Ministério Público suspeita que Andressa seja laranja de Carlinhos Cachoeira
BRASIL - Corrupção Ministério Público suspeita que Andressa seja laranja de Carlinhos Cachoeira Ela negociou fazenda de R$ 20 milhões no interior de Goiás; Procuradoria quer abrir inquérito para saber mais Foto: Bruno Peres/CB/D.A Press Postado por Toinho de Passira Andressa Mendonça, a loira que provocou alvoroço na CPI do Cachoeira, pode ser mais que um rostinho lindo, mais do que uma simples namorada do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Na última quarta-feira, o Ministério Público Federal pediu à Polícia Federal que abra inquérito para apurar o suposto uso de Andressa como laranja de Cachoeira. Documentos apreendidos na Operação Monte Carlo indicam que Cachoeira negociou a compra de uma fazenda de R$ 20 milhões entre Luziânia e Santa Maria, a cem quilômetros de Brasília, e passou para o nome da namorada. Diálogos interceptados na operação mostram que Cachoeira planejava fracionar e revender pequenos lotes da propriedade. A venda de todos os lotes, perto de Luziânia, poderia render R$ 58 milhões ao bicheiro. Ou seja, o negócio renderia lucro de quase R$ 40 milhões. Um dos documentos obtidos pela polícia indica que Cachoeira ofereceu como entrada três carros Mitsubishi, e o restante seria parcelado até a legalização da fazenda. A terra está sendo pleiteada pelos supostos proprietários por usucapião. Segundo relatório da Polícia Federal, só alguém com muita confiança e influência no setor público, ousaria investir, milhões de reais, numa propriedade que tem a legalização ainda em tramitação na justiça. A polícia começou a desconfiar do uso de Andressa como laranja da organização de Cachoeira depois de apreender, no computador de Gleyb Ferreira, a cópia de um contrato particular “de compra e venda com recibo de sinal” em nome da namorada do bicheiro. Pelo documento, a fazenda seria comprada de Dinah Cardoso Mendes e Norgente Pereira Mendes e repassada para a namorada de Cachoeira. Como sinal, foram oferecidos três veículos automáticos da Mitsubishi. O restante seria dividido em parcelas de R$ 65 mil por mês a partir de março deste ano até a legalização da terra, com o julgamento final da ação de usucapião. O negócio era de alto risco. Afinal, não seria possível antecipar o resultado de uma decisão judicial. Mas, ainda assim, a organização de Cachoeira apostou alto no negócio. Em 2 de fevereiro, 26 dias antes de ser preso, Cachoeira tratou da compra da fazenda com Andressa. O diálogo foi gravado na Operação Monte Carlo. Procurada pelo GLOBO, Andressa se defendeu com o argumento de que o contrato de compra e venda, com data de 30 de janeiro deste ano, não está assinado. — Este contrato está assinado? Não está. Não existe imóvel nenhum. Não tem nada no meu nome. Eu bem que gostaria de ter uma fazenda para lazer com meus filhos no fim de semana, mas não tenho. Provavelmente era uma vontade do Carlos — disse. Andressa também negou que tivesse conversado com Cachoeira sobre a compra da fazenda. Depois, confrontada com os diálogos interceptados na Monte Carlo, mudou a versão. — Ele (Cachoeira) foi grampeado durante dois anos. Não meu lembro (de falar sobre a fazenda). Conversava com o Carlos todos os dias — afirmou. |
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