20 de set. de 2010

REINO UNIDO - A visita do Papa: mea-culpa e protestos

REINO UNIDO
A visita do Papa: mea-culpa e protestos
Bento XVI encerra neste domingo (19) a viagem ao reino unido com a beatificação de um cardeal anglicano que se converteu ao catolicismo no século 19. Foi recebido com carinho pela comunidade católica e com protesto por britânicos que pediam punição contra padres pedófilos, liberação dos preservativos, sacerdócio para mulheres e o reconhecimento da união homossexual

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Toinho de Passira
Fontes: O Globo, TVI 24, G1, The New York Times, Edge Boston, The Telegraph

Em missa campal em Birmingham, que marcou o último dia de sua visita ao Reino Unido, o Papa Bento XVI disse neste domingo que o mundo "sente vergonha e horror" pelo sofrimento causado pelos alemães na Segunda Guerra Mundial. O Pontífice também lembrou uma importante batalha que impediu a invasão da Inglaterra.

- Para mim, como alguém que viveu e sofreu os dias obscuros do regime nazista na Alemanha, é muito tocante estar aqui com vocês nesta ocasião e relembrar quantos dos nossos conterrâneos sacrificaram suas vidas resistindo corajosamente às forças daquela ideologia do mal - disse ele.

- Setenta anos mais tarde, relembramos com vergonha o horroroso custo de mortes e destruição que a guerra traz em seu caminho e renovamos nossa decisão de trabalhar pela paz e a reconciliação onde quer que o conflito espreite - disse ele.

Durante o começo da década de 1940, quando o alistamento era obrigatório, o jovem Joseph Ratzinger foi em um breve período membro da Juventude Hitlerista. Ao longo da guerra, ele foi encarregado de uma bateria antiaviões na Bavária e depois foi enviado à Áustria.

Depois de retornar à Bavária, ele desertou. No fim da Segunda Guerra, foi um prisioneiro de guerra dos Estados Unidos. O Papa tem dito que, como católicos devotos, seus pais sempre rejeitaram a ideologia nazista.

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Neste domingo também aconteceu a beatificação do cardeal John Newman, líder religioso que ficou famoso por se converter do anglicismo para o catolicismo no século XIX e lutar contra a intolerância religiosa no Reino Unido.

Ao fim dos atos, Bento XVI voltou a Roma a bordo de um avião da companhia italiana Alitalia.

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Na véspera, o Pontífice fez o mais veemente mea-culpa da Igreja Católica sobre o escândalo dos abusos sexuais cometidos por sacerdotes, durante missa celebrada na Catedral de Westminster, em Londres. Em seu sermão, Bento XVI disse que os episódios de pedofilia trouxeram "vergonha e humilhação" para ele e toda a Igreja Católica. O Papa demonstrou ainda preocupação com as sequelas provocadas nas vítimas.

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O dia, que além da missa teve um encontro com o premier David Cameron e uma visita a um asilo católico no sul de Londres, terminou com uma vigília no Hyde Park, da qual participaram cerca de 80 mil pessoas.

O Papa não mudou a agenda mesmo depois da prisão de seis suspeitos de estarem planejando atentado contra ele na sexta-feira. Segundo informações ainda não confirmadas, todos seriam argelinos. A polícia vasculhou oito residências e dois estabelecimentos comerciais, além de mudar o esquema de segurança da visita. Mas acabou liberando os suspeitos sem qualquer acusação formal.

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O Papa não viu, mas os britânicos, fizeram mobilizações de protestos contra a sua visita a Inglaterra, neste sábado mais de 10 mil pessoas participaram da manifestação no Centro de Londres. Foi um acontecimento inédito para o papa Bento XVI, enfrentar uma passeata como esta durante uma visita de estado.

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A multidão pedia punição imediata aos padres pedófilos, liberação dos preservativos, sacerdócio para mulheres e o reconhecimento da união dos homossexuais.


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