20 de out. de 2009

Honduras sem novidades e sem perspectivas

Honduras sem novidades e sem perspectivas
Zelaya e Micheletti continuam onde estavam, o primeiro na embaixada brasileira, em Tegucigalpa, querendo voltar ao poder, e o segundo no Palácio presidencial, exercendo o poder, e a não ser por um milagre de Nossa Senhora de Suyapa, a santa padroeira de Honduras, nada parece querer mudar

Foto: Reuters

Apesar de dizer constantemente que o governo Micheletti, envia ondas magnéticas ara prejudicar sua saúde e que a embaixada brasileira, pode ser atacada a qualquer momento, Manuel Zelaya recebeu a visita da neta Irene Melara, e a iniciou na dinastia do chapéu

Fontes: El Heraldo, AFP, Estadão, Estadão, El Heraldo

Em Honduras tudo na mesma, o governo de Roberto Micheletti prossegue, Manuel Zelaya o presidente deposto continua no cafofo da Embaixada brasileira, as tropas estão na rua, a seleção de futebol hondurenha conseguiu uma vaga na Copa do Mundo da África do sul, e as duas partes fingem negociar, mas nem Micheletti quer deixar o poder, até as eleições, nem Zelaya aceita qualquer acordo, que não acabe por lhe entronar de novo no poder.

No fim de semana passado a comissão do presidente deposto havia proposto, na mesa de negociação com o governo atual, que o Congresso hondurenho, fosse encarregado de dar a palavra final de restituição ou não de Zelaya ao poder.

Foto: Reuters

Reuteres Partidários de Zelaya grafitando contra a realização das eleições

Comentaristas políticos hondurenhos dizem que devido a campanha eleitoral, o Governo Micheletti não tem mais a quase unanimidade de apoio, que possuía quando assumiu o poder. Alguns candidatos temem que o fortalecimento do atual governo, pode favorecer algum candidato que o presidente venha publicamente apoiar.

Sabendo disso, nesta segunda-feira, a comissão de Roberto Micheletti, sugeriu que além do congresso a Suprema Corte fosse também ouvida, e depois das decisões dos dois outros poderes eles se reuniriam para decidir com base nessas decisões.

Os partidários de Zelaya consideraram a proposta como algo absurdo e provocativo. Sabem que certamente não serão bem sucedidos na consulta a Suprema Corte, uma vez que antes de perder o poder o Presidente Zelaya, confrontou-se, desafiou e desrespeitou o Poder Judiciário.

Visto por esse ângulo, a decisão de consultar os dois outros poderes, só favoreceria o governo atual de Micheletti, pois se o poder legislativo fosse a favor da volta de Zelaya e o Poder Judiciário contra, haveria um empate e os debates continuariam sem ir a lugar nenhum.

Por outro lado, se Micheletti ganhasse no Congresso e na Suprema Corte, Zelaya ia ter que enfiar a viola no saco e se calar.

Por isso, o deposto presidente, Manuel Zelaya, pediu ao Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) que se pronuncie sobre o estado de obstrução e a paralisação do diálogo com o governo de fato, que por sua vez o acusou de promover uma insurreição no país.

Sabe ele que a OEA está fixada que ele é o presidente de fato e que deve voltar ao poder.

Um representante do governo Roberto Micheletti afirmou mais cedo que "nos últimos dias, tanto o ex-presidente Zelaya como alguns de seus seguidores promoveram uma agenda de insurreição no país".

Foto: O Globo

Dia do fechamento da Radio Globo de Honduras, durante a vigência do ato de exceção, voltou a funcionar

Finalmente Roberto Micheletti publicou ontem a revogação oficial do estado de sítio. Com a abertura a Rádio Globo e o Canal 23 - as duas principais vozes zelaystas, que haviam sido fechadas - voltaram ao ar, mas segundo os seus diretores, vão usar um tom menos agressivo, pois está ainda em vigor um decreto presidencial, segundo o qual as empresas de comunicação que "incitarem a anarquia" terão licenças cassadas.

Zelaya completou quatro semanas como “hospede” na embaixada do Brasil em Tegucigalpa desde surpreendente invadiu o seu próprio país em 21 de setembro.

A situação parece ter chegado a um beco sem saída com a aproximação das eleições presidenciais de 29 de novembro, a aposta de Micheletti para acabar com o conflito, convencido de que a comunidade internacional terminará por reconhecer o resultado do pleito.

Zelaya joga todas as suas cartas tentado inviabilizar as eleições.

Foto:Arquivo

Os candidatos César Ham da UD e Carlos H. Reynes, independente, ameaçam não participar das eleições

Enquanto isso o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de Honduras ordenou a impressão das cédulas eleitorais, com os candidatos que vão concorrer às próximas eleições no dia 29 de novembro. Foram incluídos inclusive os candidatos zelaystas César Ham, da Unificación Democrática (UD), e o independente Carlos H. Reyes, que disseram querer sair do processo eleitoral, mas não enviaram nenhum documento a Corte mandando suspender as suas candidaturas.

Nossa Senhora de Suyapa, Padroeira de Honduras, chamada para participar das negociações
César Ham anunciou que haverá uma assembléia de seu partido, o mesmo de Zelaya e de Micheletti, quando será decidido o destino do seu partido, a UD, no processo eleitoral. O Candidato independente Carlos Reyes, está exigindo a volta do seu líder, ele de desligou da UD, Manuel Zelaya ao poder, como condição para participar do pleito.

O presidente do TSE, Saúl Escobar, disse que prefere pensar positivo de que ambos os presidenciáveis participarão das eleições, o que seria muito bom para a democracia. Esses dois candidatos são o que melhores estão nas pesquisas, e vão acabar concorrendo, político nenhum com chances de vencer, deixa de concorrer uma eleição.

Não acreditamos, como já afirmamos muitas vezes, que Roberto Micheletti seja um anjinho inofensivo, mas repetimos, que até agora, é ele que tem se comportado corretamente, em linhas gerais, dando permanentes demonstrações que pretende deixar o poder, na data prevista para o fim do mandato, 15 de janeiro de 2010, para o candidato que ganhar as eleições, o mesmo não se pode dizer, de Manuel Zelaya.

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