4 de mai. de 2010

Petrobras está insenta de prestar contas?

OPINIÃO
Petrobras está insenta de prestar contas?
Em editorial a folha de São Paulo registra que a Companhia Brasileira de Petróleo, a mais poderosa e importante estatal brasileira, vive ao estilo Ahmanidejad, é hostil a críticas e fiscalizações, não respeita os órgãos controladores, e não dá satisfações públicas, como se fosse acima do bem e do mal, como o Presidente iraniano, tão admirado pelo nosso presidente Lula

Ilustração Toinho de Passira

A Caixa Preta da Petrobras

Toinho de Passira
Folha - reportagem, Folha - Editorial

A Polícia Federal reuniu, mais uma vez, provas de enormes fraudes em cinco obras licitadas pela Petrobras, no governo Lula, revelado pela Folha de São Paulo, no domingo. Um misto de acordos por baixo do pano e manobras clandestinas, nem sempre sutis, de empreiteiras. As mesmas de sempre, que fazem doações milionárias nas campanhas eleitorais. Ao final acabaram superfaturando o serviço prestado a Petrobras, em R$ 1,4 bilhão, um respeitável soma, que saiu, desnecessária e irregularmene, dos cofres da empresa, para os, das empreiteiras e possíveis contas bancárias de outros beneficiários.

Documentos apreendidos em 2008, depois de analisados por peritos da PF, descobriram que as construtoras “participaram indiretamente da elaboração dos editais, de maneira a restringir a quantidade de concorrentes, e combinaram previamente o lance vencedor dos certames. Em um dos casos, o acerto incluiu também a divisão "por fora" da execução do projeto e do sobrepreço imposto à petrolífera.”

Os valores contratados pela estatal do petróleo somam R$ 5,88 bilhões.

Referem-se aos seguintes empreendimentos: Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba, Unidade de Coque da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), Refinaria do Nordeste (a refinaria Abreu e Lima, aqui em Pernambuco), Refinaria do Vale do Paraíba (Revap) e Unidade Termelétrica de Cubatão.

Entre as empresas participantes do conluio, de acordo com os documentos da PF, estão a Camargo Corrêa e a GDK, protagonista de um escândalo envolvendo a Petrobras e o então secretário-geral do PT, Silvio Pereira, em 2005.

Ele recebeu um carro Land Rover, avaliado em R$ 73,5 mil, do dono da GDK. O episódio foi investigado na ocasião pela CPI. Silvio envolvido no processo do mensalão fez um acordo, para prestar serviço comunitário e já está livre, leve e solta para aprontar outras.

No fingir das licitações, as empreiteiras Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, IESA e Promon, repartem o bolo dos serviços a serem executados, ou dão parte da obra para a empresa baiana GDK, tão afinada aos petistas baianos.

A matéria da Folha e o editorial, (que diz ser a Petrobras uma “Caixa Preta”), põe-nos diante de uma situação estarrecedora, pelo tamanho do escândalo, um entre muitos e porque nada acontece apesar das denuncias.

A Petrobras protegida pelo governo, considera-se cada vez mais isenta das “responsabilidades e dos deveres impostos a demais empresas e cidadãos do país”. Até quando... ?


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