado após ter perdido Olimpiada 2016
A oposição não perdoa o presidente americano por ter ido pessoalmente até a Dinamarca para defender as Olimpiadas nos Estados Unidos e ter sido derrotado

Foto: Reuters

DEBOCHE CARIOCA: No Rio de Janeiro, um sósia de Obama e dois falsos seguranças, junto a um pôster da primeira dama Michelle Obama, fazem campanha pela candidatura RIO 2016

Fontes: O Globo, Reuters, Reuters , Lance Net

A viagem de Obama a Copenhague é uma daquelas armadilhas políticas sem saída. Se o presidente americano não fosse, teriam dito que Chicago perdeu porque ele não foi, enquanto os outros chefes de Estado estavam presentes.

Para ficar ainda mais embaraçoso Chicago foi eliminada logo na primeira rodada, mesmo depois do todo o esforço do casal presidencial americano, (Michelle Obama é natural de Chicago) como nunca houvera acontecido em ocasiões anteriores.

A imprensa passou a questionar a suposta confiança exagerada de Obama em si mesmo. Para a Fox News, após sofrer semelhante humilhação pública, todas as ações demonstram que "Obama tem maior capacidade como orador do que para conquistar resultados. Ele é mais uma celebridade do que um líder".

O Financial Time fala que “embora ele tenha passado apenas algumas horas na capital dinamarquesa, e apesar do fato de que outros líderes estivessem presentes para fazer pressão pela escolha de suas cidades, Barack Obama fez a defesa de Chicago com base nas suas biografias. Ao personalizar a defesa da cidade, colocou a sua reputação em jogo, o que tornou a situação mais constrangedora.

Foto: Sally Ryan/The New York Times

A decepção em Chicago

"Há quase um ano, em uma noite límpida de novembro, pessoas de todas as partes do mundo reuniram-se em Chicago... para assistir aos resultados da eleição presidencial dos Estados Unidos", disse Obama ao comitê olímpico. "O interesse delas não era em mim como indivíduo... O interesse baseava-se na crença em que a experiência dos Estados Unidos com a democracia ainda condiz com um conjunto de aspirações e ideais universais... Portanto, eu rogo a vocês que escolham Chicago!"

Também não ajudou o fato da rejeição de Chicago ter coincidido com o anúncio de que há mais 263 mil desempregados no país.

Mesmo os aliados de Obama temem que o presidente tenha fornecido munição fácil aos críticos conservadores do diálogo internacional - uma postura que se baseia implicitamente nos charmes persuasivos do presidente.

Foto: Tony Dreibus/Bloomberg

A esperança americana no lixo

Desde o começo os adversários republicanos consideraram pouco prudente a viagem de Obama no último minuto a Copenhague, quando tinha assuntos pendentes no país como a crise econômica, a nova estratégia da guerra no Afeganistão e a legislação da reforma da saúde.

Estrategista republicano Scott Reed disse que ficou surpreso em ver Obama alterar sua agenda para ir a Copenhague quando ainda não visitou as tropas americanas que estão no Afeganistão, por exemplo.

Foto: Lalo de Almeida/The New York Times

A explosão de alegria dos cariocas no portal do The New York Times

O canal de notícias Fox News, como sempre, o mais agressiva em criticar o presidente americano comentou que “se Obama não pode convencer o Comitê Olímpico Internacional a trazer os Jogos Olímpicos, como vai pressionar os iranianos com o programa nuclear, assegurar o apoio dos aliados nas duas guerras ou reconstruir a imagem dos EUA no Oriente Médio?"

Desde a posse de Obama a “Fox News” acusa o presidente de ter tomado medidas que dizem respeito mais à comunidade internacional, como o fechamento de Guantánamo, a luta contra a mudança climática e, inclusive, um discurso ao mundo muçulmano do que as questões internas americanas.

Foto: Reuters

...”Se não foi capaz de convencer o Comitê Olímpico como se espera que vá convencer os interlocutores das grandes causas nacionais e internacionais” - questionam os críticos

Para republicanos como Pete Hoekstra, é chegada a hora de estabelecer prioridades. "O presidente não pode fazer de tudo a sua prioridade a número um, porque o resultado é que ele não terá nenhuma prioridade", disse.

"Com a crise nuclear com os iranianos, a guerra do Afeganistão e o debate sobre a reforma da saúde, por que o presidente está tão preocupado em trazer os jogos olímpicos ao país?", questionou o comentarista conservador Sean Hannity.

Nesse domingo, as coisas pioraram com o anuncio de que no Afeganistão morreram no sábado de oito militares americanos, mais dois soldados e um policial afegãos, ao mesmo tempo em que 15 pessoas estão sob poder dos talibãs.

O chefe das forças ocidentais no Afeganistão general Stanley McChrystal há semanas pediu a Casa Branca reforços, escrevendo que sua missão pode falhar se não ganhar reforços. Obama já vinha recebendo críticas ao vacilar em atender esses apelos, que devem exacerbar-se diante dos novos fatos.

Foto: Charles Dharapak /Pool Photo

Mesmo que não tenha nada a ver, para o mundo Lula ganhou de Obama, os republicanos americanos enfatizam, com razão, que o Brasil é mais aliado de Chávez que dos Estados Unidos dando uma conotação ainda mais acachapante da derrota


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