No Brasil, receio de retrocesso na proteção da Amazônia
OPINIÃO No Brasil, receio de retrocesso na proteção da Amazônia Uma reportagem publicada na edição desta quarta-feira pelo jornal “New York Times” afirma que o Brasil teve "grandes avanços" nos últimos anos no combate ao desmatamento da Amazônia, mas desde que a presidente Dilma Rousseff foi eleita presidente, há sinais de mudanças na atitude do governo em relação à preservação da floresta. Foto: Damon Winter/The New York Times Alexei Barrionuevo. O Brasil tem feito grandes progressos nos últimos anos na redução do desmatamento da Amazônia e mostrando ao mundo que leva a sério a proteção da floresta tropical nativa. A taxa de desmatamento caiu em 80 por cento nos últimos seis anos, como o governo reservando cerca de 150 milhões de hectares para a preservação - uma área quase do tamanho da França – reprimindo com força policial os desmatadores ilegais. . A ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva, se tornou respeitada internacionalmente como defensora da Amazônia. Ela concorreu à presidência em 2010 pelo Partido Verde, e ganhou 19,4 por cento dos votos. Mas desde que Dilma Rousseff foi eleita presidente no final de 2010, tem havido sinais de uma mudança de atitude do governo em direção à Amazônia. A medida provisória permite agora que a presidente possa diminuir as terras reservadas para a preservação. O governo está concedendo mais flexibilidade para grandes projetos de infraestrutura durante o processo de licenciamento ambiental. E uma proposta daria poder de veto do Congresso Brasileiro sobre o reconhecimento de territórios indígenas. "O que está acontecendo no Brasil é o maior retrocesso que jamais poderia imaginar no que diz respeito às políticas ambientais", disse Marina Silva, que agora dedica seu tempo à defesa do meio ambiente. Agora, um projeto de lei pretende renovar o Código Florestal de 47 anos de idade, uma peça central da legislação ambiental, um teste ainda mais sério que revela a postura de Dilma em relação ao meio ambiente. O debate sobre a lei revelou a gritante falta de conexão entre uma população que está cada vez mais favorável à conservação da Amazônia e Congresso onde os interesses agrícolas no norte rural do país e nordeste ainda prevalecem. Surpreende saber que o Brasil vai sedir a realização de uma conferência das Nações Unidas sobre o desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro em junho próximo. Antes de tomar posse em janeiro passado, Dilma prometeu vetar qualquer revisão do Código Florestal que concedeu anistia aos proprietários que já haviam desmatado ilegalmente. Mas seu governo negociou uma versão do código, aprovado pelo Senado em dezembro, que daria anistia aos agricultores que infringiu a lei antes de 2008 - desde que eles concordassem em plantar novas árvores. Está previsto novo debate no Congresso sobre a legislação, mais uma vez, em março, com Dilma possuindo o poder de veto final. Foto: Associated Press
A luta sobre o Código Florestal tem alimentado a luta secular sobre desenvolvimento versus conservação no Brasil, um país que carrega o peso da pressão internacional para proteger a Amazônia do desmatamento, porque, qualquer alteração, poderia afestar as condições climáticas em escala mundial. Foto: Paulo Santos/Reuters Marina Silva, que nasceu na Amazônia, renunciou em 2008 depois da oposição dos governadores ruralistas a restrições sobre o desmatamento ilegal, ela havia implementado. Mas ela instituiu uma politica eficaz de controle de desmatamento, que os ambientalistas aprovam. O governo Lula, usou imagens de satélite, ações policiais e elaboração de uma lista negra dos piores crimonosos.
O governo afirma que o código irá reflorestar cerca de 60 milhões de hectares, em grande parte na Amazônia, que o Ministério do Meio Ambiente chama de "o maior programa de reflorestamento do mundo." Mas quem vai pagar por todas essas novas árvores? E o governo vai cumprir os requisitos de replantio? "Os pequenos produtores não têm dinheiro para replantar", disse Jank, disse. "É preciso desenvolver programas para ajudá-los." Há também questões sobre o tamanho das áreas a serem isentas da obrigação legal de preservar 80 por cento das árvores nas propriedades da Amazônia. A nova lei isentaria "pequenas" propriedades de até quatro "módulos fiscais", que na Amazônia são quase 100 hectares contínuos. "Isso é uma grande propriedade em qualquer parte do mundo", disse Nobre disse. "Eu vejo grande risco aqui se esta definição for mantida." Apesar das preocupações, não há como negar que o desmatamento no Brasil, impulsionado em grande parte pelo desmatamento para pastagem de gado ineficiente, tem sido uma tendência descendente. Além disso, uma nova geração de satélites durante os próximos dois anos dará ao Brasil acesso a imagens de sete satélites, duas vezes mais eficiente que as atuais. Gilberto Câmara, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e outros cientistas estão prevendo que a Amazônia brasileira tem a chance até 2020 para se tornar um "sumidouro de carbono", se a quantidade de floresta que está sendo replantada é maior do que o montante a ser desmatadas. "A presidenta Rousseff é extremamente ciente disso." "Quando eu disse isso ela quase caiu da cadeira." – disse Câmara. Mas para que isso aconteça, "tem de haver financiamento do governo muito forte e apoio para as pessoas a recuperar a floresta", disse ele. *Acrescentamos subtítulo, fotos e legendas ao texto original |
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