BOLSA FAMÍLIA: O curral eleitoral federal do Coroné Lula
BOLSA FAMÍLIA O curral eleitoral federal do Coroné Lula ”... doutô uma esmola a um homem qui é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão...” – verso da música “Vozes da Seca” – Luiz Gonzaga e Zé Dantas
Foto:Sérgio Marques/O Globo Fonte: O Globo Num passado recente, ainda com remanescentes raros, o político interiorano no nordeste, era conhecido como Coronel. Tinha propriedades, engenhos ou empreendimentos. Por isso dispunha como eleitores fiéis, o contingente de trabalhadores sob o seu tacão. Pagava mal, praticamente escravizava o agricultor, tinha mercearia, barracões de usina, que lhe vendiam fiado, por preços exorbitantes, causando uma dependência permanente entre o empregado, sempre índividado e o patrão, o senhor feudal, credor. O poder desses Coronéis residia nem ser empregador, a maioria das vezes a única possibilidade de trabalho na cidade ou região. Os nordestinos submetiam-se a tudo por precisar trabalhar. Politicamente, assemelhando-se a gado e eram chamados de curral eleitoral. Próximo as eleições os coronéis perdoavam alguns trocados nos fiados dos armazéns, servia um cosido regado a aguardente, na casa grande, bebia com os “servos” e lá pelas tantas apresentavam o deputado, o senador, o governador que estava apoiando. Prometia tantos votos quantos eram os seus empregados. No dia da eleição fazia outra festa, distribuía uns trocados, punha os caminhões da usina a carregar eleitor. Caprichava nas fraudes, entupia as urnas dos adversários com eleitores mortos, ausentes e inexistentes. Havia matutos, um pouco mais letrado, que passava o dia todo votando. Quando se contava os votos, os candidatos do Coronel tinham mais eleitores do que ele havia prometido. Cheio de prestígio municipal, estadual e federal o coronel dono de tantos votos sempre eram cortejados pelos governantes, e alguns deles embevecidos do com o próprio poder entraram na carreira política. Segundo reportagem de Regina Alvarez na edição deste domingo do jornal O GLOBO nas 85 cidades do país com maior cobertura do Bolsa Família, só 1,3% da população trabalha com carteira assinada e o emprego formal é praticamente inexistente. Em Presidente Vargas, no Maranhão, contam-se nos dedos de uma mão empregos com carteira assinada no setor privado. O município tem 10 mil habitantes e 2.292 domicílios; 1.832 famílias (80%) recebem o auxílio do governo e só quatro pessoas têm emprego com carteira, segundo o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho. A reportagem mostra ainda que, entre os cem municípios com maior cobertura do programa, 85 têm informações disponíveis sobre emprego formal. Juntos, abrigam um milhão de habitantes e 259 mil domicílios, sendo que 184,3 mil famílias (71%) recebem o Bolsa Família. Já os empregos com carteira assinada no setor privado somam 14,1 mil, o equivalente a 1,3% dessa população. Ainda segundo a reportagem, os beneficiários do Bolsa Família em Presidente Vargas não estão no mercado formal nem no informal. O programa mantém as crianças na escola, mas a maioria das famílias está acomodada com o benefício, que varia de R$ 22 a R$ 200. Elas têm medo de perdê-lo ao adicionar outra fonte ao rendimento familiar. Assim, não demonstram interesse em cursos de qualificação profissional. - Relutei em aceitar a ideia, mas é a realidade. As famílias estão acomodadas, e não tem sido fácil tirá-las da acomodação. Acreditam que podem se manter com cento e poucos reais - afirma Ivete Pereira de Almeida, secretária de Assistência Social da prefeitura de Presidente Vargas. Foto: Sergio Marques/O Globo Nas cidades sem agencias bancárias, o Bolsa Família é pago pela Caixa por meio de máquinas instaladas em pequenos comércios, que dão um jeito de cobrar pelo serviço, além de vender fiado tendo o cartão benefício como garantia. Na maioria dos casos, são os comerciantes que digitam a senha do cartão do beneficiário e boa parte do dinheiro já fica por ali para pagar a "compra fiado", lembrando as histórias antigas dos velhos barracões de usina. (Veja matério completa no O Globo)
Por analogia direta constata-se que o Bolsa Família transformou o presidente Lula num desses coronéis do passado, com algumas vantagens: o grande curral eleitoral federal formado pelos beneficiário do Bolsa Família, não precisa e não deve trabalhar, não deve tentar ter nenhuma outra renda, pois pode perder o auxílio, quanto mais penúria, miserabilidade e filhos famintos, melhor. |
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