8 de out. de 2009

GUERRILHA DO MST: Invasores financiados pelo governo destrói fazenda

GUERRILHA DO MST:
Invasores financiados pelo governo destrói fazenda

Administrador da fazenda ocupada pelo MST resumiu: Parece que aconteceu uma tsunami

Foto: Roney Dominguos/G1

Além de destruir os pés de laranja, os integrantes do MST destroçaram dezenas de tratores, roubaram objetos e saíram sem serem molestados

Fontes: O Globo,O Globo, O GloboAgência Brasil, Terra, Folha Online, G1

Um rastro de destruição, com pés de laranja arrancados, tratores e armários destruídos e paredes pichadas. Esse era o cenário nesta quarta-feira na fazenda Santa Henrique, em Boberi, no interior de São Paulo, que havia sido ocupada no último dia 28 por cerca de 300 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Os invasores deixaram nesta quarta a propriedade,após a Justiça estadual determinar a reintegração de posse, a empresa responsável pela área.

Foto: Roney Dominguos/G1

Vestiários destruídos

Não houve conflito com os cerca de 120 policiais que acompanhavam a operação desde as primeiras horas da manhã. Funcionários e peritos da polícia científica começaram então a fazer uma varredura na fazenda para avaliar os prejuízos.

Além da destruição de pés de laranja - 12 mil, segundo a Polícia Civil, também foram encontrados cerca de 30 tratores quebrados, paredes e caminhões pichados com a sigla do movimento, armários arrombados, louças de banheiro arrancadas e tubulação entupida.

- Eles colocaram terra dentro do motor dos tratores e deixaram eles ligados até fundir - acusou o gerente de produção da fazenda, Claudinei Ferreti. - Mas o maior problema foi a perda de pés de laranja que tinham cinco anos e estavam em plena produção. Parece que aconteceu uma tsunami aqui.

Foto: Luciano Garcia/FuturaPress

Pichações nas construções da fazenda

Os invasores deixaram a fazenda sob chuva fina, e seguiram para dois assentamentos naquela região. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), criticou a ação do MST:

- Acho um absurdo. É tão absurdo que até o presidente do Incra condenou. Não precisa dizer mais nada. A gente sabe que Incra e MST andam, em geral, juntos. Para até o presidente do Incra ter atacado é uma demonstração do absurdo que foi feito, destruição de patrimônio, crime ambiental, enfim, realmente uma ação muito além de lamentável - disse.

Foto: Roney Dominguos/G1

Durante a tarde, os líderes do MST local se reuniram para avaliar os próximos passos do movimento. Na terça-feira, o juiz da 2ª Vara de Lençóis Paulista, Márcio Ramos dos Santos, determinou a reintegração de posse. Se resistisse, o MST seria multado diariamente em R$ 500 por invasor.

Foto: Roney Dominguos/G1

Tratores com areia no motor, ligados até fundir

Em nota, a Cutrale, proprietária da fazenda, afirmou:

"Nossa expectativa é retomar nossas atividades produtivas que sempre desenvolvemos no local, principalmente para possibilitar o retorno dos mais de 300 empregados rurais, pessoas sérias e comprometidas, que entendem de plantio e manutenção de pomares cítricos e que merecem nossa admiração, para que possam continuar com a oportunidade de trabalhar com dignidade, em respeito a elas próprias e aos seus familiares, resultando em benefício de todos e da própria comunidade".

Foto: Roney Dominguos/G1

Crime imperdoável, pPés de laranjas com cinco anos, carregados de frutos, destruídos pelo tronco.

"Existe uma indignação muito maior no seio da sociedade do que dentro do Congresso Nacional", lamenta Caiado.
O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), (foto) denunciou que, nos últimos cinco anos, nove entidades ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) receberam do governo federal R$ 115,1 milhões. Caiado disse que o DEM vai enviar representação à Procuradoria Geral da República pedindo abertura de investigação por crime de responsabilidade contra o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

Caiado sustenta que a legislação proíbe repasse de recursos para entidades, organizações, pessoa jurídica, movimento ou sociedade de fato que auxiliem, colaborem, incentivem, induzam ou participem de invasão de imóveis rurais ou bens públicos, em conflito agrário ou fundiário.

Segundo Caiado, o Ministério do Desenvolvimento Agrário levou cinco meses para enviar à Câmara resposta a um requerimento de informação que havia feito sobre os repasses de recursos. Caiado disse ainda que, depois que a CPI da Terra comprovou a ligação de entidades como Iterra, Anca, Concrab e Anara com o MST, em 2005, Cassel continuou dando verbas a tais entidades, embora em volume menor. O líder do DEM afirma que o ministério passou a destinar as verbas a outras entidades para financiar o MST:

- Eles tiraram os repasses das entidades condenadas, que ficaram recebendo repasses irrisórios, e repassaram através de outras entidades.

Foto: Valter Campanato/ABr

A senadora Kátia Abreu (DEM-TO)(foto) disse que a derrubada de pés de laranja tem facilitado o recolhimento das assinaturas necessárias para a criação da CPI do Campo, que pretende investigar os repasses públicos para financiar ações do movimento e de outras entidades sociais.

Na última sexta-feira, o governo conseguiu enterrar no Congresso a CPI do MST, que tinha a mesma finalidade

- O recolhimento de assinaturas está sendo facilitado, principalmente por conta desse abuso. Segundo Katia Abreu, no Senado já foram colhidas 34 assinaturas. O número mínimo exigido é de 27. Na Câmara, são necessárias mais 171 assinaturas. Assim que isso for feito, os parlamentares protocolarão o pedido de abertura da CPI nas duas casas.

O líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), subiu à tribuna para criticar a ideia de se criar a CPI.

- A oposição está sem bandeira e quer transformar a CPI em bandeira política - disse Vaccarezza.

A senadora cobrou ainda uma ação do governo em relação às invasões dos sem-terra.

- Precisamos de uma palavra clara do governo federal contra essas ações do MST e não estamos vendo, em nenhum momento, um pulso firme e forte no sentido de puni-los. Muito pelo contrário. Nós vimos a base do governo trabalhar duro para esvaziar a CPI como se estivesse mandando um recado ao MST de que eles têm proteção.


Um comentário:

Anônimo disse...

Chiste, diz:

Em 2010 o MST apoiará Dilma de cabo a rabo. Esse é omeu país