13 de mai. de 2010

OPINIÃO: Jucá não gosta do projeto de ficha limpa

OPINIÃO
Jucá não gosta do projeto de ficha limpa
O líder do governo no Senado Romero Jucá diz que pretende melhorar o projeto de ficha limpa aprovado pela Câmara, que propõe proibir que gente como ele se candidate a cargos eletivos. Não disse, porém, se a melhora é melhor para os "fichas sujas, ou para a democracia brasileira. Mas ninguém tem dúvidas de que lado ele está.

Photoshop Toinho de Passira, sobre foto de José Cruz/ABr

Pouca gente sabe, mas Jucá é pernambucano. Quirino Ventania dizia: “pernambucano quando presta, é um colosso, mas quando desanda...”

Toinho de Passira
Fontes: Isto É, O Globo, Wikipedia, O Globo

Os jornais dão destaque à posição firme do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que sinalizou que não se esforçará para dar celeridade à votação do projeto "Ficha Limpa", proposta para barrar a candidatura de políticos condenados pela Justiça.

A votação da proposta foi concluída dia 11 pela Câmara, nascida de um projeto de iniciativa popular, com mais de 1,3 milhões de assinaturas.

Isso não pode ser considerada notícia, pois notícia é uma coisa surpreendente, inusitada. Jucá com a folha corrida que possui, só poderia agir dessa maneira.

Apesar de imoral é coerente com a sua condição de um dos mais importantes representante dos “fichas sujas” no Congresso Brasileiro, um páreo duro com o seu mentor e presidente da Casa José Sarney.

Note-se que apesar de notórios fichas sujas de fato, Jucá, Sarney e até Maluf (até pouco tempo) não podem ser considerados “fichas sujas” de direito, nem com a implantação dessa nova lei, pois nenhum tribunal os conseguiu condenar. Não é lindo?

No ano passado, o ministro do STF Cezar Peluso, atendendo pedido do advogado de Jucá, declarou a extinção da punibilidade do senador, por prescrição da pena, após a denúncia repousar sem nenhum movimento, durante quatro anos, no seu gabinete.

A procuradoria federal acusava Jucá e um sócio de “... obterem em 27 de junho de 1996, mediante fraude, financiamento em instituição financeira, uma vez que se utilizaram de imóveis inexistentes como garantia, a fim de receberem a segunda parcela do empréstimo".

Romero Jucá poderia pegar até seis anos de cadeia, mas jamais será punido por esse crime, como não foi por ter vendido madeira ilegal de reservas indígenas quando era presidente da FUNAI.

Mesmo assim, sem ser um “ficha suja”, de direito, Jucá está empenhado em defender os “fichas sujas” a qualquer custo, por identificação e por prevenção, (vai ver acaba sendo condenado por alguma estripulia).

Jucá nunca disfarça os seus propósitos em defesa da corrupção e da marginalidade. Afinal ele é da tropa de choque do governo Lula, e como toda tropa de choque, não está ali para ser delicado.

Por isso mesmo, soa um deboche, uma pantomima, ver que Romero Jucá está enfrentando inclusive o presidente do Senado, José Sarney que disse disposto a fazer o projeto ter celeridade no senado, para ser aprovado o mais depressa possível.

Sarney quer fazer média. Jucá não é capaz de discordar em nada com o seu mentor. Pouca gente sabe, ou não se lembra que foi José Sarney como presidente da república que tirou o pernambucano Jucá do anonimato de político de província nomeando-o presidente da FUNAI.

Depois que ele se apoderou da madeira dos índios, Sarney viu que ele tinha potencial e o nomeou governador do então território federal de Roraima. Desde então a folha corrida dos dois e as contas bancárias só tem crescido.

A encenação, mal ensaiada, de Jucá e Sarney vai ter que enfrentar, porém, a determinação da oposição no Senado.

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do senado, por exemplo, já avocou a relatoria do projeto Ficha Limpa, para dar celeridade de verdade à aprovação da nova lei.

Há uma possibilidade legal, de sendo aprovado antes das convenções partidárias, o projeto, já transformado em Lei, venha a vigorar já nas próximas eleições.

Mesmo com a nova Lei, muito bandido vai poder continuar candidatando-se, pois o projeto não tem uma amplitude capaz de capturar todos, mas já é um filtro, um começo.

O resto pode ser feito com a conscientização do eleitor. Sonhamos com um congresso, sem Jucá, Sarney, Ideli Salvati, Maluf, Jáder Barbalho, Antônio Palocci, João Paulo, José Genoino, Fernando Collor, Eduardo Azeredo, Renan Calheiros e os Edison Lobão, entre tantos outros.

O povo roraimense não vão nos decepcionar, Jucá e seus comparsas políticos, precisam ser alijados da política brasileira, a partir da próxima eleição.


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