19 de out. de 2009

Lula, filho do Brasil, o filme chapa branca

Lula, filho do Brasil, o filme chapa branca
Noticia-se que a partir de 1° de janeiro o filme biográfico de Luis Inácio Lula da Silva, de Fábio Barreto, um dos mais caros da história do cinema brasileiro, que mais facilmente conseguiu patrocínios, vai ser lançado de maneira espetaculosa, nunca nessa país se viu um lançamento como esse, do cinema brasileiro, 400 salas ao mesmo tempo, haja grana

Trailer oficial do filme “Lula, filho do Brasil”

O Lula do filme, não mente, não bebe, não trai a mulher, não é corrupto, é corajoso, inteligente, leal e destemido. Uma mistura de Indiana Jones e São Francisco de Assis

Fonte: Estadão

O presidente Lula prepara-se para uma empreitada de propaganda eleitoral gratuita e disfarçada, para tentar angariar mais dividendos políticos, dessa vez nas telas do cinema e em pleno ano eleitoral, quando buscará eleger a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) sua sucessora.

Lula, o Filho do Brasil, será lançado em 1º de janeiro de 2010 com uma estratégia de distribuição que tem como objetivo torná-lo um dos maiores lançamentos do cinema nacional. Antes, em novembro, haverá exibição especial só para Lula e convidados no Recife.

No esforço do lançamento, a produção recorrerá a tradicionais bases de sustentação política de Lula, como sindicatos, e a regiões onde ele tem alta popularidade, como no Nordeste. Um universo de 10 milhões de pessoas sindicalizadas poderá comprar ingressos a preços populares ( ou simplesmente ganhar uma entrada) para assistir ao filme, que chegará aos rincões do País em 2010.

Foto: Divulgação

No filme, Lula, Rui Ricardo Diaz, casa com Cléo Pires e a engravida, ser operário assim é muito bom...

A estreia será feita em mais de 400 salas, sendo que 88 delas não fazem parte do circuito convencional. O objetivo é levar o filme para públicos populares. O lançamento, por exemplo, chegará a salas de cidades como a baiana Alagoinhas, a cearense Maracanaú e a pernambucana São Lourenço da Mata

A ideia é levar o filme para capitais fora do circuito tradicional, como Rio Branco (AC), Porto Velho (RO), Palmas (TO) e Macapá (AP). A cidade de Garanhuns, na região onde nasceu Lula, receberá cópias para exibição em duas salas, já no lançamento. Segundo produtores, serão feitas “para lá de 300 cópias” da cinebiografia, que conta os primeiros 35 anos da vida do presidente, do nascimento até a transformação dele em líder sindical.

Lula, o Filho do Brasil fugiu do padrão nacional de financiamento de obras cinematográficas, baseado na renúncia fiscal. Causou polêmica no mercado, ao conseguir bancar a produção, de R$ 12 milhões, com dinheiro de empresas que não se beneficiaram de nenhuma lei de incentivo fiscal. Há construtoras, montadoras e outras empresas que não são tradicionais investidoras do setor - algumas têm contratos com o governo.

"Para chegar a 400 salas, vão ter de entrar pesado no interior", disse Luiz Severiano Ribeiro, diretor do Grupo Severiano Ribeiro/Kinoplex, que detém 200 salas de cinema. Os produtores, no entanto, acham ser possível chegar a 500 salas - Se Eu Fosse Você 2, campeão de público desde 1995, foi lançado em 315 e teve 6,1 milhões espectadores.

Foto: Arquivos e Portal da Presidência

No filme de Lula, Juliana Baroni é Dona Marisa, uma primeira dama, para ninguém botar defeitos, estamos falando da primeira

Ligadas ao governo Lula, CUT e Força Sindical negociaram promoções para a exibição. "O filme interessa a todo mundo, mas o público principal é o sindical", disse Wainer. A ideia é que sindicatos ligados às centrais vendam ingressos antecipados, até 20 de dezembro, por R$ 5.

O DVD do filme também deve chegar ao mercado a preço popular (R$ 10). "Pensamos em números nunca antes atingidos no Brasil", afirmou Wilson Feitosa, diretor-geral da Europa Filmes. O plano é que parcerias com sindicatos e fundos de pensão ajudem a vender mais de 1 milhão de cópias.

Produtores e distribuidores querem pegar carona na história de Lula e transformar o filme, dirigido por Fábio Barreto, no mais visto da história do cinema nacional. Avaliam que a produção pode chegar a 20 milhões de pessoas.

"Quando o Barreto (Luiz Carlos Barreto, pai de Fábio e produtor) fala 20 milhões, é um balão de ensaio. A expectativa do mercado é que esse filme tenha entre 4 e 5 milhões de espectadores. Já sai de um patamar alto. Mas ninguém está preocupado em ganhar dinheiro com o filme, todo mundo já está de bolsos cheios.

Foto: Divulgação e arquivo

No filme e na vida real, a foto de Lula sendo fichado pelo Departamento de Ordem Pública e Social, o famigerado DOPS. A vantagem da ficção é essa, no filme Lula tem quase 1,9m de altura

Para o filme ter entrada junto ao público de baixa renda, onde o presidente é bem avaliado, o preço do ingresso precisa cair. Recente paper da Universidade de Georgetown sobre o mercado cinematográfico no Brasil aponta o preço dos ingressos como entrave para o crescimento do setor.

Durante as filmagens a placa foi retirada da entrada da cidade, o prefeito ameaça colocá-la de novo, pois cancelaram o lançamento do filme na cidade, por falta de cinema.
"A gente tentou antecipar o vale-cultura", disse a produtora Paula Barreto, referindo-se ao programa que prevê isenção de Imposto de Renda a empresas que bancarem vale para trabalhadores gastarem em cultura.

A oposição tem visto com reticências a estreia do filme justamente em ano eleitoral. Duda Mendonça, ex-publicitário de Lula, chegou a dar sugestões sobre a produção. Ao ver uma versão, sugeriu que fosse retirado trecho em que uma professora de Lula diz que ele é "muito especial". Para Duda, a passagem deixaria ainda mais "chapa branca" o filme, que será transformado em minissérie - a Globo está na negociação.

Os envolvidos com a cinebiografia negam que ela vá ajudar politicamente Lula ou o PT. "Ninguém é petista aqui. Não fizemos por razões ideológicas", disse Wainer. "A história é incrível, independentemente de você votar nele." Questionado sobre o lançamento em ano eleitoral, tinha resposta pronta: "O Brasil está em eleição quase todos os anos."

Produtores contam que até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quis "estrelar" o filme. Ao encontrar o diretor, o tucano brincou, dizendo que faltava seu personagem na cena do velório da mãe de Lula. Na ocasião, FHC apoiava o então líder sindical.

A história é uma ficção exagerada de culto a pessoa, mas é muito bem elaborada, pois Barreto é um bom realizador.

Dá para imaginar qual filme vai ser indicado pelo Ministério da Cultura, no próximo ano, para respresentar o Brasil concorrendo com o Oscar de melhor fime estrangeiro?

Quem ver o trailer já viu o filme todo, pois todas as cenas importantes acabam aparecendo. Há inclusive há um momento onde se ver que ele não obedeceu a mãe, quando Dona Lindu diz que ele deveria estudar. Nouto momento, de puro exagero de ficção, quando um oficial interroga Lula, pergunta se ele gosta do Brasil, o líder sindical responde, “do jeito em que está não...”

A intenção é mostrar um corajoso líder sindical enfrentando os militares olho no olho.

Na verdade Lula nunca foi interrogado por militares, foi detido uma vez numa delegacia, onde foi ouvido por um delegado e um escrivão, acusado de liderar uma greve ilegal, não chegou a ir ao xadrez, embora por causa disso requereu e ganhou uma aposentadoria vitalícia de R$ 6 mil mensais, um pequeno detalhe que obviamente não está no filme.

2 comentários:

Anônimo disse...

Chiste, repassando:

Despotismo

O Despotismo é uma forma de governo em que o poder se encontra nas mãos de apenas um governante. Nesta, os súditos são tratados como escravos. Diferentemente da ditadura ou da tirania, este não depende de o governante ter condições de se sobrepor ao povo, mas sim de o povo não ter condições de se expressar e auto-governar, deixando o poder nas mãos de apenas um, por medo e/ou por não saber o que fazer. No Despotismo, segundo Montesquieu, apenas um só governa, sem leis e sem regras, arrebata tudo sob a sua vontade e seu capricho.

O despotismo é, sem dúvida, a forma mais simples de governo. É baseado em um conceito simples: o poder detém a razão.
Além disso, por ser uma forma de governo tão centralizada, o despotismo tem dificuldades de combater eficazmente rebeliões e impedir o desvio de finanças do Estado se seu território crescer demasiadamente. Déspotas pagam um preço alto demais pelo desperdício e corrupção em suas sociedades. E, com o desenvolvimento de formas de governo mais sofisticadas, déspotas se dão conta de que dar um golpe de estado é necessário para aumentar o crescimento.

ANDERSON CAMELO disse...

como um político com 80% de aprovação popular precisa de um filme para se promover? se mistura muito as coisas, a história de um homem, romanceado para o cinema (mídia essa que nunca teve a obrigação com a verdade, já que se trata de um drama e não um documentário) e a situação das empresas que financiaram o filme, isso sim merece atenção e muita atenção.