Demóstenes Torres: - “Tenham a certeza, sou inocente!"
BRASIL – Corrupção Demóstenes Torres: - “Tenham a certeza, sou inocente!” Diante de um plenário quase deserto — apenas 5 dos outros 80 senadores acompanharam seu discurso de 26 minutos — o senador Demóstenes ocupou nesta segunda (2) a tribuna do Senado para pedir perdão a cada um dos senadores. Numa tentativa patética de evitar a cassação no julgamento marcado para o próximo dia 11, neste mesmo plenário de onde agora se lamuria. Promete voltar todos os dias para se defende até o dia do julgamento final. Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado Postado por Toinho de Passira
MONTAGEM O senador voltou a questionar a legalidade das gravações feitas pela Polícia Federal e divulgadas pela imprensa, tanto na coleta da prova quanto na transcrição, que traria “maldosas fraudes realizadas pela polícia”. O pedido de perícia feito pela defesa do senador ao Conselho de Ética foi negado. Para Demóstenes, as falas foram montadas para prejudicá-lo. – O que coloca a população contra o homem público são três providências tomadas pela Polícia e o Ministério Público federais antes da divulgação: a edição, a montagem e a interpretação dos diálogos – acusou o senador. Ainda de acordo com Demóstenes, das 250 mil horas de gravação feitas pela PF, apenas 150 minutos foram transcritos, dos quais só três minutos foram usados no parecer do conselho pela sua cassação. O trecho mais repetido, no qual teria dito “te pega” a Cachoeira ao analisar um projeto que tornaria crime a exploração de jogos sem autorização, é, segundo o senador, uma parte de uma informação sobre projeto de interesse legítimo da sociedade. Para ele, é desproporcional tirar o mandato de um senador que transmite a alguém a situação de uma proposição. – Dentro de 250 mil horas de gravação, pode ser cassado um mandato de 2 milhões de votos por causa de seis letras, três sílabas, duas palavras e uma interpretação – disse Demóstenes. que lembrou o fato de a informação não ter resultado em prejuízo ao Erário. O senador criticou o vazamento à imprensa de informações em “pílulas”, repetidas à exaustão, e citou a quantidade de reportagens e postagens críticas em redes sociais, publicadas diariamente. Para Demóstenes, a estratégia é reutilizar as acusações para ter, continuamente, a aniquilação de sua imagem. – No âmbito jurídico, sequer fui acusado, mas no tribunal das manchetes já fui denunciado, julgado e condenado. Estou no cumprimento da pena mais cruel que possa ser imposta a um homem direito. APOIO Apesar de reafirmar sua inocência, Demóstenes se desculpou com os colegas por possíveis constrangimentos gerados pelas denúncias. O senador afirmou não ter procurado todos por falta de oportunidade e, em alguns casos, por vergonha. Além de dizer que entende as desconfianças, dada a proporção da “campanha difamatória”, Demóstenes citou nominalmente os 44 colegas que o apartearam no dia 6 de março, quando subiu à tribuna, pela primeira vez, para se defender. – Vossas excelências verão que os apartes àquele pronunciamento em 6 de março não foram em vão, não mais lhes causarão qualquer decepção ou constrangimento – assegurou. Demóstenes afirmou que subirá à tribuna todos os dias, até 11 de julho, data prevista para a votação em Plenário do pedido de cassação do seu mandato. Para o senador, o tempo para a sua defesa – de até 30 minutos – será curto, motivo pelo qual pretende apresentar sua versão antes, por partes. No plenário, a votação será secreta. Antes, nesta quarta-feira (4), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) votará o relatório de Pedro Taques (PDT-MT) pela admissibilidade do parecer do Conselho de Ética. |
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