8 de out. de 2009

HONDURAS: A OEA não consegue resolver a crise

HONDURAS:
A OEA não consegue resolver a crise
Os representantes da Organização dos Estados Americanos, foram para Honduras, para tirar Micheletti e repor Zelaya no poder, Micheletti diz até que abre mão do cargo, desde que Zelaya faça o mesmo, e as negociações não saem do lugar

Foto: El Heraldo

Micheletti reunidos com delegados da OEA: “Em Honduras só não haverá eleições se formos invadidos”

Fontes: La Prensa, O Globo, BBC Brasil

Todo mundo quer fazer de Honduras, uma casa de mãe Joana, como Zelaya fez na embaixada brasileira, sem em nenhum momento contemporizar o que realmente aconteceu no país, ver suas razões internas, a motivação da constituição ser como é. Sem restrições, todos os delegados da OEA, por exemplo, dão razão a Manuel Zelaya e tratam como um perigoso ditador Roberto Micheletti e teimam em não ver que os papeis atribuídos a cada um, internacionalmente, estão literalmente trocados.

Todas as conversas, jeitinhos e acordos propostos pela missão da OEA, liderada pelo secretario geral, José Miguel Insulza, como tantas outras, tem como ponto principal a volta do homem do chapéu ao poder em Honduras.

Foto: Reuters

Nem o secretario geral da OEA, Miguel Insulza, agüenta mais essa história de Honduras

Apresentaram cinco pontos que solucionaria a questão:

O1. Restituição de Zelaya à Presidência para permitir que ele conclua o seu mandato;
02. A formação um governo de unidade nacional;
03. Obter garantias por parte do presidente de que não haverá tentativas de reformar a Constituição do país;
04.Decretar uma anistia para supostos delitos políticos;
05 Criação de mecanismos para garantir a implementação destes pontos.

Acontece que presidente de Honduras, Roberto Micheletti e as forças políticas que estão no poder, não acreditam, e seriam ingênuos se acreditassem, que depois de sentado novamente na cadeira de presidente da república, Manuel Zelaya vá manter quaisquer desses compromissos.

Foto: Reuters

Zelaya recebe a representação da OEA na embaixada do Brasil

A anistia, no momento, só beneficiaria o presidente deposto Manuel Zelaya, que tem pelo menos sete processos tramitando na justiça, contra atos praticados no exercício de presidente da república, e uma centena de investigações do Ministério Público Federal, sobre corrupções as mais diversas.

Atento a isso, no momento em que se negociava como seria a anistia, Manuel Zelaya pretende que lhe sejam perdoados e proibidos de investigar todos os crimes de que é acusado, inclusive os de corrupção, querendo um perdão total, como se estivesse acima de todas as leis.

O novo governo acusa que até as despesas com os cavalos de Zelaya, alimentação e salários dos tratadores, eram pagos pelo estado, que foram compradas jóias valiosas, com recursos públicos, e que enormes somas em dinheiro foram sacadas por Zelaya, sem comprovantes de despesas.

Foto: Reuters

Por tudo isso, o presidente Roberto Micheletti (foto) no Palácio Presidencial hondurenho, no encontro, com representantes da OEA, afirmou em tom duro:

- Vocês não sabem toda a verdade e não quiseram saber. Nunca escutaram nossas razões. Aqui não temos medo dos EUA, nem do Brasil, nem do México, temos medo de Manuel Zelaya, ficamos aterrorizados com Manuel Zelaya - disse Micheletti, negando que a suspensão das liberdades individuais tenha afetado a população. - O decreto que suspendeu algumas garantias constitucionais não é estado de sítio. Foram os dias mais tranquilos para a população.

No fim do discurso referindo-se as declarações do Presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que disse, a um jornal americano, que a Constituição de Honduras era a pior do mundo, Micheletti rebateu dizendo, que essa Constituição elaborada por homens e mulheres de Honduras, manteve por 29 anos, a democracia em vigor no país.

Encerrou jurando mais uma vez obediência a Constituição de Honduras, lembrando que devido as normas ali estabelecidas, por ter ficado na presidência por esse poucos meses, “nunca mais posso voltar a aspirar ser Presidente de Honduras, porque a lei impede-me.”

Diferentemente de Zelaya, Micheletti quer que as eleições e realizem, de qualquer maneira, disse até que o pleito só não acontecerá se Honduras for invadida por tropas estrangeiras.

Até onde Honduras vai resistir? Essa é a questão.

Foto: AP

CAFOFO DO ZELAYA: O presidente deposto não dorme mais sobre cadeiras, agora disponhe de um confortável colchão inflável estendido no gabinete do embaixador brasileiro. Se demorar mais tempo, Zelaya vai acabar tendo um filho brasileiro.


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