BRASIL - Política Dilma, cinco segundos, Marina Silva, a eternidade A presença da ex-ministra Marina Silva na cerimônia de abertura da Olimpíada de Londres causou mal estar entre os ministros do governo de Dilma Rousseff. A participação destacada da adversária pegou Dilma de surpresa. “A situação gerou constrangimento, porque Marina é adversária política de Dilma, cuja presença como presidente do país que será a próxima sede dos Jogos Olímpicos foi ofuscada pela ex-ministra”. – comenta o Estadão Foto: Paul Gilham/Getty Images Foto: Cameron Spencer/Getty-Images
 BEM ACOMPANHADA - Marina Silva ao lado do presidente da ONU, pacifistas, atletas lendários e intelectuais, pessoas exemplares, inspiradoras para a humanidade Postado por Toinho de Passira Fontes: Exame, Yahoo, BBC Brasil, Estadão
Marina Silva tirou o sorriso dentuço do rosto de Dilma Rousseff, quando desfilou a convite do Comitê Olímpico Internacional, ao lado de celebridades mundiais, entre elas o presidente da ONU, Ban Ki-moon, carregando a bandeira com os anéis olímpicos.
Exageradamente, a imprensa anda dizendo que a presença de Marina na festa, ofuscou Dilma, que da tribuna do honra do estádio, acompanhada da filha Paula Rousseff, foi focalizada apenas por cinco segundos, no instante em que a delegação brasileira desfilava entre as comitivas dos outros países.
Marian estava ali como ecologista. “Marina foi escolhida pela sua "dedicação pela luta contra o desmatamento" e por ser uma "apaixonada defensora de nossa frágil terra", segundo palavras do Comitê Olímpico Internacional.
A situação criou constrangimento e a turma de Dilma surpreendida não soube disfarçar.
"Marina sempre teve boa relação com as casas reais da Europa e com a aristocracia europeia", disparou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, adversário político de Marina na polêmica do Código Florestal. "Não podemos determinar quem as casas reais escolhem, fazer o quê?"
O presidente da Câmara, Marco Maia, disse que a primeira reação foi de surpresa. Para ele, o COI deveria ter feito um melhor trabalho de comunicação com o governo brasileiro.
"É óbvio que seria mais adequado por parte do COI e da organização do evento que houvesse um diálogo de forma mais concreta com o governo brasileiro para a escolha das pessoas", disse, sem deixar de reconhecer a importância do trabalho ambiental de Marina. Ou seja, se o comitê tivesse consultado o governo brasileiro teria vetado o nome de Marina.
Para outro membro da delegação, que pediu para não ser identificado, o que o COI fez foi o equivalente a convidar um membro da oposição britânica para um evento no Brasil que tenha o governo de Londres como convidado especial.
Em entrevista ao Estadão, em Londres, Marina Silva disse que o governo brasileiro tentou "apequenar" a sua participação na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos 2012, ontem, "em uma disputa política".
A ex-ministra chorou ao saber sobre a reação da presidente Dilma Rousseff e de ministros e disse que a equipe de Dilma "não sabe separar as coisas."
”Ela é reconhecida internacionalmente por sua luta em defesa do meio ambiente.
Segundo Marina, o convite para participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres também a surpreendeu. Os organizadores a sondaram no domingo para saber se concordaria com o uso de sua imagem no evento e apenas na terça-feira confirmaram como seria a sua participação.
Marina desembarcou em Londres na quinta-feira. Sobre manter segredo, disse que foi instruída pelo Locog.
"Eu fiz como eles me disseram. Falei apenas com meus filhos e marido e pedindo a eles segredo. Não tinha como revelar isso ao governo, a ninguém. Foi um pedido", disse. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
 MORDOMIA - Antes da aparição de Marina, Dilma divertia-se na Tribuna de Honra, acompanhada do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nusman, do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e da filhota Paula Rousseff Quanto a insatisfação gerada por integrantes do governo com a sua presença na festa Marina Silva disse ao Estadão
"Não acho que a gente deve apequenar isso em uma disputa política. Aqui é o interesse maior do Brasil. Isso me entristece", disse Marina, no Hotel Corinthia, onde está hospedada a convite do Locog, na capital londrina.
A ex-ministra disse que esperava apoio da comitiva brasileira e, principalmente, da presidente Dilma para a sua participação.
"Meu apelo é para a presidente Dilma: que a causa que eu represento, e ali não era eu como figura política, não seja uma afronta para o Brasil, que seja uma dádiva. Porque eu tenho tanto respeito pelo Brasil pela nossa história e a presidente Dilma sabe como, na minha divergência, eu sou leal”.
Marina disse por fim que as críticas do governo não importam. "O mais importante é que estou fazendo meu trabalho. E isso ficará como legado para o Brasil."
Hoje, pela manhã, Dilma perguntada por jornalista disse que não havia sido informada sobre o convite para a adversária das eleições de 2010:
- Não sabia e não preciso saber de tudo. Foi um orgulho. – encerrou e nada mais disse. |
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