16 de jan. de 2012

Donos do navio admitem culpa do comandante

ITALIA - NAUFRAGIO
Donos do navio admitem culpa do comandante
O presidente da Costa Cruzeiros, proprietária do navio que naufragou na noite de sexta-feira próximo à ilha de Giglio, na Toscana, Itália, disse nesta segunda-feira que o capitão do Costa Concordia fez um desvio de percurso "não autorizado, sem aprovação". O ministério do Meio Ambiente da Itália, demonstra séria preocupação ambiental uma vez que começou a vazar material líquido da embarcação que possui nos seus tanques 2,3 mil toneladas de combustível.

Foto:Getty Images

A embarcação de 290 metros de comprimento permanece sobre um banco de rochas submarinas coberta entre 15 e 20 metros de água. As equipes de resgate, porém, temem que ela deslize e caia de forma abrupta em águas muito mais profundas. O navio deslocou-se no rochedo com a piora das condições meteorológicas nesta segunda-feira.

Postado por Toinho de Passira
Fontes:BBC Brasil, Reuters, G1, Corriere dela Sera

O empresário Pier Luigi Foschi, o presidente da Costa Cruzeiros, proprietária do navio Costa Concordia que naufragou na noite de sexta-feira próximo à ilha de Giglio, na Toscana, Itália, disse nesta segunda-feira que "erro humano" motivou o acidente, referindo a um desvio no percurso, "não autorizado, sem aprovação, feito pelo capitão, capitão do navio, Francesco Schettino. Em entrevista coletiva concedida em Gênova, Pier Luigi Foschi falou:

"A companhia dará ao capitão (Francesco Schettino) toda a assistência necessária, mas temos que admitir os fatos e não podemos negar o erro humano", afirmou.

"A rota estava correta. O fato de que (o navio) saiu de seu curso se deve unicamente a uma manobra do comandante que não tinha sido aprovada, (não foi) autorizada e (era) desconhecida pela Costa (Cruzeiros)”, acrescentou.

Foschi disse ainda que o navio Costa Concordia passa por inspeções periódicas e tinha passado por uma grande inspeção em novembro de 2011.

As equipes de resgate já encontraram os corpos de seis vítimas do naufrágio do navio de cruzeiro. Outras 15 pessoas estão desaparecidas.

As operações de resgate foram suspensas na manhã desta segunda-feira, pois o navio, que tombou lateralmente, se afastou das rochas em que estava apoiado devido ao mau tempo na região.

Nesta segunda-feira, o Itamaraty atualizou o número de brasileiros presentes no navio de 53 para 57 pessoas, sendo seis tripulantes do Costa Concordia. Todos saíram ilesos do acidente.

Foto: Filippo Monteforte/AFP/Stern

Acesso ao interior do navio é difícil. As equipes de resgates arriscam-se em bucas de sobrevientes e corpos, nadando dentro do navio semi-submerso, que pode afundar a qualquer momento.

As equipes de resgates arriscam-se em bucas de sobrevientes e corpos, nadando dentro do navio semi-submerso, que pode afundar a qualquer momento.

As equipes de resgate retiraram seis corpos da embarcação e as autoridades afirmam que permanecem desaparecidos 16 dos 4.200 passageiros e tripulantes.

Por outro lado o ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini, disse nesta segunda-feira que pode declarar situação de emergência à medida que começou um vazamento de material líquido do navio de cruzeiro Costa Concordia, que encalhou e tombou na costa oeste do país com 2,3 mil toneladas de combustível.

Os tanques de combustível do navio estavam cheios quando o navio naufragou na sexta-feira. Ele havia acabado de deixar o porto de Civitavecchia, ao norte de Roma, para um cruzeiro de uma semana pelo Mediterrâneo.

Clini disse que ainda não é possível confirmar se o vazamento é de combustível, mas adiantou que barreiras de proteção já estavam sendo instaladas ao redor da embarcação.

A área onde o navio naufragou, perto da ilha de Giglio, é um parque marinho conhecido por suas águas cristalinas e pela diversidade da vida marinha e dos corais. Ela também é mundialmente reconhecida como um excelente local para a prática de mergulho.

"O risco ambiental na ilha de Giglio é muito, muito alto", acrescentou o ministro. "O objetivo é evitar o vazamento de combustível do navio. Estamos trabalhando para evitar isso. É urgente e o tempo está se esgotando."

O navio transporta combustível pesado. Por causa de sua densidade, é mais difícil de ser bombeado, a menos que seja aquecido ou diluído.

Grupos ambientalistas vêm pedindo há anos que os grandes navios sejam proibidos de se aproximar do arquipélago da Toscana, formado pelas ilhas de Giglio, Montecristo, Pianosa, Elba, Capraia e Gorgona.

"Essas monstruosas cidades flutuantes poluem o cenário com a sua presença e os rios, mares e cidades onde param com os dejetos que produzem", afirmou a presidente nacional do grupo de conservação italiano "Itália Nostra", Alessandra Motola Molfino.

"O desastre do Costa Concordia infelizmente prova a insustentabilidade do tipo de turismo que explora e maltrata a beleza e o patrimônio cultural da Itália e não produz nenhum crescimento nem bem-estar", afirmou ela à Reuters.

Alessandra disse que manter os grandes navios distantes de áreas ambientalmente sensíveis seria de "bom senso", já que a beleza natural da Itália é "um recurso fundamental" para a indústria do turismo.

Empresas especializadas estavam no local para tentar retirar o combustível após cercar a embarcação com uma barreira flutuante. A proprietária e a seguradora do navio contrataram uma empresa holandesa de serviços marítimos especializada nesse tipo de emergência, para bombear o óleo e execute a limpeza, caso ocorra um vazamento.

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