18 de out. de 2009

Jean Sarkozy, nepotismo francês à brasileira

Jean Sarkozy, nepotismo francês à brasileira
O presidente da França adotou um estilo muito nosso conhecido, fazendo escandalosa nomeação do seu filho para um cargo público importante, há quem diga que imitou e superou, em ousadia nepotista, o seu amigo Luis Inácio Lula da Silva, mais ainda está aquém de Sarney

Foto: AP - Veja

Jean Sarkozy, da França e Lulinha, do Brasil, queridinhos do papai

Fontes: Revista Veja, EPA

O presidente Nicolas Sarkozy nomeou o próprio filho, Jean Sarkozy, para presidir o organismo que reina sobre o bairro de La Défense, na Grande Paris, onde funciona e prospera o maior complexo de edifícios de escritórios de toda a Europa. São 3,3 milhões de metros quadrados de construção, nos quais operam 2 500 empresas francesas e multinacionais.

Foto: Reuters

Visão geral das construções em torno do Arco de “La Defense” área financeira e de negócios no distrito oeste de Paris

Trabalham em La Défense 150 000 pessoas, o que a torna a área urbana que oferece mais empregos por metro quadrado da França. Está em andamento, enfim, um projeto para dobrar o tamanho do complexo nos próximos anos, envolvendo investimentos de bilhões de euros. Por uma dessas peculiaridades da França, que só valeria a pena explicar com detalhes em caso de extrema necessidade, a área de La Défense é gerida por uma espécie de autarquia cujo conselho de administração é controlado pelo governo; é para o cargo de presidente desse conselho que Sarkozy decidiu indicar seu filho.

Jean Sarkozy tem 23 anos de idade, está no 2º ano da faculdade de direito, na qual já foi reprovado duas vezes, e sua experiência como gestor de empreendimentos urbanos, imobiliários e comerciais com o porte de La Défense, ou com qualquer porte, é inexistente, mesmo porque ainda não teve tempo para construir nada que se pareça com uma carreira profissional.

A essas objeções, o governo diz que Jean Sarkozy não pode ser impedido de exercer um cargo importante apenas por ser jovem. E também que o fato de ele ser filho do presidente não pode servir de barreira para que assuma, como cidadão, suas responsabilidades no serviço público.

Foto: Getty Images

Jovens militantes socialistas lançaram uma campanha para pedir que sejam "adotados" pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, a espera de conseguir "um primeiro emprego remunerado decentemente", mesmo que não tenha a menor experiência

Nepotismo? Os defensores do governo dizem que qualquer sugestão a esse respeito é puramente "política" e claramente articulada para defender os interesses "da oposição". Fica, a partir daí, a questão: qual a diferença disso para o que acontece no Brasil?

O caso como o do filho do presidente Sarkozy é tão parecido com o que acontece por aqui, que comenta-se que, antes de repassar a tecnologia dos caças franceses para o Brasil, Sarkozy esteja importando a tecnologia do governo Lula, para a França e sem pagar nem um centavo de patente.

"Depois da globalização, talvez esteja chegando a brasileirização", diz a Veja.


Nenhum comentário: