ESTADOS UNIDOS - Celebridades Divórcio obriga Cruise a manter filha longe da Cientologia Nesta segunda feira Katie Holmes e Tom Cruise assinaram termos do divórcio. Ela fica com a guarda da filha, com a exigência de que o ator mantenha a menina longe da Cientologia, culto professado pelo pai. Foto: Reuters
Katie e Cruise formavam um dos casais - agora ex-casal - mais famosos de Hollywood. Foram sete anos de relacionamento, cinco deles de papel passado. Postado por Toinho de Passira Fontes: Veja , Veja, Veja, TMZ, People
Tom Cruise e Katie Holmes chegaram a um acordo sobre o divórcio e a custódia da filha Suri nesta segunda-feira. Katie exigiu que Cruise mantenha a filha Suri longe de qualquer envolvimento com a cientologia, o que inclui visitas a igrejas e festas organizadas pela seita. Essa é a principal condição para o ator ter contato frequente com a filha de 6 anos, cuja guarda ficou com a atriz.
Mesmo assim, as visitas vão ser acompanhadas por seguranças e babás designadas por Katie, já que o ator tem ao seu redor apenas funcionários ligados à igreja.
As informações foram apuradas junto a fontes ligadas ao casal porque, assim como os demais termos do acordo de divórcio, a proibição de Suri ter contato com a cientologia é mantida em segredo de Justiça.
A agilidade no encerramento do processo foi ao encontro do desejo do casal, que queria evitar uma disputa nos tribunais.
Katie Holmes para conseguir se separar de Tom Cruise teve que agir, como se atuasse num filme de suspense, terror, ou ficção científica, dos que o ator costuma atuar. Foi uma fuga planejada há meses, posta em execução enquanto Cruise estava na Finlândia filmando. Mudou para Nova York, onde a justiça lhe seria mais benéfica, instalou-se num novo apartamento e até trocou o número dos celulares.
O motivo de tantos cuidados e episódios cinematográficos deve-se a crença religiosa de Tom Cruise, que teria sido o motivo central da separação do casal.
Segundo teorias de uma biografia não-autorizada do ator lançada em 2008 nos Estados Unidos, Suri, a filha de seis anos do casal hollywoodiano, teria sido gerada pelo esperma congelado do criador da cientologia, a bizarra religião de Cruise. Ou, ainda, seria a reencarnação do criador.
Tom Cruise: Uma Biografia Não-Autorizada, livro que passou semanas entre os mais vendidos da Amazon, leva a assinatura do jornalista britânico Andrew Morton.
“Quando Ron Hubbard morreu, em 1986, acreditava-se que ele reencarnaria em 20 anos, isto é, 2006, ano em que Katie Holmes ficou grávida”, disse o autor à revista americana US Weekly, à época do lançamento.
No livro, ele também relata que Suri - ainda bebê - foi alimentada pelos pais com uma fórmula à base de cevada recomendada por Ron Hubbard – qualquer semelhança com a história de O Bebê de Rosemary, em que a personagem grávida de Mia Farrow é nutrida, sem saber, com um alimento da seita do marido, é mera coincidência.
Ainda sobre a personalidade de Cruise, o biógrafo lista características que teriam desgastado a relação entre o ator e Katie Holmes. O livro descreve o ator como um homem controlador e extremamente nervoso. Foto: Community Live Journal
A filha do casal, a menina Suri Cruise Em meio a esse cenário, Katie teria pedido divórcio não apenas por ter se cansado das maluquices do marido, mas também para proteger sua filha. A prova disso é que Katie exige na Justiça a guarda exclusiva da menina. Não haverá divisão de bens do casal, por ocasião do divórcio, segundo o acordo pré-nupcial, assinado pelo casal de atores em 2006.
O único item do qual Katie não está disposta a abrir mão é a pensão que Cruise deverá pagar a Suri, a filha de 6 anos do casal.
Katie Holmes estaria com medo de que Tom Cruise enviasse a filha do casal, Suri, de seis anos, para um cruzeiro de cientologia, religião de Cruise. Esse foi um dos motivos que determinou o fim do casamento entre ambos.
No cruzeiro, chamado Sea Organization, crianças a partir de cinco anos são doutrinadas nos mais alto níveis da cientologia. Segundo o site oficial da cientologia, fazer parte do Sea Org é como um “comprometimento eterno com a religião”.
Nesses cruzeiros, as crianças viajam sem a presença dos pais e Katie estaria determinada a não permitir a ida de Suri. O divórcio teria sido a solução encontrada por ela para impedir que a filha fosse levada no cruzeiro.
Katie, que anunciou o término do casamento de sete anos com o astro Tom Cruise na última sexta-feira, dia 29, acredita ainda que pessoas ligadas a cientologia, passaram a vê-la como uma ameaça e começaram a persegui-la.
Mantendo o clima de suspense ela diz que, depois da separação, seus movimentos estão sendo monitorados, especialmente em Nova York. Embora alguns possam ver o medo como paranoia, fotógrafos que costumam acompanhar os passos da atriz afirmaram ver misteriosos homens e veículos por perto quando ela deixa o apartamento – especialmente um Cadillac Escalade branco e um Mercedes SUV preto. Cientologia, uma crença de outra galáxia Criada por um autor de ficção científica e auto-ajuda, a Igreja da Cientologia é a fé das celebridades A cientologia foi fundada nos anos 50 pelo americano L. Ron Hubbard, autor de livros baratos de ficção científica e de obras de aconselhamento que alardeiam os poderes da mente.
Morto em 1986, ele pregava que o homem é um ser imortal com capacidades espirituais ilimitadas, mas precisa “limpar” sua mente dos traumas que viveu nesta e em outras encarnações para desenvolvê-la.
A cientologia admite que seus adeptos também sigam outras fés. Seu grande inimigo está em outro campo: são as idéias de Sigmund Freud e da psiquiatria moderna. Ela condena, por exemplo, o uso de remédios como os antidepressivos.
Volta e meia, a religião entra na mira da imprensa e das autoridades americanas. Já foi acusada de fazer lavagem cerebral e explorar os fiéis. Mas a igreja conta com defensores em pontos tão estratégicos quanto o mercado financeiro e o governo americano. Além, é claro, de ter garotos-propaganda como Cruise.
“A cientologia mostra como mudar uma sociedade na qual as pessoas são ensinadas a odiar”, disse o ator a VEJA numa entrevista precedida por um tour de cinco horas pela sede mundial da seita, em Hollywood.
A cientologia tem 8 milhões de seguidores em 150 países, segundo seus líderes — há quem estime, contudo, que o número não passa de 100.000. A maioria dos adeptos está nos Estados Unidos, mas a igreja vem crescendo internacionalmente. Isso é visível em eventos como a inauguração de sua nova sede na Espanha, no ano passado, num grande edifício de Madri.
Ou nos 137 centros de recuperação de dependentes de drogas que a igreja mantém em 37 países — inclusive na periferia de São Paulo, seu principal ponto de referência no Brasil. “A cientologia tem pouco mais de cinqüenta anos e não pára de crescer.
Por isso é atacada”, diz Lee Anne DeVette, irmã mais velha e relações-públicas de Tom Cruise.
A cientologia ostenta uma cruz como símbolo, mas esta nada tem a ver com o ícone cristão. Sua versão do mito da criação também destoa das que foram consagradas pelas religiões tradicionais — ela faz jus, e como, à imaginação de autor de ficção científica de Hubbard. Resumidamente (a história tem detalhes obscuros, guardados como “revelações” pela igreja), cada pessoa abrigaria em seu corpo uma espécie de conglomerado de espíritos alienígenas — parte de uma população de bilhões deles que teriam sido transportados para a Terra 75 milhões de anos atrás, a mando de um líder intergaláctico maligno, Xenu.
L. Ron Hubbard, fundador da Cientologia |
Essas entidades, que Hubbard batizou de “thetans”, teriam perdido consciência de sua imortalidade ao ganhar um invólucro indesejado — o corpo. A cientologia prega que só por meio do aperfeiçoamento oferecido pela religião se podem retirar as travas que impedem a evolução do espírito até sua plenitude — quando seria possível ter controle absoluto sobre a mente. Hubbard afirmava que tudo o que ocorre de ruim na vida das pessoas fica arquivado naquilo que ele denominou de mente reativa. Para a cientologia, essa é a fonte de problemas como stress, ansiedade, depressão, agressividade e pessimismo. Uma das maneiras de a religião ganhar adeptos é o uso do eletropsicômetro, ou e-meter, aparelho que mede o stress com base numa tecnologia também usada em detectores de mentiras. O usuário segura duas barras de ferro ligadas ao aparelho. Em tese, o ponteiro do e-meter vaipara a direita ao detectar pensamentos estressantes. Caso contrário, vai para a esquerda. O teste é aplicado diariamente em passantes desavisados em lugares como a estação de metrô de Times Square, em Nova York. Uma vez fisgados, os fiéis têm de vencer uma série de etapas de aperfeiçoamento — a primeira é a desintoxicação química do corpo. Ocorre que os métodos da cientologia são patenteados como se fossem segredos industriais. Para evoluir, o fiel tem de fazer mais e mais cursos que chegam a custar milhares de dólares. A igreja ameaça com processos quem divulga o conteúdo desses cursos. E avisa que conhecer essas “revelações” de forma inadequada pode levar os incautos à morte por pneumonia. Melhor ficar longe. Proliferam histórias de gente que teve de vender a própria casa para satisfazer sua necessidade de freqüentar os cursos da seita. Registram-se episódios trágicos, como o do jovem americano Noah Lottick, que cometeu suicídio aos 24 anos, na década de 1990. Ele mergulhou do 10º andar de um hotel de Nova York sobre uma limusine, tendo nas mãos 171 dólares — toda a quantia que lhe restou depois de doar sua conta bancária à igreja. A seita é acusada de falsear dados para se promover. Os cientologistas afirmam que Dianética, um manual de auto-ajuda de Hubbard, foi best-seller durante quatro décadas. Há indícios, porém, de que a própria igreja comprava a obra em grandes quantidades para mantê-la nas listas dos mais vendidos. Descrito como um homem brilhante e iluminado, Hubbard na verdade obteve um diploma falso de doutorado e teria concebido parte de suas teorias sob o efeito de drogas e álcool. Depois de sua morte, ele foi submetido a uma autópsia. Havia uma alta dose de calmante em seu sangue. Leia o texto completo:"Cientologia, uma crença de outra galáxia". (Essa reportagem foi originalmente publicada na edição da revista VEJA de 27 de julho de 2005) |
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