Tiririca é analfabeto?
ELEIÇÕES 2010 Tiririca é analfabeto? A Revista Época desta semana revela que são grandes as chances, do candidato a Deputado Federal apontado pelas pesquisas como o mais votado do país, Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, ser um dos 14 milhões de brasileiros que não sabem ler nem escrever. O palhaço que ganhou a simpatia dos eleitores, está no seu inferno astral: corre o risco de perder o registro da candidatura, por analfabetismo, além de estar em andamento contra ele, por ter omitido os bens ao TRE, um processo por falsidade ideológica Charge: HUMBERTO – Jornal do Comércio - PE Toinho de Passira De acordo com a Constituição, os analfabetos são inelegíveis e, portanto, não podem se candidatar e receber votos, apesar de poderem votar. Por lei, os candidatos são obrigados a apresentar à Justiça Eleitoral um comprovante de escolaridade. Na ausência de comprovante, devem demonstrar capacidade de ler e escrever. Para registrar sua candidatura a deputado federal, Tiririca apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo uma declaração em que ele afirma que sabe ler e escrever. Essa declaração, segundo as normas legais, deve ser escrita de próprio punho. Mas Tiririca, de fato, sabe ler e escrever? A suspeita é que não. Vários indícios permitem levantar essa desconfiança. O humorista Ciro Botelho, redator do programa Pânico da rádio Jovem Pan, diz que escreveu sozinho o livro “As piadas fantárdigas” do Tiririca em 2006. A publicação é assinada só por Tiririca. Botelho diz que escreveu com base em histórias contadas por ele. “O Tiririca não sabe ler nem escrever”, afirma. Dois funcionários da TV Record também disseram a ÉPOCA que nos bastidores do programa humorístico Show do Tom, do qual Tiririca participa, é sabido que ele não lê nem escreve. De acordo com Ciro Botelho, o palhaço conta com a ajuda da mulher para decorar suas falas: “A mulher fica no camarim com ele e vai falando o texto. Ele vai decorando e conta do jeito dele”. A reportagem de ÉPOCA acompanhou Tiririca por dois dias na semana passada. Viu o candidato dar autógrafos com uma grafia bem diferente da que aparece na declaração apresentada ao TRE, com letras redondas. Aos fãs, ele assina um rabisco circular ininteligível e desenha o que seriam as letras do nome de seu personagem. Em duas ocasiões, a reportagem deparou também com situações que demonstram que Tiririca tem, no mínimo, enorme dificuldade de leitura. No dia 21, a reportagem pediu para Tiririca ler uma mensagem de celular. Ele ficou visivelmente assustado diante do aparelho. O constrangimento do candidato só foi desfeito quando uma assessora leu o torpedo em voz alta. Minutos antes, referindo-se às críticas feitas a sua candidatura nos jornais, Tiririca dissera: “Eu não leio nada, mas minha mulher lê para mim”. No dia 22, ÉPOCA fez um teste com Tiririca. Durante um almoço, pediu a ele para responder a perguntas da pesquisa Ibope sobre o Congresso. As duas primeiras questões foram lidas pela reportagem e respondidas normalmente por Tiririca. Em seguida, foi apresentado ao candidato um cartão para ele ler a terceira pergunta e as alternativas de resposta. Nesse momento, seus assessores o cercaram imediatamente. O filho de Tiririca, Éverson Silva, começou a ler a pergunta para o pai, mas a pesquisa foi interrompida pelos assessores com a alegação de que ele precisava almoçar e que a aplicação da pesquisa não fora combinada previamente. Depois desse novo mal-estar, ÉPOCA tentou questioná-lo sobre sua alfabetização. Sua assessoria de imprensa não permitiu mais contatos. Ela diz que Tiririca sabe ler e escrever, mas os pedidos de um encontro com o candidato para que ele lesse um texto e encerrasse as dúvidas foram recusados. A assessoria disse que Tiririca está na reta final da campanha e ficaria “chateado por ter de provar que sabe ler”. O promotor da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, já anexou a reportagem a duas representações que está levando à Procuradoria Regional Eleitoral e à Corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. Pede que se faça um ditado com um trecho da Constituição e depois se peça a ele que leia um outro trecho. “Se ele não conseguir fazer o teste, a candidatura poderá ser impugnada" – diz o promotor que espera testar Tiririca amanhã. Na semana passada, o mesmo promotor eleitoral já havia denunciado o candidato, que declarou patrimônio zero ao TRE-SP, pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Tiririca, assim como cópias de processos contra ele que tramitam em segredo de Justiça no Ceará. Em entrevista concedida à revista "Veja", o humorista, ingenuamente, afirmou que declarou ao TSE não possuir nenhum bem, pois teria colocado todo o seu patrimônio em nome de terceiros, depois de responder a processos trabalhistas de sua ex-mulher. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) destacou que é crime eleitoral "omitir em documento público ou particular declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais". A pena prevista é a de reclusão até cinco anos e pagamento de multa.
Correção feita após o comentário. Obrigado! |
2 comentários:
Tiririca tá incomodando hein?! fico me perguntando... por que será??!!
Claro que nunca pediram ao Lula pra ler a constituição em voz alta, ele teria dificuldades, não hoje, mas pouco antes de se tornar presidente teria sim.
Queria saber porque essa revistazinha de meia pataca que é a Época, não mostra também a ficha policial da Dilma, que seria milhões de vezes mais interessante e reveladora do que qualquer caso de analfabetismo dentro do cenário eleitoral...
Engraçado, a matéria cita o analfabetismo, mas nos comentários do blog, existem dois erros.
Onde diz "lêr", é "ler".
Onde diz "ter elegido", "é ter eleito".
Impressionante.
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