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2 de out. de 2012

Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, diagnosticado com cancer de próstata

CLÔMIBIA
Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia, diagnosticado com cancer de próstata
O próprio presidente anunciou o diagnostico da doença, em rede de televisão, complementando que será submetido a uma cirurgia para a remoção do tumor, na quarta-feira, e que pelos prognosticos feitos pelos médicos são de 97% as suas chances de cura.

Foto: Arquivo

Juan Manuel Santos é o quarto chefe de estado sul americano a ser diagnosticado com câncer

Postado por Toinho de Passira
Fontes: O Globo, Semana, El Espectador, El Espacio

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, 61 anos, informou nesta segunda-feira que tem câncer de próstata e será operado na quarta-feira, na Fundação Santa Fé, em Bogotá.

Santos aproveitou sua viagem a Nova York para a abertura da Assembleia Geral da ONU, para consultar médicos americanos, que confirmaram o diagnostico e concordaram com o tratamento que já havia sido prescrito por médicos colombianos.

Falando em rede de televisão, ladeado pelo seu médico particular, Dr. Felipe Gómez, Santos disse que a operação será simples e em nenhum momento ele estará inconsciente. Ainda segundo Santos, a probabilidade de cura é de 97%.

- O tumor foi detectado a tempo. Há 11 anos realizo anualmente os exames de rotina. E no último, no ano passado, um incremento anormal foi encontrado na região, chamado de antígeno prostático. Como tenho antecedentes da doença na família, o médico recomendou uma biopsia - afirmou o presidente a um grupo de jornalistas.

Há 14 anos, o irmão do presidente colombiano passou pela mesma cirurgia. A operação foi recomendada por seu médico particular e três especialistas americanos. Santos declarou estar seguro com a solidariedade de sua esposa e filhos e com as orações de todos seus compatriotas. Ele garantiu estar muito tranquilo, e afirmou que o câncer de próstata é muito mais comum do que as pessoas imaginam.

- Esta noite viajo para Lima para Lima para a cúpula dos presidentes da América Latina e dos países árabes - disse. - Permanecerei na clínica por uns poucos dias. Estarei, claro, com algumas limitações físicas, mas seguirei exercendo a todo momento minhas funções como presidente da República.

Segundo o médico de Santos, Felipe Gómez, o tumor não exigirá nenhum tratamento adicional, como quimioterapia ou radioterapia:

- Ele (Santos) goza de excelente saúde, o prognóstico é excelente.

Minutos após o anúncio, o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, antecessor de Santos tornado desafeto, usou sua conta no Twitter para desejar boa sorte ao atual ocupante do cargo: “Nossos maiores desejos pelo êxito da cirurgia do presidente Santos”, escreveu.

Outros governantes sul-americanos receberam recentes diagnósticos da doença. A presidente Dilma Rousseff lutou contra um linfoma detectado em 2009 e superado no mesmo ano, quando ainda era ministra da Casa Civil. Seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, enfrentou e venceu um câncer na laringe descoberto em outubro de 2011, já fora do cargo. Fernando Lugo, deposto da Presidência do Paraguai em junho deste ano, descobriu em 2010 que tinha câncer no sistema linfático e ainda passa por tratamento. Hugo Chávez, da Venezuela, já se disse curado do câncer que foi diagnosticado em 2011.

O anúncio de Santos vem no mesmo dia em que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram para o dia 15 o início das negociações com o governo do país, que, por sua vez, não confirmou a data, talvez por causa da cirurgia do presidente.

A popularidade de Juan Manuel Santos aumentou em 18 pontos, chegando a 62,97 % depois do anuncio do início das negociações de paz com a FARC.


5 de set. de 2012

COLOMBIA: Governo e guerrilha anunciam intenção de negociar paz

COLOMBIA
Governo e guerrilha anunciam intenção de negociar paz
Governo colombiano diz que plano de paz pode dar certo e a liderança da FARC confirma a intenção de negociar

Foto: La Republica

"Estamos diante de uma oportunidade real de terminar o conflito", disse o presidente Santos, falando a nação colombiana

Postado por Toinho de Passira
Fontes: BBC Brasil, Semana

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, deu nesta terça-feira detalhes sobre como será a negociação de um plano de paz entre seu governo e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Em pronunciamento à nação transmitido pela TV estatal, Santos disse que as negociações começarão na primeira quinzena de outubro, em Oslo (Noruega), e terão continuidade em Havana (Cuba).

De acordo com o presidente, as negociações não terão tempo limitado, e sua duração estará sujeita à revisão dos avanços.

"Se não houver avanços, não prosseguimos", disse.

Santos afirmou que o processo será dividido em três fases: exploratória, sessões de trabalho e fase de implementação simultânea do que for acordado.

AGENDA REALISTA -
O presidente disse ainda que o diálogo atual se diferencia das tentativas anteriores por ter uma agenda realista sobre cinco pontos concretos: desenvolvimento rural, garantias para o exercício da oposição política, fim do conflito armado, combate ao narcotráfico e proteção aos direitos das vítimas.

Santos garantiu que não haverá concessões de qualquer tipo no terreno militar, e que as operações das forças de segurança "continuarão com a mesma intensidade".

Segundo Santos, este diálogo se diferencia de tentativas anteriores de se chegar a um acordo de paz por dois motivos principais.

Um é a prosperidade da economia colombiana. O outro é o fato de se tratar de "um acordo para terminar o conflito", que tem as condições que o governo considera necessárias.

O presidente pediu "paciência e força" ao povo colombiano.

Foto: Reuters/Video Guerrilha

Timoleón Jiménez, o Timochenko, o líder das FARC

FARC - Minutos após as declarações de Santos, as Farc também deram sua versão sobre o diálogo de paz, em coletiva de imprensa em Havana.

Em um vídeo apresentado aos jornalistas, o líder das Farc, Timoleón Jiménez, o Timochenko, convocou a Colômbia inteira a participar do processo de paz.

"A paz é uma questão de todos, temos que fazer desta oportunidade um novo grito pela independência", disse.

Timochenko reconheceu o valor e a honra de soldados e policiais e disse que "a saída não é a guerra, mas um diálogo civilizado".


28 de ago. de 2012

COLÔMBIA: Governo e FARC conversam sobre negociação de paz

COLOMBIA
Governo e FARC conversam sobre negociação de paz
O presidente da Colombia, Juan Santos, confirmou que o governo está ultimando preparativos para netociar um plano de paz com os terroristas da FARC. Pesquisas dizem que o povo apoia, mas o ex-presidente Álvaro Uribe, insurge-se contra a ideia, dizendo que o governo vai ser mais uma vez ludibriado pela guerrilha e que lamenta que o presidente tenha aceitado a negociação.

Foto: Fernando Vergara / AP

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em rede de televisão anuncia que está em curso negociações de paz com a FARC, diante do palácio presidencial, em Bogotá, na Colômbia, nesta segunda-feira.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Semana, The Guardian, BBC Brasil, Washington Post

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, confirmou finalmente que seu governo vem mantendo conversas sigilosas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para iniciar um processo de paz.

Ele frisou que as operações militares ''continuarão no país enquanto a paz não for alcançada'' e alertou que o diálogo com o grupo guerrilheiro tem como princípio a ''não-repetição de erros de negociações anteriores''.

Santos quer afastar os ''fantasmas'' das negociações fracassadas no passado, como a de 1984, no governo de Belizário Betancur (que chegou a conseguir um cessar-fogo) e no caso mais conhecido, o da Zona de Distensão de Caguán, de 1998, quando, depois de quatro anos de negociação, o conflito foi retomado.

A FARC tem sofrido grandes reveses militares nos últimos anos, durante os oito anos do governo de Álvaro Uribe e nesses dois anos do governo de Manuel Santos, está enfraquecida e encurralada, mas isso não quer dizer que esteja aniquilada. Usando de atos terroristas e sequestros, financiada pelo narcotráfico, mantém a população em suspense e o governo, de alguma forma, refém.

Por causa da FARC a Colômbia tem dificuldades com o turismo, e com investimentos externos. É difícil fazer um estrangeiro visitar um país, ou montar uma empresa numa nação submetida a uma sangrenta guerra interna.

Pelo que se sabe, até agora, a atual negociação foi costurada por Hugo Chávez e Raúl Castro. O que a transforma num evento de alto risco, para o presidente atual, Juan Manuel Santos, ex-Ministro da Defesa, o homem encarregado de dar combate a guerrilha no governo Uribe.

Pelo divulgado pela TV estatal venezuelana, a Telesur, que parece possuir fontes privilegiadas a respeito do assunto, (Hugo Chávez, certamente ) o inicio das negociações estaria marcado para 5 de outubro, na cidade de Oslo, na Noruega. Os interlocutores seriam: do lado do governo colombiano: Sérgio Jaramillo, integrante do Alto Conselho para Segurança Nacional, o ministro do Meio Ambiente, Frank Pearl, e o jornalista Enrique Santos, irmão mais velho do presidente da República, que já foi editor do jornal El Tiempo e da Revista Alternativa, conhecida por seu viés de esquerda.

>Do lado das Farc, o interlocutor seria Jaime Alberto Parra, conhecido como Mauricio Jaramillo, ''El Médico'', que estudou medicina em Cuba.

Uma pesquisa divulgada na edição do último domingo do jornal El Tiempo apontou que 74,2% dos colombianos respaldam a possibilidade de que o governo Santos inicie um diálogo com as Farc.

O ex-presidente Álvaro Uribe, padrinho político de Juan Manuel Santos, opõe-se visceralmente contra a ideia.

Falando hoje em Barranquilla, para empresários, disse que a única coisa que o anúncio dos diálogos de paz vão fazer é ajudar Chávez eleitoralmente, na sua reeleição.

"O que vai acontecer é que vamos ver os generais na cadeia e os guerrilheiros no Congresso.” - afirmou.

“Como esse governo vai explicar uma negociação com terroristas que assassinaram colombianos? Como vai assinar a paz com os maiores violadores de direitos humanos dos colombianos?

Repudiou a possibilidade de algum general participar das negociações: "Se os oficiais e soldados veem os generais sentados negociando como os chefes guerrilheiros, dirão: para que lutar se nossos comandantes estão negociando a paz?"

Qual é o momento indicado para uma negociação? Perguntou o ex-presidente e respondeu que com uma política triunfante e um governo forte. "Não pode haver um processo de negociação, se não forem suspensas as atividades criminais”

Por causa do evento ele parece disposto a lutar politicamente para que as negociações não prossigam e de ter rompido, por causa dela, em definitivo com o presidente Santos.

Só o tempo dirá quem tem razão. Mas no nosso entendimento essa é mais uma artimanha da FARC, para obter reconhecimento internacional, ter uma trégua para se reorganizar e fortalecer, e desmoralizar o governo democrático da Colômbia, que é o seu objetivo principal, em quase 50 anos de existência.


10 de jul. de 2012

COLOMBIA: No fogo cruzado vilarejo pede cessar fogo a Farc

COLOMBIA
No fogo cruzado vilarejo pede cessar fogo a Farc
A pequena localidade de Toribío no Departamento de Cacua, sudoeste da Colômbia, cansada e amedronta, vivendo debaixo de uma chuva de balas e explosivos, de confrontos entre as Forças Armadas colombianas e os guerrilheiros da FARC, fizeram acordo de cessar fogo com os guerrilheiros e protestaram quanto a permanência do exercito regular em seu território

Foto: Getty Images

Soldado colombiano patrulhando nas ruas de Toribío

Postado por Toinho de Passira
Fontes: BC Brasil, Semana, El Nuevo Siglo, El Espectador, El Tiempo

Depois de aguentar quase 72 horas de confrontos entre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e tropas do Exército colombiano, a população civil do município de Toribío, no Departamento de Cauca decidiu procurar os líderes da guerrilha para pedir um cessar-fogo.

No último domingo, líderes indígenas, camponeses e a população urbana da cidade de pouco mais de 26 mil habitantes falaram diretamente com as Farc.

De acordo com a contagem oficial, os ataques que começaram na sexta-feira deixaram cinco feridos, embora a população contabilize ao menos 13.

Entre os atingidos estão funcionários de uma missão médica que trabalhavam em um centro de saúde, alvo de um explosivo lançado por guerrilheiros baseados nas montanhas.

Além disso, pelo menos dez casas foram atingidas e 600 pessoas foram deslocadas por conta da ofensiva.

O líder indígena Gabriel Pavi contou à BBC Brasil que, apesar da presença do Exército na região, a situação estava incontrolável.

Segundo Pavi, no começo da tarde do domingo a comunidade se dividiu em quatro comitivas que caminharam a diferentes áreas rurais para falar com as Farc.

"Cada grupo levou entre uma e duas horas até chegar aos guerrilheiros. Nós conversamos com eles e exigimos que parassem de lançar bombas contra a cidade", explicou.

De acordo com o Pavi, a "missão civil" foi concluída com sucesso e, por volta de seis horas da tarde de domingo, os ataques cessaram.

Além de ir atrás da guerrilha, a população local também protestou contra os militares. Nesta segunda-feira, um grupo de indígenas destruiu trincheiras usadas pelos militares para se proteger das investidas da guerrilha.

O prefeito da cidade, Ezequiel Vitonás, deixou transparecer em entrevistas a rádios e jornais colombianos que a situação ainda é delicada.

Ele contabiliza que a região foi atacada mais de 450 vezes pela guerrilha nos últimos dez anos.

Foto: Captura de Video/El Pais.com>


Civis colombianos decidiram destruir as trincheiras do exército, para forçar os militares a deixarem a região. O presidente Juan Manuel Santos vai até o lugarejo na próxima semana para se reunir com a população

Um dos maiores ataques ocorreu há exatamente um ano, quando as Farc instalaram em uma "chiva" (microônibus típico da região) explosivos que destruíram uma delegacia e afetaram 400 casas. Nesse incidente, três pessoas morreram e 70 ficaram feridas.

Os militares negam que haja falta de controle por parte do Estado. Para o Exército, as Farc estariam usando o lançamento de explosivos como estratégia para "despistar" o deslocamento de suas tropas no sul do país.

Em meio à crise, o presidente Juan Manuel Santos convocou uma reunião emergencial do Conselho de Ministros na próxima quarta-feira na cidade de Toribío.

Para analistas, esse é um sinal do alerta que a ofensiva e a iniciativa de mediação civil geraram no governo federal.

"Santos não quer que a população civil se torne intermediária do conflito, pois pode parecer que o Estado perdeu capacidade de enfrentar o problema, avalia Ariel Ávila, estudioso da ONG Corporación Nuevo Arco Íris.

Ariel explica que, apesar de ser incomum, não é a primeira vez que a sociedade resolve agir por conta própria. Segundo ele, houve outros momentos assim, inclusive em Toribío.

A população local diz estar aliviada com o fim do ataque prolongado do final de semana, mas tem dúvidas de que a trégua dure muito tempo.

ANO PASSADO

Fotos: Reuters





Imagens do ano passado, julho de 2011, registram protestos contra os mesmos enfrentamentos entre a Farc e o Exército, que há tanto tempo, vem causando prejuízos, medos e desconfortos a pobre população civil da região.


24 de set. de 2010

COLÔMBIA: Bombardeio matou chefão militar das Farc

COLÔMBIA
Bombardeio matou chefão militar das Farc
As Forças Armadas da Colômbia, numa operação chamada “Sodoma” atacou um acampamento da FARC, nas selvas colombianas, na localidade conhecida como “la Sierra de la Macarena”, matando pelo menos 20 guerrilheiros. O importante e sanguinário chefe guerrilheiro, “Mono Jojoy” está entre os mortos.

Foto: Arquivo

Dezenas de ordens de prisão, por sequestro, terrorismo, trafico de entorpecente, pesavam contra Victor Julio Suárez, mais conhecido como “Mono Jojoy”, o segundo homem na linha de comando das Farc. No dia da sua morte um tribunal colombiano o havia condenado a mais 16 anos de prisão

Postado por Toinho de Passira
Fontes: BC Brasil, El Espectador, Semana , El Periodico, La Republica

Um dos mais importante chefe militar da guerrilha colombiana FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Víctor Julio Suárez Rojas, conhecido como “Mono Jojoy”, foi abatido ontem. Dentro da hierarquia da guerrilha, situava-se atrás apenas de Alfonso Cano, o chefe máximo dos terroristas.

O bandido foram alcançados no estado de Meta, no centro do país.

Foto: Felipe Ariza/SIG

O presidente Barack Obama, que se reunirá hoje, 24, com o presidente colombiano Juan Manuel Santos, disse que o felicitará pelo sucesso da operação que levou à morte de "Mono Jojoy"

Em Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU, o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, afirmou que o bombardeio foi uma resposta a ataques recentes da guerrilha, que deixaram pelo menos 40 militares e policiais mortos nos últimos dias.

“É o golpe mais importante contra as Farc em toda a sua história, inclusive mais importante do que Raúl Reyes (ex-número 2 do grupo, morto num ataque em 2008), porque (Briceño) é o símbolo do terror que tanto mal fez ao nosso país.”

Segundo o presidente colombiano, pelo menos outros 20 guerrilheiros foram mortos na operação, que contou com 30 aviões e 27 helicópteros. Cinco militares teriam se ferido.

Foto: Reuters

O ministro da Defesa da Colômbia, Rodrigo Rivera, ao centro fala a imprensa ao lado dos comandantes militares responsáveis pela operação

O ministro de Defesa, Rodrigo Rivera afirmou que o esconderijo de Briceño era semelhante a um bunker de concreto, no meio da selva.

Rivera pediu a Cano e aos líderes do Exército de Libertação Nacional, outro grupo guerrilheiro colombiano, que abandonem a luta armada.

"Uma mensagem para Alfonso Cano: entregue-se, garantiremos sua vida, um tratamento digno, justo, sob ordem jurídica”, disse.

O líder colombiano disse que a operação militar contra Briceño vinha sendo planejada há alguns meses.

O bombardeio ocorreu um dia após a guerrilha voltar a afirmar que estava disposta a estabelecer um diálogo com o governo para negociar uma saída pacífica para o conflito.

Em resposta, Santos disse que o grupo guerrilheiro deveria primeiro deixar de "praticar terrorismo".

O presidente afirmou que seu governo continuaria a ofensiva contra as Farc e que buscaria todos os guerrilheiros. “Não podemos ser triunfalistas, porque ainda falta muito caminho por percorrer.”

Foto: El Espectador

Soldados recolhem os corpos dos guerrilheiros mortos em “la Sierra de la Macarena”

De acordo com a imprensa colombiana, informações reveladas por guerrilheiros desertores foram usadas para lançar à ofensiva.

O ministro Rivera afirmou que, após uma varredura na região onde aconteceu a operação, foram recolhidos 20 computadores e 68 unidades de armazenamento portáteis, onde as forças de segurança acreditam que "há importantes informações", que serão analisadas por especialistas em inteligência do Estado.

A guerrilheira holandesa Tanja Nijmeijer, conhecida como Eillen, pode estar entre os mortos
Rivera acrescentou que, entre os sete corpos recuperados até o momento, está o de uma mulher, mas que não corresponde à holandesa Tanja Nijmeijer, conhecida como Eillen, que ingressou há mais de cinco anos às fileiras das Farc e era próxima de Mono Jojoy.

Parte da imprensa também havia especulado sobre a morte de Eillen, assim como de outro guerrilheiro, conhecido como Carlos Antonio Lozada.

De acordo com o ministro, no local da operação foram encontradas quatro toneladas de alimentos e 13 acampamentos que circundavam o "coração estratégico das Farc, a "toca" de Mono Jojoy, em alusão ao campo base da guerrilha.

Foto: Reuters

A morte de Jojoy é considerada o golpe mais forte contra as Farc em seus mais de 45 anos de existência.

"Mono Jojoy" era conhecido como o chefe militar das Farc que realizou os mais sangrentos ataques contra civis e forças de segurança e era considerado como um dos guerrilheiros mais radicais da ala militar do grupo.

Ele foi acusado de ter ordenado o sequestro de personalidades políticas, entre elas a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, além do assassinato da família Turbay Cote, ocorrido a poucos quilômetros da zona desmilitarizada, aparentemente por iniciativa da própria Frente XIV das Farc.

Além disso ele foi acusado da morte dos missionários americanos Stephen Wells e Evert Timothy Van Dick e do ex-senador José Raimundo Sojo Zambrano. Se relacionam a "Mono Jojoy" os sequestros do ex-prefeito de Bogotá Julio César Sánchez e do industrial Carlos Upegui Zapata.

Recentemente, o departamento de Estado americano havia oferecido uma recompensa de até US$ 5 milhões por informações que levassem à sua captura ou morte, enquanto o governo colombiano mantinha uma recompensa de um bilhão de pesos ( R$ 1 milhão) para a captura do líder guerrilheiro.

Foto: Associated Press

O corpo de Mano Jojoy chegando a Bogotá, nesta madrugada


5 de set. de 2010

COLÔMBIA: 15 guerrilheiros morrem em confronto

COLÔMBIA
15 guerrilheiros morrem em confronto
Os jornais colombianos disseram neste domingo, 05, que subiu para 15 o número de guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN), durante ataque das Forças Armadas Colombianas no Estado de Arauca, fronteira com a Venezuela. O ataque contra o ELN, a segunda maior guerrilha do país, ocorre um dia depois da morte de 14 policiais que foram vítimas de uma emboscada das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no Departamento de Caquetá.

Foto: Arquivo

O Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ENL) é uma organização guerrilheira , de inspiração comunista e de caráter político - militar , inspirado pela a Revolução Cubana. É o segundo maior grupo rebelde da Colômbia, estima-se que possuam entre 2 mil a 1,5 mil integrantes

Toinho de Passira
Fontes: Estadão, Agência Brasil, Diario Nacional, Portal ENL, El Periodico, El Espectador

Pelo menos 15 guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) foram mortos nesta sexta-feira durante um bombardeio das Forças Armadas colombianas em um acampamento do grupo rebelde no Departamento (Estado) de Arauca, fronteira com a Venezuela.

O general Javier Fernández informou à imprensa local ter encontrado no acampamento guerrilheiro "13 fuzis, meios de comunicação, explosivos e mantimentos".

As Forças Armadas afirmaram que localizaram o acampamento por meio do serviço de inteligência e com informações de guerrilheiros desertores do movimento. As autoridades afirmaram ainda que as operações militares na zona do bombardeio "ainda não terminaram".

Por meio de um comunicado, as autoridades informaram que o acampamento tinha capacidade para abrigar 50 rebeldes.

A instalação bombardeada pertencia aos grupos "Efraín Pavón Pavón" e "Domingo Laín", da frente oriental do ELN.

As autoridades acusaram estes grupos de serem os responsáveis pelos "atentados contra infraestruturas petrolíferas e energéticas do Departamento (de Arauca) e de crimes de sequestro".

Foto: Associated Press

ROTINA DAS HONRAS FÚNEBRES - Cerimonia em homenagem aos nove fuzileiros navais mortos, durante um ataque da FARC numa zona rural do departamento de Caquetá, ao sul da Colombia, no último 23 de maio

O ataque contra o ELN, a segunda maior guerrilha do país, ocorre um dia depois da morte de 14 policiais que foram vítimas de uma emboscada das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no Estado de Caquetá.

Os policiais entraram com veículos em um campo minado da guerrilha. De acordo com as autoridades colombianas, os rebeldes dispararam contra os oficiais depois da explosão.

"(Os policiais) caíram em um campo minado e (os guerrilheiros) dispararam com fuzis contra os feridos e depois jogaram gasolina, por isso alguns ficaram carbonizados", afirmou o secretário de Governo de Caquetá, Edilberto Ramón Endo.

O ataque é considerado como o pior golpe militar até agora contra o governo do presidente Juan Manuel Santos, que assumiu o poder há menos de um mês.

"Meu coração está com as famílias desses heróis da pátria, que morreram cumprindo seu dever", disse Santos, em um ato de governo. Nesta sexta-feira, Santos sobrevoou a região onde ocorreu a emboscada.

Na quinta-feira, outros quatro militares foram mortos nos Departamentos de Nariño e Norte de Santander durante um confronto com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Foto: Luis Benavides/Associated Press

ENFRENTAMENTO O presidente Juan Manuel Santos, não parece querer mais dialogar com os guerrilheiros das FARC

Esses novos enfrentamentos ocorrem depois de o presidente colombiano ter imposto como condição para a abertura de um diálogo com a guerrilha a libertação de todos os reféns em poder das Farc e a renúncia a "atos terroristas".

Dias antes da posse de Santos, o líder das Farc, Alfonso Cano, disse estar disposto a conversar com o novo presidente para planejar um acordo de paz.

Agora o governo além de fechar as possibilidades de diálogos oferece 500 milhões de pesos colombianos, (500 mil reais) por informação que ajude na capturar do comandante da FARC conhecido como “Wilmer” que teria liderado o ataque contra as forças armadas em Caquetá.


12 de ago. de 2010

Venezuela e Colômbia de mãos dadas

VENEZUELA – COLOMBIA
Venezuela e Colômbia de mãos dadas
A mudança radical no discurso do presidente venezuelano, Hugo Chávez, em relação à Colômbia não foi movida apenas por um desejo de paz. A recessão na economia local, a proximidade das eleições legislativas e a forte pressão internacional levaram Chávez a ceder no encontro com seu colega colombiano, Juan Manuel Santos, que também deseja começar seu governo sem esse embaraço e deu a mão a Chávez.

Foto: Getty Images

Chavez e Manuel Santos, amigos para sempre?

Toinho de Passira
Fontes: Estadão, Publico, Semana

Em pouco mais de quatro horas, o Presidente venezuelano Hugo Chávez e o homólogo colombiano Juan Manuel Santos puseram fim as diferenças entre os dois países e restabeleceram relações diplomáticas e comerciais. Foi um "voltar de página" desejado pelos dois, quando a Venezuela se prepara para as eleições legislativas de Setembro e Santos quer começar da melhor forma o seu mandato presidencial.

O encontro entre Chávez e Santos ocorreu na terça-feira em Santa Clara, a cerca de 950 quilômetros de Bogotá, um local emblemático para a Venezuela e a Colômbia.

Foi ali, na Quinta de San Pedro Alejandrino, que, em 1830, morreu o herói da independência da América Latina Simón Bolívar.

Foto: EFE

Chávez chegou com um ramo de flores para a ministra dos Negócios Estrangeiros colombiana, María Ângela Holguín, e a primeira coisa que fez foi felicitar Juan Manuel Santos pelo seu aniversário - fez 59 anos.

O Presidente colombiano, por sua vez, trazia à janela do avião que o transportou as bandeiras da Venezuela e da Colômbia.

Chávez foi recebido com honras militares e disse que a Venezuela quer alcançar a paz com a Colômbia "custe o que custar". Após o encontro com Santos, garantiu que o Governo venezuelano "não apoia, não permite nem permitirá a presença de guerrilheiros ou terroristas na Venezuela" e pediu que o seu Governo não seja acusado de "apoiar" a guerrilha ou o narcotráfico na fronteira.

Caracas decidiu romper relações diplomáticas com Bogotá a 22 de Julho, quando a Colômbia, ainda com Álvaro Uribe na presidência, acusou a Venezuela junto da Organização dos Estados Americanos (OEA) de acolher cerca de 1500 guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Foi o culminar de um difereça que já se arrastava desde 2009, quando o Governo colombiano assinou com os Estados Unidos um acordo para a cedência de sete bases militares.

A Colômbia é o principal aliado dos EUA na região e Chávez um dos maiores críticos em relação a Washington.

Foto: EFE

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, junto a chancelar colombiana, Maria Angela Holguín, com as flores, no aeroporto de Santa Marta.

O mais surpreendente é que o presidente venezuelano , tenha recuado sobre as declarações bombásticas que sempre fez sobre o acordo militar celebrado no ano passado entre Washington e Bogotá. Disse que a Colômbia é "soberana" para cooperar com quem quer que seja.

Apesar dos analistas considerarem que as diferenças ideológicas dificilmente se irão esmaecer, o acordo agora alcançado será benéfico para os dois países. Um dos objetivos é restabelecer as trocas comerciais de cerca de US$ 7 bilhões por ano, que haviam se reduzido para um quarto.



A Venezuela tem eleições legislativas marcadas para 26 de Setembro, Chávez pretende melhorar a sua popularidade e o restabelecimento das trocas comerciais com a Colômbia, com a compra de alimentos baratos que contribuirão para conter a inflação, poderá ajudar. Do outro lado da fronteira também há vantagem em normalizar as relações com Caracas, que é o segundo parceiro econômico da Colômbia. Além disso, há vários empresários colombianos à espera de receber o pagamento de dívidas do Estado venezuelano de cerca de 800 milhões de dólares.

"É do interesse dos dois restabelecer as ligações comerciais", disse à BBC Sandra Borda, professora na Universidade dos Andes em Bogotá. "Podem recorrer a essa questão para criar entendimento antes de avançarem para questões mais complicadas, como a segurança na fronteira", adiantou. Por causa desta diferença, as trocas comerciais entre os dois países caíram mais de 70 por cento.

Foto: Reuters

Neste encontro, foi também decidida a criação de cinco comissões de trabalho dedicadas às relações comerciais, integração econômica, desenvolvimento social na fronteira, infra-estruturas e segurança. A ministra dos Negócios Estrangeiros colombiana irá a Caracas a 20 de Agosto e Juan Manuel Santos também já anunciou que José Fernando Bautista será o novo embaixador na Venezuela.

No final do encontro, Chávez mostrou a Juan Manuel Santos a sua satisfação: "Disse-me que eliminou a palavra "guerra" do seu dicionário. Pois eu também, Presidente."


8 de ago. de 2010

COLÔMBIA: Santos dispensou Lula para resolver conflitos

COLÔMBIA
Santos dispensou Lula para resolver conflitos
Sem meias palavras, o novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse ontem, na solenidade de posse, que sua primeira tarefa será "reconstruir as relações com a Venezuela e o Equador". Agradeceu a mediação oferecida pelo Brasil, disse preferir “o diálogo franco e direto e tomara que seja o mais breve possível".

Foto: Reuters

Santos: “Antes de ser soldado serei diplomata” – A frase do novo presidente revela sua prioridade em negociar a normalidade diplomática com os vizinhos

Toinho de Passira
Fontes: Estadão, BBC Brasil, La Republica, El Espacio, El Espectador, El Nuevo Siglo

O colombiano Juan Manuel Santos assumiu a Presidência da Colômbia neste sábado dizendo que uma das suas prioridades à frente do governo será restabelecer relações com a Venezuela e com o Equador e disse esperar que o fim da crise diplomática com os dois países seja alcançado "o mais rápido possível".

"Um dos meus propósitos será restabelecer relações com a Venezuela e Equador e recuperar a confiança", afirmou Santos, em discurso na cerimônia de posse, pouco depois de receber a faixa presidencial de Álvaro Uribe.

Foto:

A cerimônia de posse aconteceu, ao ar livre, do lado externo do Congresso colombiano

Santos agradeceu a mediação dos países da região, como o Brasil, mas disse preferir tratar a controvérsia diretamente com os países vizinhos.

"Agradeço a mediação na situação com a Venezuela (...), mas prefiro o diálogo franco e direto e tomara que seja o mais breve possível", afirmou.

"Um diálogo de respeito mútuo, de cooperação recíproca", acrescentou.

O novo presidente colombiano disse não ver inimigos externos e que a palavra guerra não está em seu dicionário quando pensa na relação com os vizinhos.

"Quem diga que quer a guerra, se nota que nunca teve a responsabilidade de enviar soldados a uma (guerra) de verdade", disse Santos, que já foi ministro de Defesa e esteve à frente de uma operação militar no Equador.

"Agradeço a mediação na situação com a Venezuela (...), mas prefiro o diálogo franco e direto e tomara que seja o mais breve possível."

"As boas relações beneficia a todos. Quando os governos disputam, são os povos que sofrem", disse.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Haviam 5 mil convidados entre eles 20 Chefe de Estado. O presidente Manuel Santos, levou dez minutos para dar as boas vindas aos que deveriam ser mencionados, antes de iniciar seu discurso, propriamente dito, programado para durar 45 minutos

O discurso de Santos foi acompanhado por mais de cem delegações, em uma cerimônia realizada a céu aberto, na praça de Bolívar, centro de Bogotá.

Santos chamou à unidade latino-americana e ao trabalho conjunto na região, "apesar das diferenças ideológicas" entre os governos.

O clima de distensão entre Venezuela e Colômbia vinha sendo costurado com a mediação do Brasil e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Em Caracas, o primeiro gesto de aproximação foi a presença do chanceler venezuelano Nicolas Maduro na posse de Santos. Ao chegar à Bogotá, Maduro disse ter vindo para "construir o futuro" e recuperar o diálogo com o novo governo.

Uma fonte da chancelaria venezuelana disse que Maduro e a nova chanceler colombiana Maria Angela Holguín devem se reunir neste domingo.

Na cerimônia de posse em Bogotá, neste sábado, Correa apertou a mão de Santos      Foto: Miguel Romero/PR Ecuador
A disputa diplomática entre Colômbia e Venezuela teve início há uma semana, quando o governo de Bogotá apresentou ao Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) supostas provas sobre a presença de 1,5 mil guerrilheiros das Farc e do ELN na Venezuela.

Em resposta, em 22 de julho, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, rompeu relações diplomáticas com a Colômbia ao qualificar as acusações de mentirosas.

Para Chávez, a crise era parte de uma "desculpa" para justificar uma intervenção armada da Colômbia em seu país, que a seu ver, conta com o apoio dos Estados Unidos.

O presidente equatoriano Rafael Correa também assistiu à posse, apesar de ter rompido relações diplomáticas com a Colômbia em 2008, quando o Exército colombiano invadiu o Equador para bombardear um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que fora instalada perto da fronteira. O líder guerrilheiro, Raúl Reyes, número dois na linha de mando das Farc foi morto na operação, junto com outras 25 pessoas.

Santos, que recebeu uma oferta de diálogo com as Farc dias antes da posse, disse que as portas para uma negociação "não estão fechadas com chave", porém, condicionou um virtual acordo à libertação incondicional de todos os reféns, o fim da extorsão e a deserção de todas as crianças que teriam sido recrutadas pela guerrilha para compor seu exército.

Caso contrário, disse Santos, "continuaremos enfrentando (os grupos irregulares) com tudo que estiver a nosso alcance e vocês que me escutam sabem que nós somos eficazes", afirmou.

Foto: Reuters

“Juan Manuel Santos llegó a la Presidencia con los votos de Álvaro Uribe. Hoy ese prestigio popular ya es de él.” – diz a Revista Semana

Santos, herdeiro político do ex-presidente Álvaro Uribe, defendeu a política de Segurança Democrática, carro-chefe da política uribista que consiste na via militar, não negociada para o conflito armado.

"É possível ter uma Colômbia em paz, sem guerrilha e vamos demonstrar isso pela razão ou pela força", afirmou.

Uribe, considerado um dos presidentes mais populares e polêmicos da história da Colômbia, esteve atrás de Santos durante todo o discurso. O ex-presidente foi homenageado pelo seu sucessor, que afirmou que Uribe "mudou" a história do país.

Santos, que disse ser o presidente da "unidade nacional", participou na manhã deste sábado de uma cerimônia de posse simbólica com comunidades indígenas e afrodescendentes em Sierra Nevada. A cerimônia oficial contou com a participação de pelo menos 5 mil convidados e 20 chefes de Estado.

Ele prometeu manter uma "porta do diálogo aberta" com todos, mas acrescentou que seu governo terá como prioridade a erradicação da violência. "Queremos o diálogo, mas combateremos o sequestro, o narcotráfico e a intimidação." Outro compromisso de Santos foi com a diminuição da pobreza e a redução do desemprego.

Foto: Associated Press

O temor de quem programa uma cerimônia ao ar livre são as surpresas do clima. Um pouco antes do início da cerimônia, nuvens negras cobriram a área do evento, como convidadas inesperados e inconvenientes.

Foto: Associated Press

Um pouco depois de iniciada a cerimônia começou a chover.

Foto: Associated Press

O que seria um desastre acabou sendo um show de eficiência: em poucos minutos foram distribuídos guarda-chuvas a cada um dos 5.000 convidados presentes.

Foto: Associated Press

De repente a praça se transformou num mar com as cores da Colômbia. Por sorte, logo após o inicio do discurso de Juan Manuel Santos, o sol voltou a brilhar. O presidente até fez uma pausa no discurso, para que os convidados desarmassem os guarda-chuvas.


7 de ago. de 2010

COLÔMBIA: Problemas do novo presidente: Chávez, economia e Uribe

COLÔMBIA
Problemas do novo presidente: Chávez, economia e Uribe
O presidente eleito da Colômbia, Manuel Santos, assume neste sábado com um índice de popularidade de 76%, em um momento em que o país passa por uma da piores crises diplomáticas com a Venezuela de sua história e encontra-se politicamente isolado da maioria dos países sul-americanos, com dificuldades econômicas e desemprego recorde e a sombra de Uribe sobre seu governo que começa

Foto: Reuters

O presidente eleito Juan Manuel Santos e a Presidente da Corte Nacional Eleitoral da Colômbia Adelina Cobo no ato de diplomação de Santos, como presidente eleito do país, 2 de agosto, em Bogotá

Toinho de Passira
Fontes: BBC Brasil, BBC Brsil, Semana, Estadão, , ”thePassiranews”, Reuters

Juan Manuel Santos, ex-ministro de Defesa e herdeiro político do presidente colombiano Álvaro Uribe, que assume hoje, a presidência da Colômbia, não terá muita dificuldade em reverter o cenário de isolamento diplomático em que se encontra o país, em relação à América do Sul e a crise diplomática com a Venezuela. Tanto o novo presidente, quanto os interlocutores estão dispostos e até ansiosos que isso aconteça.

Para muitos Santos deu o primeiro passo na direção da Venezuela, quando nomeou a ex-embaixadora colombiana em Caracas, Maria Angela Holguín (foto), como ministra de Relações Exteriores.

A nova Ministra das Relações Exteriores é muito bem vista na Venezuela, mas não está entre as preferidas do ex-presidente Alvaro Uribe, por ter batido de frente com ele, quando renunciou a um cargo na ONU, por discordar de indicações políticas, para cargos diplomáticos, feito pelo governo colombiano.

A pressa e a prioridade se justifica, não apenas por motivos diplomáticos ou de segurança, mas as constantes rupturas entre Venezuela e Colômbia já afeta fortemente a economia colombiana, grande exportadora, principalmente de produtos agrícolas para o vizinho comandado por Hugo Chávez.

“Desde que Uribe assumiu a Presidência, em 2002, o combate às guerrilhas por meio da expansão do Plano Colômbia - convênio militar financiado pelos Estados Unidos - acentuou a estreita relação entre Bogotá e Washington, em detrimento de alianças com a América do Sul.”

Não foi uma escolha de Uribe, essa política externa de distanciamento com os países sul-americanos. Para desenvolver sua política de combate a guerrilha precisava do poder de fogo dos americanos. Não encontrava entre os presidentes sul-americanos, ninguém que quisesse ajudá-lo ou mesmo apoiá-lo no confronto com os terroristas da FARC.

O Brasil de Lula tem simpatia pela FARC; Hugo Chávez os acolhe em seu território; Evo Morales, da Bolívia, alinha-se automático com a Venezuela; a Argentina que depende estrategicamente dos dois: Chávez e Evo, não os deixariam para apoiar Uribe; o Equador, principalmente, depois que seu território foi invadido pelo exercito colombiano, para destruir um acampamento da FARC, não seria um parceiro confiável.

Foto: Arquivo “thepassiranews”

Hugo Chávez, por exemplo, nunca deu uma explicação convincente como os lança-foguetes antitanques fabricados pela industria militar sueca, vendida a Chávez, foi parar nos acampamentos da guerrilha colombiana, da FARC

A analista política Consuelo Ahumada, professora da Universidade Javeriana de Bogotá, ouvida pela BBC, a principal diferença entre Santos e Uribe na relação com a Venezuela e com os vizinhos deve ser a ruptura com o que chama de "diplomacia de microfones", uma referência ao enfrentamento público, não institucional, que caracterizou, por exemplo, a relação de Uribe com o presidente venezuelano Hugo Chávez.

Consuelo Ahumada dá a entender que era Uribe que ia aos microfones atacar Hugo Chávez, ao invés de procurar os caminhos diplomáticos. Está completamente equivocada. Todas as vezes que Uribe usava os meios diplomáticos para pedir explicações a Chávez, recebia publicamente uma saraivada de acusações grosseiras. Uribe então tinha que revidar publicamente para que fosse posta a versão do seu governo.

Foto: Getty Images

No momento Santos vai tentar recomeçar as relações com Chávez, sob novas abordagens e pontos de vistas, enquanto for possível. A imprensa colombiana diz que ele “tem recebido pressão dos setores industriais do país para normalizar o fluxo comercial com o vizinho.”

“De acordo com o Banco Central da Colômbia, o país deve fechar o ano de 2010 com uma queda de 80% nas exportações para a Venezuela em relação a 2008, quando o país teve um superávit US$ 6 bilhões no comércio com o país.”

“Para este ano, a previsão do BC é que o comércio com Caracas não ultrapasse US$ 1,2 bilhão.”

“Os sinais de distensão com o novo governo têm sido enviados também por Caracas. Ao mesmo tempo em que afirmou que Uribe "passaria à lixeira da história", Chávez disse esperar retomar o diálogo com o novo governo com base no respeito".

O chanceler venezuelano Nicolás Maduro, que comparecerá representando Hugo Chávez na cerimônia de posse de Santos, disse nesta semana, que seu governo "confia" que "nos próximos dias (a crise) será superada".

As coisas podem ser facilitadas, pois, as FARC, sempre a motivadora dos conflitos da Colômbia e seus vizinhos, sinaliza com uma proposta de negociação através do seu líder máximo Alfonso Cano, propôs a abertura de um diálogo com o novo governo.

Santos encarregou o futuro vice-presidente, Angelino Garzón, responder, que “as portas não estão fechadas”, mas que, para que as negociações sejam iniciadas, a guerrilha terá que concordar em libertar seus reféns de maneira incondicional.

Não se pode, porém confiar nesses gestos de boa vontade da FARC em outras ocasiões, enfraquecida, fingiu diálogos, para ter uma trégua militar e tentar ter maior visibilidade e se fortalecer.

Internamente Santos também tem também desafios hercúleos de ajustar o déficit fiscal, estimado em mais de 4% do Produto Interno Bruto e reduzir o índice de desemprego de 12%, uma das mais altas taxas da América Latina.

Foto: Associated Press

Como nada é perfeito, Alvaro Uribe, um dos presidentes mais populares e controversos da história da Colômbia, entregará a seu sucessor um país relativamente mais seguro que há oitos anos, porém com 20 milhões de pobres, em uma população de 44 milhões, e com 3,5 milhões de pessoas vítimas de deslocamento forçado em consequência do conflito armado.

Só o tempo dirá se a ligação política entre Uribe e Santos resistirá muito tempo. A imprensa colombiana vem dizendo há alguns dias que a lua de mel, entre os dois já havia acabado.

Porém há quem veja essa acusação de última hora, que Uribe fez contra a Venezuela, como uma manobra combinada pelos dois. A Venezuela precisava ser denunciada por acolher a guerrilha e não seria bom que isso fosse feito pelo novo presidente.

Uribe fez de boa vontade o “trabalho agressivo”, permitindo ao novo presidente aparecer diplomático e conciliador, ao mesmo tempo em que a Venezuela desmascarada, relute de agora em diante, a acolher a guerrilha, pelo menos por algum tempo.

Foto: Reuters

Mas imagina-se que as relações Uribe-Santos podem se deteriorar, por outros motivos, pois Santos dá claras mostras de que vai ter um governo longe das diretrizes uribianas, por exemplo, nomeou dois adversários de Uribe como ministros nas pastas de Agricultura e Casa Civil.

Politicamente Alvaro Uribe será por muito tempo uma sombra sobre o governo Santos. Mais que isso, Uribe pretende voltar à presidência da Colômbia e ninguém imagina que o presidente agora empossado possa abrir mão de tentar um segundo mandato de que tem direito.

Partidários de Uribe, dizem, que para não sair de cena, o ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe Vélez, já está em campanha para ser o novo prefeito de Bogotá nas eleições do próximo ano. Dizem que é imbatível.