15 de set. de 2010

As secas na Amazônia pioram a cada ano

BRASIL – MEIO AMBIENTE
As secas na Amazônia pioram a cada ano
Em algumas regiões da Amazonia passaram 100 dias sem chover. Os rios batem recordes de baixo nível de água. Todo o eco sistema das águas das florestas, da fauna e do caboclo amazonense está comprometido. Como os rios são as estradas da região e os barcos não conseguem navegar com o baixo nível das águas, começam a faltar alimentos, combustível e remédios nas localidades mais distantes, onde até as aulas estão sendo suspensas, por falta de merenda escolar.

Foto: Euzivaldo Queiroz/A Crítica/AE)

O baixo nível dos rios prejudica a navegação e o abastecimento de comunidades. No igarapé de Educandos, no centro de Manaus, barcos aparecem em meio à terra devido à baixa das águas.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão, O Globo, D24AM, O Globo

Uma das maiores secas dos últimos anos registrada na Amazônia atingiu a navegação, abastecimento e transporte de algumas comunidades da região, de acordo com informações da Agência Nacional de Águas (ANA). Por causa da falta de chuva, os rios Javari, Juruá, Japurá, Acre, Negro, Purus, Iça, Jutaí, Solimões e Madeira, que têm papel fundamental para o transporte e o abastecimento de alimentos, medicamentos e combustíveis, estão com níveis abaixo da média.

Em razão disso, a Capitania dos Portos da região proibiu o transporte por barcos de alimentos e passageiros no período noturno e ameaça suspender por tempo indeterminado o transporte de veículos pesados pelas balsas, o que pode prejudicar o abastecimento de alimentos e outras mercadorias essenciais, como combustíveis, nos Estados de Rondônia e, principalmente, do Acre.

Além da proibição, a população necessita percorrer grandes distâncias para obter água de boa qualidade, já que, em muitos casos, a qualidade da água disponível está comprometida devido à mortandade de peixes, segundo a ANA.

Dados da estação telemétrica de Tabatinga (AM) indicam queda acentuada no nível do Rio Solimões na cidade, a mais baixa desde 1982, quando começou a ser aferida, o que dificulta a navegação até Tefé, fazendo com que, por razões de segurança, a navegação seja limitada ao período diurno.

Cidades no Peru já sentem os efeitos do baixo nível de água no Rio Amazonas, como é chamado o Solimões antes de entrar em território brasileiro. No Brasil, a seca isolou quatro municípios no interior do Amazonas abastecidos pelo Purus e pelo Juruá, afluentes do Solimões. Além disso, a Defesa Civil emitiu estado de alerta para 25 cidades.

Foto: Reuters

O pior, é que quando os rios e igarapés baixam, como se pode comprovar nessa foto, vê-se que os rios amazonenses estão excessivamente poluídos, com resíduos plásticos e lixo

No Porto de Manaus, o nível do Rio Negro estava em 20,67 metros no último dia 8, mas vem baixando dia a dia. A menor cota já registrada no Porto foi de 13,64 metros, em 1963.

Foto: Reuters
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Estacionamento de barcos no leito seco do rio Manaquiri (imagem de dezembro do ano passado)

Pelo menos três mil estudantes de 35 escolas da Zona Rural do município de Manaquiri (a 65 quilômetros de Manaus) podem ficar sem aula por conta da vazante dos rios.

A estiagem, além de dificultar a locomoção dos alunos, também deve afetar o transporte da merenda escolar.

Na região, já são 70 quilômetros de rios e igarapés atingidos. Em alguns lugares não dá para ver a água, como nas comunidades de Janauacá e Inajá, distante a três horas via fluvial da sede do município, onde os moradores correm risco de contrair doenças transmitidas pela água suja da seca.

“Estamos com dificuldades para transportar a merenda escolar e também o material didático. Além destes entraves, a água potável está escassa. Problemas maiores enfrentam os moradores das áreas mais distantes, que precisam andar horas, por leitos de lagos e igarapés secos para conseguir comprar água e alimentos”, relatou a secretária de Educação de Manaquiri, professora Raimunda Nonata Cordeiro, ao acrescentar que as únicas fontes disponíveis são as cacimbas e os poços artesianos construídos nas comunidades.

As cidades de Juruá, Envira, Eirunepé, Ipixuna e Guajará, todas na calha do Juruá, também devem ter as aulas paralisadas. De acordo com a Associação Amazonense de Municípios (AAM), até ontem. sete municípios haviam decretado estado de emergência por ocasião da vazante, são eles Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Guajará, Ipixuna, Envira e Itamarati.

Foto: Reuters

No ano passado, a estiagem no município de Manaquiri provocou uma das maiores catástrofes ambientais, com a morte de toneladas de peixes no rio que leva o nome da cidade. Na ocasião, vários quilômetros das margens do rio Manaquiri cobertas por uma cama de peixe podre, uma desastre ecológico incomensurável, causando um inusportável odor de podridão e deixando a água sem condições de consumo humano. incomensúravel.


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