24 de set. de 2010

COLÔMBIA: Bombardeio matou chefão militar das Farc

COLÔMBIA
Bombardeio matou chefão militar das Farc
As Forças Armadas da Colômbia, numa operação chamada “Sodoma” atacou um acampamento da FARC, nas selvas colombianas, na localidade conhecida como “la Sierra de la Macarena”, matando pelo menos 20 guerrilheiros. O importante e sanguinário chefe guerrilheiro, “Mono Jojoy” está entre os mortos.

Foto: Arquivo

Dezenas de ordens de prisão, por sequestro, terrorismo, trafico de entorpecente, pesavam contra Victor Julio Suárez, mais conhecido como “Mono Jojoy”, o segundo homem na linha de comando das Farc. No dia da sua morte um tribunal colombiano o havia condenado a mais 16 anos de prisão

Postado por Toinho de Passira
Fontes: BC Brasil, El Espectador, Semana , El Periodico, La Republica

Um dos mais importante chefe militar da guerrilha colombiana FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Víctor Julio Suárez Rojas, conhecido como “Mono Jojoy”, foi abatido ontem. Dentro da hierarquia da guerrilha, situava-se atrás apenas de Alfonso Cano, o chefe máximo dos terroristas.

O bandido foram alcançados no estado de Meta, no centro do país.

Foto: Felipe Ariza/SIG

O presidente Barack Obama, que se reunirá hoje, 24, com o presidente colombiano Juan Manuel Santos, disse que o felicitará pelo sucesso da operação que levou à morte de "Mono Jojoy"

Em Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, afirmou que o bombardeio foi uma resposta a ataques recentes da guerrilha, que deixaram pelo menos 40 militares e policiais mortos nos últimos dias.

“É o golpe mais importante contra as Farc em toda a sua história, inclusive mais importante do que Raúl Reyes (ex-número 2 do grupo, morto num ataque em 2008), porque (Briceño) é o símbolo do terror que tanto mal fez ao nosso país.”

Segundo o presidente colombiano, pelo menos outros 20 guerrilheiros foram mortos na operação, que contou com 30 aviões e 27 helicópteros. Cinco militares teriam se ferido.

Foto: Reuters

O ministro da Defesa da Colômbia, Rodrigo Rivera, ao centro fala a imprensa ao lado dos comandantes militares responsáveis pela operação

O ministro de Defesa, Rodrigo Rivera afirmou que o esconderijo de Briceño era semelhante a um bunker de concreto, no meio da selva.

Rivera pediu a Cano e aos líderes do Exército de Libertação Nacional, outro grupo guerrilheiro colombiano, que abandonem a luta armada.

"Uma mensagem para Alfonso Cano: entregue-se, garantiremos sua vida, um tratamento digno, justo, sob ordem jurídica”, disse.

O líder colombiano disse que a operação militar contra Briceño vinha sendo planejada há alguns meses.

O bombardeio ocorreu um dia após a guerrilha voltar a afirmar que estava disposta a estabelecer um diálogo com o governo para negociar uma saída pacífica para o conflito.

Em resposta, Santos disse que o grupo guerrilheiro deveria primeiro deixar de "praticar terrorismo".

O presidente afirmou que seu governo continuaria a ofensiva contra as Farc e que buscaria todos os guerrilheiros. “Não podemos ser triunfalistas, porque ainda falta muito caminho por percorrer.”

Foto: El Espectador

Soldados recolhem os corpos dos guerrilheiros mortos em “la Sierra de la Macarena”

De acordo com a imprensa colombiana, informações reveladas por guerrilheiros desertores foram usadas para lançar à ofensiva.

O ministro Rivera afirmou que, após uma varredura na região onde aconteceu a operação, foram recolhidos 20 computadores e 68 unidades de armazenamento portáteis, onde as forças de segurança acreditam que "há importantes informações", que serão analisadas por especialistas em inteligência do Estado.

A guerrilheira holandesa Tanja Nijmeijer, conhecida como Eillen, pode estar entre os mortos
Rivera acrescentou que, entre os sete corpos recuperados até o momento, está o de uma mulher, mas que não corresponde à holandesa Tanja Nijmeijer, conhecida como Eillen, que ingressou há mais de cinco anos às fileiras das Farc e era próxima de Mono Jojoy.

Parte da imprensa também havia especulado sobre a morte de Eillen, assim como de outro guerrilheiro, conhecido como Carlos Antonio Lozada.

De acordo com o ministro, no local da operação foram encontradas quatro toneladas de alimentos e 13 acampamentos que circundavam o "coração estratégico das Farc, a "toca" de Mono Jojoy, em alusão ao campo base da guerrilha.

Foto: Reuters

A morte de Jojoy é considerada o golpe mais forte contra as Farc em seus mais de 45 anos de existência.

"Mono Jojoy" era conhecido como o chefe militar das Farc que realizou os mais sangrentos ataques contra civis e forças de segurança e era considerado como um dos guerrilheiros mais radicais da ala militar do grupo.

Ele foi acusado de ter ordenado o sequestro de personalidades políticas, entre elas a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, além do assassinato da família Turbay Cote, ocorrido a poucos quilômetros da zona desmilitarizada, aparentemente por iniciativa da própria Frente XIV das Farc.

Além disso ele foi acusado da morte dos missionários americanos Stephen Wells e Evert Timothy Van Dick e do ex-senador José Raimundo Sojo Zambrano. Se relacionam a "Mono Jojoy" os sequestros do ex-prefeito de Bogotá Julio César Sánchez e do industrial Carlos Upegui Zapata.

Recentemente, o departamento de Estado americano havia oferecido uma recompensa de até US$ 5 milhões por informações que levassem à sua captura ou morte, enquanto o governo colombiano mantinha uma recompensa de um bilhão de pesos ( R$ 1 milhão) para a captura do líder guerrilheiro.

Foto: Associated Press

O corpo de Mano Jojoy chegando a Bogotá, nesta madrugada


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