EQUADOR Clima de Golpe de Estado
A situação no Equador está um caos. O Presidente Rafael Correa diz que a oposição tentou um golpe de estado. Ao que parece tudo começou com um movimento de protesto de policiais devido à redução de salários, proposto pelo presidente e aprovado pelo parlamento. Nesse momento, 19hr, em Brasília, Correa está sitiado pelos manifestantes num hospital militar, para onde foi conduzido, com sintomas de asfixia por gás lacrimogêneo. O país encontra-se em estado de exceção. Foto: José Jácome Rivera/EFE
ENFRENTAMENTO - Em meio ao tumulto o presidente Correa tenta sair do quartel sublevado, quando uma bomba de gás caiu próxima ao local onde se encontrava Postado por Toinho de Passira Fontes: El Universo , Portal Terra, Ultima Noticias, La Hora, El Comercio
O governo do Equador decretou nesta quinta-feira estado de exceção em todo o território nacional e delegou para as Forças Armadas a segurança interna e externa do país. O anúncio foi feito pelo secretário jurídico da presidência, Alexis Mera, em entrevista do palácio de governo. "Está determinado o estado de exceção por uma semana e que, nesse período, as forças militares assumirão o controle da segurança", disse.
Dezenas de policiais tomaram vários regimentos nas três principais cidades do país - Quito, Guayaquil e Cuenca -, um dia depois de a maioria governista ter aprovado uma lei que regulará o serviço público e retirará seus benefícios.
Paralelamente, cerca de 150 membros da Força Aérea Equatoriana (FAE) invadiram a pista do aeroporto internacional de Quito, obrigando as autoridades de aviação civil a suspender as operações. No maior quartel de Quito, Correa tentou abafar o levante, mas foi agredido.
Apoiado numa muleta pelo fato de que foi submetido há pouco a uma operação no joelho, o presidente conseguiu sair do quartel usando uma máscara de proteção e ajudado por seguranças depois da explosão de várias bombas de gás lacrimogêneo. Foto: Rodrigo Buendia/AFP_
INSTANTES DRAMÁTICOS - O presidente do Equador Rafael Correa é conduzido por seguranças e militares, aparentemente desacordado, a um hospital militar, asfixiado pelo gás após ser agredido por policiais
Após deixar o regimento, Correa retirou a máscara e foi levado para o Hospital da Polícia logo ao lado, onde entrou de maca apresentando sinais de asfixia pelo gás lacrimogêneo.
O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, convocou os manifestantes a acompanhá-lo ao hospital onde Correa está sitiado após a confusão registrada no quartel.
"Vamos juntos, companheiros, resgatar nosso presidente. Não temos medo", afirmou Patiño, do lado de fora da sede de governo, a milhares de manifestantes. Foto: Eduardo Santillán/Presidencia de la República del Ecuador
PARANDO O TRÂNSITO - Um grupo de militares protesta no Ministério da Defesa. A imagem é da assessoria do gabinete do Presidente Há sinais de divisão entre os militares. O Chefe do Comando das Forças Armadas do Equador, Ernesto González, disse estar subordinado ao presidente.
Em frente ao hospital, policiais dispersaram com gás lacrimogêneo a população que tentava chegar ao local para respaldar Rafael Correa. Alguns partidários do presidente equatoriano atiraram pedras contra policiais que os impediram de entrar no local.
"O presidente está sendo mantido refém lá dentro", disse Fernando Jaramillo, 54 anos, um partidário de Correa. "É um enfrentamento do povo contra o povo", disse um dos participantes do protesto.
Foto: Captura de vídeo/Ultima Hora
DESAFIO - No momento mais dramático do conflito, da janela do quartel, Rafael Correa desafiou os sublevados dizendo que não daria um passo atrás: “Si quieren matar al presidente, aquí está, mátenlo!” f o Os distúrbios registrados no Equador tem origem na recusa dos militares em aceitar uma reforma legal proposta pelo presidente Rafael Correa para ajustar os custos do Estado. As medidas preveem a eliminação de benefícios econômicos das tropas. Além disso, o presidente também considera a dissolução do Congresso, o que lhe permitiria governar por decreto até as próximas eleições, depois que membros do próprio partido de Correa, de esquerda, bloquearam o projeto do governante.
Isso fez com que centenas de agentes das forças de segurança do país saíssem às ruas da capital Quito para protestar. O aeroporto internacional chegou a ser fechado.
No principal regimento da cidade, Correa tentou abafar o levante. Houve confusão e o presidente foi agredido e atingido com bombas de gás. Correa precisou ser levado a um hospital para ser atendido. De lá, disse que há uma tentativa de golpe de Estado. Foi declarado estado de exceção.
Foto: Eduardo Santillán/Presidencia de la República del Ecuador
Milhares de pessoas saíram às ruas da cidade para apoiar o presidente equatoriano.
COMENTÁRIO: Aparentemente o que está acontecendo no Equador, não é uma tentativa de “golpe de estado”, foi um absurdo e imperdoável protesto dos militares. Rafael Correa, porém, vai aproveitar a oportunidade, para dar, ele sim, um verdadeiro “golpe”, fechando o congresso, como já vinha tentando fazer, e ficará governando por decreto, autoritariamente, até a eleição de um novo parlamento, tudo dentro da Constituição que ele conseguiu aprovar e que lhe dá o imperial poder de dissolver o parlamento.
RESGATE DE CORREA
Foto: EFE
Momento em que Correa sai do hospital numa cadeira de rodas, conduzido pelas tropas de resgate, o presidente convalesce de uma cirurgia no joelho
Postado por Toinho de Passira Fontes: Diario Los Andes, Hoy, La Hora, Blog do Noblat
O Presidente do Equador, Rafael Correa ficou por mais de sete horas, no hospital da Polícia, onde foi socorrido, sitiado pelos rebeldes. Noticiava-se que o Presidente rejeitava qualquer operação de resgate, numa tentativa de evitar mais violência. Falou pela rádio estatal que só sairia do local, “como presidente ou cadáver.”
No final da noite porém, numa operação que alguns jornais chamaram de cinematográfica, cerca de 700 homens das forças leais ao governo, invadiram o hospital e resgataram o presidente.
Houve confronto entre as forças de resgate e os rebelados. Há notícia de pelo menos um morto, o soldado Froylan Jimenez, da tropa que fora resgatar o presidente.
Foto: Diario Los Andes
Vários veículos iguais saíram do hospital ao mesmo tempo, para confundir os rebeldes, um deles condizia Rafael Correa
O carro que conduzia Rafael Correa ao chegar ao palácio do governo, apresentava várias perfurações de bala.
Noticias desencontradas falam de cinco mortos e quase 100 feridos, não confirmados.
Poucos instantes após sua chegada, o presidente Rafael Correa foi à sacada do Palácio Carondelet, junto com alguns ministros e outros integrantes do governo e discursou para uma multidão de cerca de 2 mil simpatizantes que se encontravam em frente a residência oficial desde as primeiras horas do conflito, na Praça da Independência.
Um discurso para mostrar que estava no controle do país. Disse não vai ceder aos manifestantes, acusou frontalmente o ex-presidente, Lucio Gutiérrez, que governou o Equador entre 2003 e 2005, de ser responsável pela tentativa de golpe. Afirmando que esse fora o dia mais triste do seu governo, mas que não haveria perdão, nem esquecimento.
Foto: Reuters
- Acreditem que quando fui libertado e me disseram que um policial morreu, eu chorei. Não de medo, mas de tristeza, disse Correa no seu discurso da sacada do Palácio Carondelet
No momento o país vive uma calma nervosa, após o dia de fúria, com registro de saques a agencias bancárias e sublevação, disse um dos diários locais no seu site. Tropas federais leais a Correa patrulham as ruas, e a rebelião não dá sina is de reação.
Foto: Diario Los Andes
O diário Los Andes, de Riobamba, publica na primeira página a foto de um policial ferido, tendo ao fundo um companheiro morto, coberto com a bandeira do Equador |
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