França e Irã negam troca de prisioneiros, mas…
FRANÇA- IRÃ
França e Irã negam troca de prisioneiros, mas… Por mais que os governos francês e iraniano neguem a existência de um acordo, de uma contrapartida de troca de prisioneiros, nem a imprensa nem a oposição da França acredita em coincidência, da libertação apressada dos iranianos presos na França e a milagrosa libertação da professora francesa condenada a dez anos, pelo regime iraniano Fotos: Reuters Toinho de Passira O iraniano Ali Vakili Rad, assassino do ex-primeiro-ministro do Xá, Chapur Bajtiar, condenado à prisão perpétua em 1994, foi libertado de forma antecipada nesta terça-feira depois que o ministro francês do Interior assinou sua ordem de expulsou, deixou a França com direção a Teerã. A libertação de Rad reavivou na segunda-feira suspeitas sobre uma possível negociação entre Paris e Teerã para o retorno da francesa Clotilde Reiss, condenada a dez em Teerã, que ocorreu no domingo. Legalmente, tendo cumprido parte da pena, Ali Vakili Rad poderia ser libertado em cerca de um ano, mas sua libertação condicional só poderia ocorrer apenas se o Ministério do Interior ordenasse a sua expulsão, como aconteceu nesta terça-feira. Desde o retorno à França no domingo da jovem universitária francesa, detida no Irã durante dez meses por ter participado das manifestações contra o governo, as interrogações dessa possível negociação se multiplicaram. A imprensa tem perguntado sobre a existência de uma "troca" de presos, enquanto o porta-voz da oposição socialista, Benoît Hamon, exigiu "transparência" do governo. Tanto Paris como Teerã desmentiram uma ligação entre a libertação da jovem e a de iranianos detidos na França, principalmente Ali Vakili Rad e Majid Kakavand, esse último Paris se recusou a extraditar para os Estados Unidos, apesar da coincidência de datas e do fato de Teerã ter vinculado esses casos várias vezes. Majid Kakavand, um engenheiro iraniano, retido na França desde março de 2009, era acusado por Washington de ter fornecido a seu país componentes eletrônicos com possíveis aplicações militares. A justiça francesa recusou sua extradição no dia 5 de maio, permitindo que voltasse ao Irã quarenta e oito horas depois. Seu retorno foi comemorado em Teerã como um elemento positivo para as relações bilaterais. Alguns meses antes, o presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad havia comparado o destino de Clotilde Reiss e o dos iranianos retidos na França. Nesta segunda-feira, o Ministério francês das Relações Exteriores reiterou a rejeição de um acordo por parte do chefe da diplomacia Bernard Kouchner, que afirmou no domingo que não houve "contrapartida" nem "retribuição" . Foto: Reuters |
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