DESASTRE AMBIENTAL : As reservas de Brasília continuam em chamas
DESASTRE AMBIENTAL As reservas de Brasília continuam em chamas Atual cenário de destruição do cerrado confirma o pior período de incêndios no Distrito Federal nos últimos três anos. As labaredas chegaram a três das cinco principais reservas ecológicas da capital federal, num trágico recorde de destruição O incêndio no Parque Nacional de Brasília escancarou as deficiências do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. Faltam equipamentos e planejamento para enfrentar um fenômeno cíclico que se repete a cada ano
Foto: Marcello Casal/Jr Postado por Toinho de Passira Com a média de quase um novo foco por hora, o Distrito Federal vive a pior temporada de queimadas dos últimos três anos. Até terça-feira, o Corpo de Bombeiros havia registrado 2.686 ocorrências, 30% a mais que ao longo de 2009. 17,6 mil hectares do cerrado já foram destruídos, isso representa quase 400% a mais da queimada do ano passado. A pior tragédia ambiental teve início às 8h de domingo, quando as labaredas começaram a lamber o Parque Nacional de Brasília. Também conhecido como Água Mineral, por causa das piscinas naturais, o Parque Nacional é a maior área verde do DF. Em pouco mais de um dia, o incêndio consumiu cerca de 25% dos seus 42.789 hectares — cada hectare equivale a um campo de futebol profissional. A fauna é a mais afetada pelo fogo, segundo os responsáveis pela operação de combate ao incêndio. “A vegetação se recupera rápido. O problema são os animais mortos. Na região, há espécies importantes, como o lobo-guará”, exemplificou o chefe do parque, Amauri Senna Motta. Os bombeiros cogitam a possibilidade de que as chamas tenham sido provocadas por pessoas que passavam pelo local. Depois de controlá-las, uma perícia será realizada na região para encontrar vestígios da origem da queimada. Foto: Wilson Dias/ABr O incêndio no Parque Nacional de Brasília escancarou as deficiências do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. Faltam caminhonetes para os militares se dividirem melhor e chegarem mais rápido aos locais em chamas. A corporação também carece de aeronave e caminhões que levem água às regiões mais distantes e acidentadas. Foto: Valter Campanato/ABr Com reduzida quantidade de veículos, os bombeiros têm tido dificuldades para atender todas as ocorrências e chegar ao cerrado antes das chamas virarem labaredas ou se espalharem para uma área maior. “Se tivéssemos o número ideal de picapes, poderíamos atender todas ocorrências e evitar a propagação de incêndios”, ressalta o comandante do Grupamento de Proteção Ambiental, coronel Odilio Domingos Oliveira Silva.
As equipes de reforço são transportadas em dois ônibus e duas vans comuns, pesadas, lentas, incapazes de rodar em estradas estreitas e mal conservadas. Os bombeiros também não contam com caminhões e apoio aéreo adequados. Os modelos de caminhões de água do Corpo de Bombeiros são para combate a incêndio em área urbana. Não rodam em rodovias asfaltadas nem nas áreas rurais com segurança e, muito menos, entram em reservas ambientais. A corporação sequer tem caminhões-pipa. As promessas é de que os bombeiros deverão ganhar dois aviões-tanque até a próxima seca. A compra ainda depende de parecer da Procuradoria do DF. Uma empresa canadense produzirá os aviões para a capital federal, mas modernos que o tipo das alugadas para combater o incêndio do parque. As aeronaves estão orçadas em mais de R$ 7 milhões. Uma deve chegar ao DF no fim deste ano e a outra em 2011. Como disse o atual governador do Distrito Federal, Rogério Rosso: “É impossível acreditar que Brasília, com seca e incêndio todo ano, não tem um avião-tanque.” Foto: Valter Campanato/ABr |
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