CUBA Governo cubano acena atender das Damas de Branco
O exército de senhoras de meia idade, uniformizadas de branco, armadas com ramos de gladíolos faz o regime dos irmãos Castro abrir um canal de dialogo, visando libertar alguns presos político e melhorara as condições de outros, começando a atender suas reivindicações através da intermediação da Igreja Católica cubana
Foto: Associated Press
Desde março as Damas de Branco, passeiam silenciosas pelas ruas de Havana, com ramos de com ramos de gladíolos, incomodando o regime, lembrando seus filhos, maridos e parentes presos, por Castro, acusados por crimes políticos.
Toinho de Passira Fonte: Le Monde
O jornal Le Monde informa que o a igreja Católica cubana foi discretamente chamada a intervir junto ao movimento das "Damas de Branco" - esposas e familiares dos 75 dissidentes presos em Cuba, atendendo parte das reivindicações do grupo, através do arcebispo de Havana, Dom Jaime Ortega, o mesmo que nos anos 1960 foi preso por Fidel.
O religioso informou que em princípio as “Damas de Branco”, tem de agora em diante, assegurado o direito de se manifestarem “livremente” sem serem importunadas. Inúmeras vezes, partidários do regime agrediam verbalmente e criava situações de constrangimento, as senhoras que silenciosamente desfilavam pelas ruas de havana.
Foto: Associated Press
Mas o mais importante da notícia foi à informação do de Dom Jaime Ortega, (foto) que obteve a aceitação das autoridades para que os prisioneiros políticos fossem transferidos, para unidades prisionais de suas províncias de origem, facilitando a assistência familiar. Acrescentou também que alguns dos prisioneiros com estado de saúde que exigem cuidados médicos, fossem transferidos para hospitais.
Um novo encontro está previsto para esta semana. O objetivo da Igreja é conseguir a libertação de cerca de 200 prisioneiros políticos cubanos, uma tarefa das mais difíceis e complicada.
Foto: Arquivo
RESISTÊNCIA - Nessa imagem o jornalista e dissidente cubano Guillermo Fariñas é visto, quando a sua greve de fome completara um mês, hoje, 26, completa 91 dias
O caso mais urgente é o caso de Guillermo Fariñas, um ex-militar e jornalista que se tornou dissidente, em greve de fome há 91 dias. Ainda se mantém vivo - ele perdeu cerca de 20 quilos desde o fim de fevereiro -, porque aceitou ser alimentado por via intravenosa na unidade de tratamento intensivo do hospital onde se encontra.
Para pôr um fim a seu ato, ele exigia a libertação dos 26 prisioneiros políticos mais doentes. Hoje, com um diálogo tendo sido iniciado por meio da Igreja, ele reduziu suas exigências para a libertação de cerca de dez prisioneiros.
Acredita-se até que, diante da abertura de conversações, essa exigência pode ser atendida, pois os prisioneiros estão doentes, correm risco de morrer no cárcere e complicar ainda mais a reputação do regime dos irmãos Fidel.
Foto: Getty Images
BOAS NOVAS - Dom Jaime Ortega conversa sobre as boas novas com as Damas de Branco, na sua igreja, em Havana
Ao mesmo tempo o gesto talvez ainda salvasse a vida de Guillermo Fariñas e evitaria uma nova onda de condenações internacionais, como a que se deu após a morte de outro grevista, Orlando Zapata Tamayo, no fim de fevereiro, no fatídico dia em que Lula chegou a Havana para visitar Fidel Castro.
Por que o regime cubano escolheria, neste caso, o diálogo no lugar da mão-forte?- pergunta o Le Monde.
Para o jornal Frances, a situação econômica da ilha não está lá essas coisas. O modelo socialista fracassou. Cuba não produz quase nada além de seus médicos, charutos e rum, mas só o aspecto econômico, não esclarece, por si só, essa guinada política.
Claro que se alguém, dentro de Cuba, posicionar-se contra o regime e criticar abertamente os líderes atuais, vai parar na cadeia imediatamente, como traidor, acusado de estar a serviço do governo americano.
Só um movimento peculiar, como o das “Damas de Branco”, conseguiu romper essa barreira de se manifestar contra atos do governo, sem receber a acusação de querer derrubar o regime, nem trair a pátria. Afinal não dá para acusar de nada um grupo de velhinhas e senhoras de meia idade, uniformizadas de branco e armadas com ramos de gladíolos.
Mas, ao que parece, está sendo através delas, sempre as mulheres, está havendo a possibilidade, não digamos “abertura”, mas uma “fresta” no regime cubano. Em prosseguindo as negociações, esse seria um primeiro e bom e positivo sinal da ditadura cubana em décadas.
Foto: Associated Press/Reuters
VITÓRIA DA DIGNIDADE - A determinação das Damas de Branco começa a fazer ceder a resistência do regime cubano, depois de enfrentaram inúmeras vezes, silenciosamente, os ataques verbais e os tumultos criados pelos seguidores do regime que as tentavam intimidar
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