13 de set. de 2010

ELEIÇÕES 2010 - Chegam à ANAC tentáculos da corrupção da Casa Civil

ELEIÇÕES 2010
Chegam à ANAC tentáculos da corrupção da Casa Civil
A folha de São Paulo apurou que após ter contratado os serviços do filho da Ministra Chefe da Casa Civil, a amiga dileta de Dilma, Erenice Guerra, a empresa MTA começou a conseguir, na ANAC, contratos milionários, rápidos e de longos prazos, com privilégios e vantagens sob todas as outras empresas que atuam no setor. Comprovando que a influencia do lobista filho alcançou o Ministério da Defesa e a ANAC

Foto: Isabela Noronha/G1

VANTAGENS DA CORRUPÇÃO - A presidente da ANAC, Solange Vieira, protegida do Ministro Nelson Jobim, renovou concessões, concedeu privilégios e estendeu prazos, atendendo ao lobby indo de encontro ao parecer da sua diretoria. Valeu ou não valeu os 6%?

Toinho de Passira
Fontes: Blog do Noblat, Folha de São Paulo

A presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Solange Vieira, a mulher de confiança do Ministro Nelson Jobim, que com ele trabalhava no Supremo Tribunal Federal e o acompanhou no Ministério da Defesa, aparece como braço executivo do esquema do filho da Chefe da Casa Civil, Erenice Guerra 6%, beneficiando a empresa MTA, contratante do esquema de corrupção, indo de encontro inclusive da decisão da diretoria da agência.

A renovação da concessão saiu em tempo recorde, quatro dias, mesmo com parecer contrário da diretoria da agência.

Historicamente, em 15 de dezembro, a Anac havia negado a renovação em razão da “ausência da comprovação de regularidade previdenciária”. Porém, no dia 18, a presidente da Anac concedeu a renovação estendendo o prazo de três para dez anos.

O ato da presidente da Anac foi referendado pela diretoria duas semanas depois. Segundo a assessoria da Anac, Solange concedeu a renovação porque a MTA apresentou a papelada exigida pela burocracia do órgão.

A renovação por dez anos foi uma mudança de entendimento da diretoria que se estendeu para todas as demais empresas do ramo.

Após conseguir a liberação, a MTA fechou neste ano um contrato com os Correios de R$ 19,6 milhões, sem licitação e com privilégios: permite que a companhia aérea leve cargas de terceiros além do material dos Correios nas viagens, tornando mais lucrativo o negócio.

Segundo a Folha apurou, este é o único contrato que permite a carga compartilhada. As demais empresas que atendem aos Correios operam com carga exclusiva.

A empresa ganhou neste ano quatro contratos nos Correios no valor de R$ 59,6 milhões, para o transporte de carga aérea. Três foram por pregão eletrônico e somam R$ 40 milhões. O quarto é o de R$ 19,6 milhões.

Entre a liberação na Anac e a assinatura do contrato com os Correios a MTA era representada por Artur Rodrigues da Silva, que depois se tornou diretor de Operações dos Correios em agosto por indicação da Casa Civil.

Segundo a revista “Veja”, o consultor Fábio Baracat, ligado à MTA, teria negociado esses contratos com a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, graças a atuação de Israel Guerra, o filho da Ministra, que não foi localizado pela reportagem.

A intermediação teria rendido uma propina ao filho da ministra, segundo a "Veja".

Segundo ainda a Revista “Veja”, que diz ter gravações e documentos ainda não divulgados, mas que estará na edição da próxima semana, possivelmente, todo o caso de propina e facilitação para a empresa, acabou acontecendo após reuniões no escritório de advocacia que tem entre seus sócios o advogados “Marcio Silva, coordenador em Brasília da banca que cuida dos assuntos jurídicos da campanha presidencial de Dilma Rousseff. Outro é Antônio Alves Carvalho, irmão de Erenice Guerra.”

Todo mundo sabe que na hipótese de Dilma ganhar a eleição, Erenice Guerra estava cotada para ser a Primeira Dama, muito merecidamente, pela a amizade de unha e carne que as duas cultivam há quase meio século.

No começo a candidata chegou a defender a amiga, dizendo que “ela contava com a sua confiança”, mas quando a situação da parceira ficou insustentável, ela fugiu da questão. Agora diz que as “supostas irregularidades” são "assunto de governo" e que pertencem à "pauta negativa e caluniadora de José Serra".

Será que a amiga não goza mais da sua confiança? Não seria uma covardia abandonar uma amiga tão, tão próxima, numa hora dessas só por medo de perder votos?

Por outro lado, Dilma manipula os fatos acusando Serra de caluniador. Quem disse que a amiga de Dilma, patrocinava o filho lobista que se reunia com clientes no escritório do advogado de campanha da candidata, foi a Revista Veja. Serra só pediu explicação. Nós também queremos explicação, o Brasil todo quer.

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