Sérgio Guerra, o semeador de flatulência

Sérgio Guerra, o semeador de flatulência O senador tucano de Pernambuco sofre rejeição da aliança que o elegeu há oito anos, esforça-se para parecer humilde, mas sua prepotência incontida deve lhe levar de novo ao ostracismo político, nos confins de Limoeiro Photoshop Toinho de Passira Fontes: Diário de Pernambuco, Acerto de Contas O senador Sérgio Guerra (PSDB) está colhendo em tempestades nauseabundas, as flatulências que semeou. Foi senador por acaso, aboletado nos votos de Jarbas Vasconcelos, que pleiteava reeleição para governador e do prestígio de Marco Maciel, o outro candidato da coligação, que durante oito anos fora vice-presidente da República. Depois de senador começou a se achar. Abandonou suas bases eleitorais, saiu do ciclo de Jarbas Vasconcelos, não se afinou com Marco Maciel, sentiu-se importante e imperial demais para conversar com deputados, prefeitos ou vereadores, de qualquer partido. Pensava que ser as “pregas de Odete”, a “bala que matou Getúlio”, “o bandido que morre no trailer”. Então depois que foi eleito presidente do PSDB, transformou-se num semideus imortal inacessível e inabordável. Nas eleições para Governador de Pernambuco, quando Mendonça Filho tinha que enfrentar sozinho todos os partidos, fez corpo mole, foi reticente e esquivo, atuação que repetiu com mais distanciamento nas eleições municipais. Com o calendário eleitoral em andamento, Sérgio Guerra descobriu, de repente, que seus poderes estão prestes a se esvair. Vendo-se solitário e mal pago, saiu, com a cauda entre as pernas, à cata de votos, sem o mínimo de sutilezas ou pudores. Esgueirou-se pelas veredas nebulosas da traição e da desfaçatez, com a peculiar desenvoltura. Mendonça Filho o flagrou tentando cooptar para o lado tucano dois deputados estaduais, Sebastião Rufino e Ciro Coelho, sem respeitar o pacto de "não invasão" da base aliada. Sua ação, moralmente reprovável, ficou ainda mais vexatória pelo insucesso, os políticos abordados preferiram optaram pelo PSB de Eduardo Campos. José Mendonça Filho, sem papas na língua, em represália, sugere fazer o DEM apoiar o deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB), como segunda opção para o Senado. A prioridade do partido é assegurar a reeleição do senador Marco Maciel (DEM) e abandonar Sergio Guerra, no seu barco desgovernado a própria sorte. Sérgio Guerra reagiu à suposta retaliação dos democratas: "Qual é o DEM que me ameaça com isso? Gostaria que eles se pronunciassem oficialmente. Sebastião Rufino e Ciro Coelho foram para o PSB. Tem um D a menos. "Não tenho nada a ver com as perdas do DEM. Jamais tirei do meu partido nenhum prefeito ou candidato deles", afirmou o tucano. Guerra disse, ainda, que no momento oportuno sentará com os partidos aliados para definir a chapa majoritária. "Do meu lado todo mundo votará em Marco Maciel para o Senado e olhe que nosso partido é grande", ameaçou em tom chantagista e cafajeste. Sérgio Guerra vai acabar sendo o segundo candidato da aliança, acompanhando Marco Maciel, que deve vencer sozinho. Mas os democratas lhes darão o mesmo tratamento que ele deu aos candidatos do partido nas últimas eleições. Sendo assim, em 2011 a única opção de Sérgio Guerra assistir as sessões do Congresso, será pela TV Senado, na sua fazendola em Limoeiro. Nunca mais se vai ouvir falar dele, nem de sua flatulência política.