Os representantes da Organização dos Estados Americanos, foram para Honduras, para tirar Micheletti e repor Zelaya no poder, Micheletti diz até que abre mão do cargo, desde que Zelaya faça o mesmo, e as negociações não saem do lugar
Foto: El Heraldo
Micheletti reunidos com delegados da OEA: “Em Honduras só não haverá eleições se formos invadidos”
Fontes: La Prensa, O Globo, BBC Brasil
Todo mundo quer fazer de Honduras, uma casa de mãe Joana, como Zelaya fez na embaixada brasileira, sem em nenhum momento contemporizar o que realmente aconteceu no país, ver suas razões internas, a motivação da constituição ser como é. Sem restrições, todos os delegados da OEA, por exemplo, dão razão a Manuel Zelaya e tratam como um perigoso ditador Roberto Micheletti e teimam em não ver que os papeis atribuídos a cada um, internacionalmente, estão literalmente trocados.
Todas as conversas, jeitinhos e acordos propostos pela missão da OEA, liderada pelo secretario geral, José Miguel Insulza, como tantas outras, tem como ponto principal a volta do homem do chapéu ao poder em Honduras.
Foto: Reuters
Nem o secretario geral da OEA, Miguel Insulza, agüenta mais essa história de Honduras
Apresentaram cinco pontos que solucionaria a questão:
O1. Restituição de Zelaya à Presidência para permitir que ele conclua o seu mandato;
02. A formação um governo de unidade nacional;
03. Obter garantias por parte do presidente de que não haverá tentativas de reformar a Constituição do país;
04.Decretar uma anistia para supostos delitos políticos;
05 Criação de mecanismos para garantir a implementação destes pontos.
Acontece que presidente de Honduras, Roberto Micheletti e as forças políticas que estão no poder, não acreditam, e seriam ingênuos se acreditassem, que depois de sentado novamente na cadeira de presidente da república, Manuel Zelaya vá manter quaisquer desses compromissos.
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Zelaya recebe a representação da OEA na embaixada do Brasil
A anistia, no momento, só beneficiaria o presidente deposto Manuel Zelaya, que tem pelo menos sete processos tramitando na justiça, contra atos praticados no exercício de presidente da república, e uma centena de investigações do Ministério Público Federal, sobre corrupções as mais diversas.
Atento a isso, no momento em que se negociava como seria a anistia, Manuel Zelaya pretende que lhe sejam perdoados e proibidos de investigar todos os crimes de que é acusado, inclusive os de corrupção, querendo um perdão total, como se estivesse acima de todas as leis.
O novo governo acusa que até as despesas com os cavalos de Zelaya, alimentação e salários dos tratadores, eram pagos pelo estado, que foram compradas jóias valiosas, com recursos públicos, e que enormes somas em dinheiro foram sacadas por Zelaya, sem comprovantes de despesas.
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Por tudo isso, o presidente Roberto Micheletti (foto) no Palácio Presidencial hondurenho, no encontro, com representantes da OEA, afirmou em tom duro:
- Vocês não sabem toda a verdade e não quiseram saber. Nunca escutaram nossas razões. Aqui não temos medo dos EUA, nem do Brasil, nem do México, temos medo de Manuel Zelaya, ficamos aterrorizados com Manuel Zelaya - disse Micheletti, negando que a suspensão das liberdades individuais tenha afetado a população. - O decreto que suspendeu algumas garantias constitucionais não é estado de sítio. Foram os dias mais tranquilos para a população.
No fim do discurso referindo-se as declarações do Presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que disse, a um jornal americano, que a Constituição de Honduras era a pior do mundo, Micheletti rebateu dizendo, que essa Constituição elaborada por homens e mulheres de Honduras, manteve por 29 anos, a democracia em vigor no país.
Encerrou jurando mais uma vez obediência a Constituição de Honduras, lembrando que devido as normas ali estabelecidas, por ter ficado na presidência por esse poucos meses, “nunca mais posso voltar a aspirar ser Presidente de Honduras, porque a lei impede-me.”
Diferentemente de Zelaya, Micheletti quer que as eleições e realizem, de qualquer maneira, disse até que o pleito só não acontecerá se Honduras for invadida por tropas estrangeiras.
Até onde Honduras vai resistir? Essa é a questão.
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