22 de out. de 2009

MST ajudou a criar CPI que investigará MST

MST ajudou a criar CPI que investigará MST
Com aquela derrubada de pés de laranjas na fazenda Santa Henrique, no interior de São Paulo os integrantes do Movimento Sem Terra acabaram ajudando a oposição a conseguir as adesões suficientes para a criação da CPI mista que vai apurar o financiamento com verbas públicas dessas invasões e badernas, se o governo deixar  

Ilustração Pojucan

Fontes: Folha Online, Portal Terra, Zero Hora, "thepassiranews"" - MST

O requerimento para criar a CPI é de autoria da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Sete partidos aliados do governo Luiz Inácio Lula da Silva, entre eles o PMDB e o PTB, apoiaram o pedido.

A base governista bem que tentou montar uma blitz de retirada de assinaturas para derrubar a CPI, mas a manobra falhou. Pouco antes da meia-noite, 23 deputados governistas retiraram seus nomes do requerimento, o que "mataria" a CPI. Mas a oposição, que dispunha de um estoque reserva de apoio, protocolou, exatamente às 23h59, mais 51 apoios de deputados à instalação da comissão, ultrapassando assim o número regimental mínimo exigido para a criação da CPI.

Agora, os partidos aliados devem ficar com a presidência e relatoria da comissão. Para constranger a oposição, os governistas também devem pedir para a CPI investigar as finanças de entidades patronais, como a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), presidida pela senadora Kátia Abreu.

O requerimento original foi apoiado por 182 deputados e 35 senadores - para sobreviver, o ato que será publicado no Diário do Congresso de hoje precisava ter a assinatura de pelo menos 171 deputados e 27 senadores. No final, depois da operação de retirada de assinaturas e do contra-ataque da oposição, a CPI obteve o apoio de 210 deputados e de 36 senadores.

Os governistas tentaram repetir o roteiro de um mês atrás, quando o Planalto convenceu 45 aliados a retirar as assinaturas e a CPI caiu. Desta vez não deu certo. No início da noite de ontem, o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), previu o suspense. "Os que forem retirar vão fazer isso faltando pouco minutos para a meia noite, em cima da hora", avisou.

Caiado admitiu a possibilidade de "aparelhamento" da comissão por governistas. "Mas temos pessoas preparadas para buscar fatos novos, quebrar sigilo e expor uma situação vexatória para o País", disse. Para ele, o MST é um "caixa 2 do governo, da mesma forma que ocorre com a Petrobrás".

Essa como todas a outras CPI acabam paralisadas, como a da Petrobras, pois o governo que tem maioria esmagadora nas comissões, não deixar investigar absolutamente nada.

Basta dizer que é a líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que fará as indicações dos membros da base aliada que irá compor a CPI, gente normalmente escolhida a dedo, entre a pior escória dos que apóiam o governo, com folha policial, interesses escusos, e sem medo de fazer o jogo sujo em troca de alguma benesse.

Das 36 vagas disponíveis na CPI o governo que terá a Presidência e a relatoria da comissão, ocupará 23 vagas, ficando a oposição apenas com treze, mas a vaga do PSOL que tem ligações históricas com o MST deverá se aliar as mesmas pretensões não investigativas do governo. Assim, serão sempre 24 contra 12, incluída a direção da Comissão Parlamentar de Inquérito.

Se a oposição não tiver algum trunfo secreto na manga, o tiro pode sair pela culatra e o MST vai acabar inocentado e autorizado a continuar seus desmandos ao fim das investigações.


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